Conservar e manter coleções biológicas em museus: reflexões sobre perspectivas práticas e éticas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i38p65-90Palavras-chave:
Ética, Museologia, Coleções biológicasResumo
Coleções biológicas reunidas em museus de história natural contribuem para o conhecimento e investigação de diferentes aspectos da biodiversidade. Preservar esses acervos torna-se então ação primordial aos museus que os têm sob sua guarda, mas essa prática, que remonta há séculos atrás, acontece de que forma e por quê? Partindo desses questionamentos o presente artigo objetivou analisar diferentes aspectos referentes à conservação de coleções biológicas em museus, ressaltando o porquê de sua manutenção, suas complicações éticas e a necessidade de serem cada vez mais empregados esforços em tais tarefas, que muitas vezes parecem diminutas comparadas aos processos de coleta e pesquisa dos acervos. Através de levantamento bibliográfico foram relacionados diferentes elementos presentes nessas coleções. Apesar das adversidades que podem ser impostas pelas especificidades dos espécimes, preservá-los através de práticas cotidianas, elaboração de protocolos de ação e a própria comunicação ainda se mostram como alternativas viáveis e necessárias aos museus de história natural.
Downloads
Referências
ARANDA, Arion T. Coleções biológicas: conceitos básicos, curadoria e gestão, interface com a biodiversidade e saúde pública. In: SIMPÓSIO SOBRE A BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA, 3., 2014, Santa Tereza-ES. Anais [...]. Santa Tereza, 2014. p. 45-56.
CAPLE, Chris (Ed.). Preventive Conservation in Museums. USA/Canada: Routledge, 2011.
COSTA, Evanise Pascoa. Princípios básicos da museologia. Curitiba: Sistema Estadual de Museus/ Secretaria de Estado da Cultura, 2006.
DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François. Conceitos-chave de museologia. São Paulo: Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus: Conselho Internacional de Museus: Pinacoteca de Estado de São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 2013.
FRONER, Yacy-Ara. Memória e preservação: a construção epistemológica da Ciência da Conservação. In: CICLO MEMÓRIA E INFORMAÇÃO, 2007, Rio de Janeiro. Disponível em: http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/palestras/memo_info/mi_2007/FCRB_MI_Memoria_e_Preservacao_A_construcao_epistemologica_da_Ciencia_da_Conservacao.pdf. Acesso em: 24 jan. 2020.
GOB, André; DROUGUET, Noémie. La Muséologie: histoire, développements, enjeux actuels. 4 ed. Paris: Armand Colin, 2014.
GOUVÊA, Guaracira. A cultura material e a divulgação científica. In: MUSEU DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS AFINS. Cultura material e patrimônio da ciência tecnologia. Rio de Janeiro: MAST, 2009. Disponível em: http://livroaberto.ibict.br/handle/1/930. Acesso em: 5 fev. 2020.
GRANATO, Marcus; CAMPOS, Guadalupe do Nascimento. Teorias da conservação e desafios relacionados aos acervos científicos. Midas, v. 1, p. 1-12, 2013. Disponível em: https://journals.openedition.org/midas/131 . Acesso em: 14 jan. 2020.
GUDYNAS, Eduardo. Direitos da natureza: ética biocêntrica e políticas ambientais. São Paulo: Elefante, 2019.
HOUNSOME, M. V. Research: natural science collections. In: THOMPSON, John M. A (ed). Manual of curatorship: a guide to museum practice. 2 ed. London, Boston: Butterworths, 1992. p. 536-541.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Gestão de risco ao patrimônio musealizado brasileiro. Brasília: CPMUS/RJ, 2013. Cartilha.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Museus em números. Brasília: Ibram, 2011. v.1.
INTERNATIONAL COUNCIL OF MUSEUMS. Código de deontología del ICOM para los museos de ciencias naturales. Bogotá, 2013. Disponível em: https://icom-colombia.mini.icom.museum/wpcontent/uploads/sites/33/2020/05/CODIGO_DEONTOLOGIA_COMPLETO.pdf . Acesso em: 20 nov. 2019.
