Experimentações sociotécnicas para organização e difusão de coleções digitais universitárias: o caso do projeto Tainacan
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v15i30espp34-61Palavras-chave:
Documentação museológica, Acervos digitais, Tecnologia da informação, Museus universitáriosResumo
O artigo busca evidenciar como o uso das tecnologias digitais facilita a organização e o acesso às coleções e aos museus universitários. Por meio da análise dos casos de universidades que utilizam o software Tainacan como repositório digital de acervos, foram evidenciadas e discutidas as práticas de apropriação das ferramentas digitais por essas instituições e os ganhos advindos desse uso frente aos desafios de controle e socialização da informação presentes na área. Para isso, foi realizado um estudo quantitativo que buscou levantar o número de itens catalogados nos repositórios e que foram posteriormente analisados levando-se em consideração sua distribuição de frequência nas categorias analíticas propostas. Ressaltou-se os diferentes usos sociotécnicos e as formas específicas de apropriação, destacando-se as práticas de gestão e tratamento da informação a serem estudadas. Foram identificadas 17 instituições universitárias do Brasil e do exterior com experiências na organização de 63 coleções digitais, que contabilizaram um total de 11.896 catalogados. Os resultados permitem levantar a hipótese de que a adoção do Tainacan pelos museus e coleções
universitárias está relacionado à flexibilidade e à facilidade de uso da ferramenta, que consegue atender a enorme diversidade tipológica, de filiação institucional desses acervos e maior simplicidade na implantação e customização. Além disso, percebe-se que o Tainacan possibilita o exercício da convergência digital em relação às coleções universitárias, aproximando esses acervos de uma maior mobilidade e possibilidade de comunicação com a sociedade, constituindo-se como uma importante solução para a socialização desses acervos.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Adriana Mortara. Museus e coleções universitários: por que museus de arte na Universidade de São Paulo. 2001. Tese (Doutorado) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
ALMEIDA, Adriana Mortara; MARTINS, Maria H. Pires. University and museum in Brazil: a chequered history. Museum International, 206, v. 52, n.2, p.28-32, 2000.
BAUTISTA, Susana Smith. Museums in the digital age: changing meanings of place, community, and culture. Lanham: Alta Mira Press, 2014.
COMITÊ GESTOR DA INTERNET. TIC cultura 2018 = pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos equipamentos culturais brasileiros. Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019.
CONSEJO INTERNACIONAL DE MUSEOS. Definición de museo. Viena, 2007. Disponível em: https://Icom.museum/es/recursos/normas-y-directrices/definicion-del-museo/. Acesso em: 26 jul. 2020.
DEVITT, Aedín Mac. Editorial. Museum International, v.70, n.1-2/3-4, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1111/muse.12187. Acesso em: fev. 2019.
DIAS, Calíope Victor Spíndola de Miranda; MARTINS, Dalton Lopes. Iniciativas brasileiras em torno da construção de uma política nacional para acervos digitais de instituições de memória: o desafio da memória em tempos de cultura digital. Políticas Culturais em Revista, Salvador, v. 13, n. 1, p. 16-46, jan./jun. 2020. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/pculturais/article/view/35616/21211. Acesso em: 10 jul. 2020.
KEMP, C. The endangered dead. Nature, n.518, p. 292-294, 2015.
KNOWLES, C. Artifacts in Waiting: Altered Agency of Museum Objects. In: HARRISON, R; BYRNE, S. E CLARKE, A (Eds). Reassembling the collection: Ethnographic museums and indigenous agency. Santa Fe: School for Advanced Research Press, 2013. p. 229-257.
LOPES, Maria Margareth. Por que história nos museus e centros de ciências? In: MARANDINO, Martha; ALMEIDA, Adriana Mortara.; VALENTE, Maria Esther A. Museu: lugar do público. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009. p.199-210.
LOPES, Maria Margareth. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e as ciências naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997.
LOURENÇO, Marta. Contributions to the history of university museums and collections in Europe. Museologia, v.3, p.17-26, 2003.
