Edifício Jorge Machado Moreira: inventário da materialidade como estratégia para preservação
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i38p112-146Palavras-chave:
Arquitetura moderna, Sistemas e processos construtivos, Plano de gestão da conservaçãoResumo
Apresentamos neste artigo um recorte da tese de doutorado defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que se propôs a discutir a preservação da arquitetura moderna de forma mais abrangente, ampliando o conhecimento e a necessária atribuição de valor aos materiais e tecnologias construtivas que os constituem, expandindo sua significância para além do valor artístico, levando em consideração sua materialidade, como um documento de sua própria história. Aplicamos esta reflexão ao Edifício Jorge Machado Moreira, construído para abrigar a Faculdade Nacional de Arquitetura. Presente desde os primeiros planos concebidos para a cidade universitária da antiga Universidade do Brasil, é um projeto primoroso concebido pelo arquiteto Jorge Machado Moreira que trouxe a experiência adquirida ao longo de sua carreira, em especial o contato com a equipe que projetou o Ministério da Educação e Saúde, da qual fez parte, e a influência de Le Corbusier. O conhecimento aprimorado da conformação deste edifício e seus elementos constituintes se apresenta como tarefa inicial para qualquer proposição de conservação e restauro desta edificação. Para tal, apresentaremos neste artigo os métodos e referenciais teóricos utilizados para o inventário dos materiais de revestimento do edifício, em especial do elemento cerâmico “lajotinha”, sua caracterização, processo de deterioração e o estado de conservação, como forma de criar um arcabouço de informações que sirva de subsídio para um futuro Plano de Gestão da Conservação para o Edifício Jorge Machado Moreira.
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