Quando o museu foi à escola e vice-versa: uma construção colaborativa de objetos digitiais de aprendizagem para educação ambiental
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v16i32p220-250Palavras-chave:
Museus de ciência e tecnologia, Educação museal, Educação ambiental, Museus universitáriosResumo
A presente pesquisa articulou um trabalho colaborativo entre um museu universitário e uma escola no desenvolvimento de objetos digitais de aprendizagem para práticas educativas com o público escolar no contexto museal, com foco em educação ambiental. É apresentado o Museu da Terra e Vida – CENPÁLEO, situado na cidade Mafra/Santa Catarina, vinculado à Universidade do Contestado, e uma reflexão sobre práticas educativas na sala temática “Vida Atual”, que possui exposições de dioramas com animais taxidermizados vítimas de atropelamento das rodovias federais da região. Partindo do pressuposto de que a função do museu ultrapassa a memória para preservar e se torna memória para mobilizar, foi realizada uma investigação-ação que previu dois percursos investigativos complementares: “Quando o Museu foi à Escola”, que resultou na construção colaborativa de um objeto digital em realidade aumentada, o e-book Dirija com Educação Ambiental: animal silvestre na pista; e “Quando a Escola foi ao Museu”, que culminou na implementação de um objeto digital no CENPÁLEO para a exposição interativa em realidade aumentada de animais silvestres taxidermizados, vítimas de atropelamentos. Conclui-se que as interfaces museu-escola na produção de práticas educativas potencializaram as especificidades da educação museal com ênfase na educação ambiental contribuindo para o museu, em um tempo presente. Infere-se, portanto, que esta prática é capaz de favorecer experiências que incentivem os visitantes refletirem sobre o passado para mobilizar novos comportamentos em relação aos modos de produção e consumo da cultura, modificando o futuro.
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