As Antichità Romane de Piranesi: um projeto para catalogação e conservação das ruínas da Antiguidade no século XVIII
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v14i27p8-33Palavras-chave:
Patrimônio arqueológico, Arqueologia romana, RuínasResumo
Durante o século XVIII, o interesse pela arquitetura da Antiguidade Clássica se amplificou a partir de descobertas arqueológicas na Península Itálica. Nesse contexto, o arquiteto, arqueólogo e gravurista Giovanni Battista Piranesi teve um papel de destaque para o desenvolvimento de questões ligadas à historicização da arquitetura. Foi a partir de seu fascínio pelas ruínas e da observação e das aferições in loco, em especial de Roma e arredores, que Piranesi se estabeleceu como uma referência intelectual e artística, utilizando gravuras e textos como seus principais instrumentos retóricos. Este trabalho tem como objetivo verificar a influência de Piranesi na observação e preservação do passado, tendo como recorte uma de suas obras magnas: as Antichità Romane (1756) – uma publicação em quatro tomos embasada no intuito de conservar as antiguidades por meio da catalogação. A abordagem documental e criativa adotada para as Antichità Romane teve grandes repercussões, nutrindo os debates em curso sobre a investigação do passado, e apresentou reflexos que nortearam os preceitos do restauro moderno, que se cristalizariam a partir do início do século XIX. Pode-se concluir que Piranesi fez uma relevante contribuição para o amadurecimento da forma de se relacionar com o passado, objetivando estudos e a preservação das ruínas por meio de princípios que se tornariam fundamentais para o restauro, como o levantamento pormenorizado, a análise dos edifícios a partir de reconstituições hipotéticas e a predisposição para a conservação e para a mínima intervenção.
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Números do Financiamento 18/04931