Campo museológico brasileiro: possibilidades de análise a partir da teoria de Pierre Bourdieu
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i38p10-35Palavras-chave:
Museus, Museologia, SimbologiaResumo
O objetivo do texto é debater possibilidades de aplicação da teoria de Pierre Bourdieu para a análise da área da museologia no Brasil. Para isso, situa-se a produção do autor, especialmente aquela relativa aos museus e seus capitais simbólicos. A noção de campo é apresentada enquanto recurso teórico-metodológico, para observar as relações entre quem produz, reproduz e negocia uma visão sobre o que é museu e para que serve. Considerando que agentes (indivíduos e instituições) se aglutinam em posições, propõe-se uma representação do campo museológico brasileiro contemporâneo. A noção de habitus também auxilia a compreensão de como se forma o capital simbólico e qual a sua relevância na dinâmica das relações em torno dos museus. Utilizando dados da trajetória de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri (museóloga atuante entre os anos 1970-1990), observa-se a construção da condição de autoridade, de acordo com as disposições herdadas e cultivadas pelos sujeitos. Problematiza-se a relação entre os corpos que ocupam espaço no campo, suas posições e o capital simbólico que negociam. Conclui-se que a teoria bourdieusiana aporta contribuições para se analisar os museus e a museologia brasileira, desde que não sejam negligenciadas nem as críticas feitas ao autor nem as particularidades do contexto latino-americano.
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