LOURENÇO, Marta. Patrimônio da ciência e da técnica nas universidades portuguesas: breve panorama no contexto europeu. In: GRANTAO, M.; RANGEL, M. F. Cultura material e patrimônio de C&T. Rio de Janeiro: Mast, 2009. p. 53-63. Disponível em: http://www.mast.br/projetovalorizacao/textos/livro%20cultura%20material%20e%20patrim%C3%B4nio%20de%20C&T/6%20PATRIM%C3%94NIO%20DA%20CI%C3%8ANCIA%20E%20DA%20T%C3%89CNICA%20NAS%20UNIVERSIDADES%20PORTUGUESAS_MartaLoureno.pdf. Acesso em: 5 out. 2018.
MARTINS, Dalton; SILVA, Marcel. Critérios de avaliação para sistemas de bibliotecas digitais: uma proposta de novas dimensões analíticas. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia, Ribeirão Preto, v. 8, n. 1, p. 100-121, mar./ago. 2017. Disponível em: https://medialab.ufg.br/pesquisa/wp-content/uploads/sites/53/2018/02/125678-250208-1-PB.pdf. Acesso em: 15 jun. 2020.
MARTINS, Dalton; SILVA, Marcel; SIQUEIRA, Joyce. Comparação entre sistemas para criação de acervos digitais: análise dos softwares livres DSpace, EPrints, Fedora, Greenstone e Islandora a partir de novas dimensões analíticas. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, v. 9, n. 1, p. 52-71, 1 jun. 2018.
MARTINS, Dalton Lopes; CARVALHO JR., José Murilo Costa; GERMANI, Leonardo. Projeto Tainacan: experimentos, aprendizados e descobertas da cultura digital no universo dos acervos das instituições memoriais. In: COMITÊ GESTOR DA INTERNET. TIC cultura 2018 = pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos equipamentos culturais brasileiros. Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR. São Paulo, 2019.
MEIRELLES, Lídia Maria. Museus universitários e políticas públicas: gestão, experiências e dilemas na Universidade Federal de Uberlândia, 1986 – 2010. Tese (Doutorado), Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2015.
RIBEIRO, Maria das Graças. Universidades, museus e o desafio da educação, valorização e preservação do patrimônio científico-cultural brasileiro. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mário de Sousa; SANTOS, Myriam Sepúlveda dos (Orgs.). Museus, coleções e patrimônios: narrativas polifônicas. Rio de Janeiro: Garamond, MinC/IPHAN/DEMU, 2007. p.2 0-47.
RIBEIRO, E. S.; SEGANTINI, V. C.; GRANATO. M. Museus e patrimônio cultural universitário: discutindo conceitos e promovendo parcerias e articulações. In: ARAÚJO, B. M. et al. Museologia e suas interfaces críticas: museu, sociedade e os patrimônios. Recife: UFPE, 2019. Disponível em: https://orbi.uliege.be/bitstream/2268/239341/3/2019%20E-BOOK%20
REDE%20MUSEOLOGIA.pdf. Acesso em: 26 jul. 2020.
SEMEDO, Alice. Que museus universitários de ciências físicas e tecnológicas? 2005. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/21115/2/7656000087667.pdf. Acesso em: 5 out. 2018.
SILVA, M. C.; BRUNO, M.C.O. Coleções e museus universitários. In: ARAÚJO, B. M. et al. Museologia e suas interfaces críticas: museu, sociedade e os patrimônios. Recife: UFPE, 2019. Disponível em: https://orbi.uliege.be/bitstream/2268/239341/3/2019%20E-BOOK%20REDE%20MUSEOLOGIA.pdf. Acesso em: 26 jul. 2020.
SUAREZ, A. V.; TSUTSUI, N. D. The Value of Museum Collections for Research and Society. BioScience, v. 54, n.1, p. 66-74, 2004.
TADDEI, Roberto. Políticas públicas para acervos digitais: propostas para o Ministério da Cultura e para o setor. São Paulo, 2010.
VAN-PRÄET, M. Les expositions scientifiques, “miroirs épistemologiques” de l’évolution des idées en sciences de la vie. Bulletin d’histoire et d’epistémologie des sciences de la vie, v. 2, n. 1, p. 52-69, 1995.
WARHURST, A. The Triple Crisis in University Museums. Museums Journal, v. 86, n. 3, p. 37-140, 1986.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Luciana Conrado Martins, Dalton Lopes Martins

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).