A construção da cidade, a urbanidade e o patrimônio ambiental urbano: o caso do Bexiga, São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i22p220-241Palavras-chave:
Patrimônio Cultural, Renovação urbana, Política urbanaResumo
A chamada globalização e a reestruturação produtiva se caracterizam pelo esvaziamento dos espaços industriais, portos, orlas ferroviárias e centros históricos, pelas novas tecnologias que conectam o mundo, pelo divórcio de política e poder, bem como pela dissolução de vínculos. A obsolescência produzida pelo capitalismo faz com que haja a necessidade de regeneração de tecidos urbanos bem localizados, muitas vezes de forma “espontânea”, ou seja, conduzida pelos desígnios do mercado, sem projeto. A noção de urbanidade deve abrigar, dentro do espectro da sustentabilidade, o desenvolvimento local, sua relação com o tecido social e a possibilidade do encontro na esfera pública. O desenvolvimento local, enquanto prioridade nas políticas urbanas, pode ser compreendido de diversas maneiras. De um lado, liga-se à esfera econômica, sendo medido pela evolução do quadro produtivo local, pela geração de emprego e renda no seio das comunidades, pelo acréscimo da autonomia fiscal dos governos locais e pela diversificação/dinamização de atividades econômicas, com impacto na integração das populações marginalizadas. Em termos sociais, liga-se à busca da inclusão de diferentes setores populares, em um quadro de crescimento e evolução econômica. Combatem-se os efeitos excludentes da nova ordem mundial com linhas de ação, programas e projetos que tirem proveito das especificidades e potencialidades de cada região, partindo dos interesses da população. Entendemos também que a proteção do patrimônio deve ser tratada dentro da questão ambiental urbana. A apropriação dos espaços públicos produz urbanidade; a participação e o diálogo na identificação e proteção do patrimônio constrói o futuro das cidades. Dentro desse quadro, como produzir urbanidade? Quais os instrumentos contemporâneos de regulação urbana? Como então formular uma política de preservação do patrimônio cultural levando em conta o desenvolvimento sustentável? Como construir cidade a partir do patrimônio? A proposta é o debate de uma agenda que retome o conceito de patrimônio ambiental urbano. A verticalização, a multiplicação do solo urbano, aumentando densidades e colocando mais pessoas usufruindo boas localizações urbanas, pode ser realizada de maneira a incluir urbanidade. Como definir cidade compacta? Como definir urbanidade? No caso de São Paulo, como os instrumentos previstos no novo plano diretor podem incluir a produção de espaços públicos e Preservação efetiva do seu patrimônio cultural? Utilizando-se do bairro do Bexiga, o presente artigo, organizado em três partes, levanta questionamentos acerca dessas questões: a política da preservação, a renovação de bairros históricos, terminando com a proposta de novas agendas para a preservação.
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