INTERNATIONAL COUNCIL OF MUSEUMS-COMITEE FOR CONSERVATION. Terminology to characterize the conservation of tangible cultural heritage. Resolution adopted by the ICOM-CC membership at the 15th Triennial Conference, New Delhi, 22-26 September 2008. Disponível em: https://www.icom-cc.org/en/downloads/icom-cc-resolution-terminology-english . Acesso em: 25 de maiO 2023.
KURY, Lorelai; CAMENIETZKI, Carlos Z. Ordem e natureza: coleções e cultura científica na Europa Moderna. Anais do Museu Histórico Nacional, v. 29, p. 57-85, 1997.
LOPES, Maria Margaret. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e as ciências naturais no século XIX. São Paulo: Aderaldo & Rothschild; Brasília, DF: Ed. UnB, 2009.
LOUREIRO, José M. M. Museu de ciência, divulgação científica e hegemonia. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 1, p. 88-95, jan./abr. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ci/v32n1/15976.pdf . Acesso em: 10 set. 2020.
MAKOS, Kathryn A., DIETRICH, Elizabeth C. Health and environmental safety. In: ROSE, Carolyn L.; HAWKS, Catharine A.; GENOWAYS, Hugh H. (Ed.). Storage of Natural History Collections: a Preventive Conservation approach. Iwoa City: SPNHC, 2000. p. 233- 249.
NÚÑEZ, Geni. Monoculturas do pensamento e a importância do reflorestamento do imaginário. ClimaCom, Campinas, ano 8, n. 21, nov. 2021. Disponível em: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/monoculturas-do-pensamento/ . Acesso em: 30 maio 2023.
PEIXOTO, Ariane Luna; MAIA, Leonor Costa (orgs.). Manual de procedimentos para herbários. Recife: UFPE, 2013.
POSSAS, Helga C. G. Classificar e ordenar: os gabinetes de curiosidades e a história natural. In: FIGUEIREDO, Betânia G.; VIDAL, Diana G. (orgs.). Museus: dos gabinetes de curiosidades à museologia moderna. 2 ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.
ROSE, Carolyn L., HAWKS, Catharine A. A Preventive Conservation approach to the Storage of Colletions, In: ROSE, Carolyn L.; HAWKS, Catharine A.; GENOWAYS, Hugh H. (ed.). Storage of Natural History Collections: a Preventive Conservation approach. Iwoa City: SPNHC, 2000. p. 1-13.
ROSE, Carolyn L.; HAWKS, Catharine A.; GENOWAYS, Hugh H. (ed.). Storage of Natural History Collections: a Preventive Conservation approach. SPNHC, 1995. 448p.
SANJAD, Nelson; COSTA, Sue. Comentário III: Reflexões sobre a gestão de coleções biológicas. Anais do Museu Paulista: história e cultura material, São Paulo, v. 29, p 1-15, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29e34 . Disponível em: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/188080. Acesso em: 17 jul. 2024.
SANTOS, Myriam S. Os museus brasileiros e a constituição do imaginário nacional. Sociedade e Estado, Brasília, v. 15, n. 2, p. 271-302, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/se/v15n2/v15n2a05.pdf Acesso em: 5 fev. 2020.
SIMMONS, John. Storage Concerns for fluid-preserved collections. Conserve o gram, n, 11/3, p. 1-4, 1999.
SIMMONS, John E.; MUÑOZ-SABA, Yaneth (Ed.). Cuidado, Manejo y Conservación de las Colecciones Biológicas. Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, 2005.
STANSFIELD, Geoffrey. Conservation and storage: zoological collections. In: THOMPSON, John M.A (ed). Manual of curatorship: a guide to museum practice. 2 ed. London, Boston: Butterworths, 1992. p. 438-447.
VICENTE, Bianca Cristina Ribeiro; OKADA, Wanda Célia Tizuko. Conversas sobre patrimônio: a importância de conhecer e dialogar sobre conservação preventiva. In: ENCONTRO REGIONAL DE PROFISSIONAIS DE MUSEUS, 2019. Anais [...]. Disponível em: https://068fa2a8-a467-4b9d-b7be-152d7f34f6cb.filesusr.com/ugd/0639d7_7c5108651f08411b883cd3112eceb0e1.pdf?index=true Acesso em: 10 set. 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Bianca Cristina Ribeiro Vicente, Sue Anne Regina Ferreira da Costa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Dados de financiamento
-
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Números do Financiamento 301239/2023-1;444338/2018-7