A formação de alunos bolsistas em museus de ciência: os museus universitários como espaço para a extensão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v15i30espp278-293

Palavras-chave:

Extensão universitária, Educação em museus, Museus de ciência e tecnologia, Museus universitários

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo discutir a formação de alunos de graduação bolsistas de extensão em museus e centros de ciência ligados a universidades. Para tanto, foram enviados questionários aos museus brasileiros cadastrados pela Associação Brasileira de Museus e Centros de Ciência para que fosse feito um levantamento dos museus que possuem alunos bolsistas de extensão. Além disso, foram entrevistados funcionários responsáveis pela formação desses alunos nos museus localizados na cidade do Rio de Janeiro. Na fala dos entrevistados, foi possível notar que a extensão
tem seus objetivos ainda em disputa, sendo necessário superar a visão de extensão que se limite à transmissão do conhecimento. Entretanto, também são verificadas falas que indicam que, na formação dos alunos bolsistas, é
considerada uma visão de extensão dialógica com a sociedade, interdisciplinar e que considera as três dimensões do tripé universitário – ensino, pesquisa e extensão. Desta forma, museus de ciência parecem ser espaços potentes para a formação de mediadores — considerando a produção do conhecimento científico como histórica e culturalmente situada — e para a construção de um ensino de ciências pautado no diálogo entre o conhecimento acadêmico e os saberes do público. Nestas perspectivas, o aluno bolsista de graduação terá, então, papel-chave no processo de mediação entre o conhecimento produzido pela academia e o trazido pelo público aos museus.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Isabel Van Der Ley Lima, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

    Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Biologia Marinha pela Universidade Federal Fluminense. Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora do setor de Ciências Biológicas do Colégio de Aplicação da UFRJ. Possui experiência em Educação, atuando nas áreas: ensino de ciências e biologia; extensão; formação de professores e educação museal.

  • Cristina Carvalho, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

    Doutora e mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professora do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Educação da PUC-Rio. Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação, Museu, Cultura e Infância (GEPEMCI) e do Curso de Especialização em Educação Infantil (PUC-Rio). Tem experiência na área da Educação, atuando principalmente em educação não formal, museus, cultura, educação infantil, formação de professores.

Referências

BRASIL. Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico. Resolução Normativa n.17 de 13 de julho de 2006. Estabelece regras para a concessão de bolsas, 2006. Disponível em: http://www.cnpq.br/view/-/journal_content/56_INSTANCE_0oED/10157/100352 . Acesso em: 30 jun. 2020.

CAZELLI, Sibele.; MARANDINO, Martha.; STUDART, Denise. Educação e comunicação em museus de ciências: aspectos históricos, pesquisa e prática. In: GOUVÊA, Guaracira; MARANDINO, Marandino.; LEAL, Maria Cristina (Eds.). Educação em museus: a construção social do caráter educativo dos museus de ciências. Rio de Janeiro: Acess, 2003. p. 83–106.

CAZELLI, Sibele; VERGARA, Moema de Resende. O passado e o presente das práticas de educação não formal na cidade do Rio de Janeiro. In: I ENCONTRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2007, Niterói. Anais ... Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2007.

COUTINHO-SILVA, Robson; PERSECHINI, Pedro; MASUDA, Masako; KUTENBACH, Eleonora. Interação museu de ciências-universidade: contribuições para o ensino não-formal de ciências. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 57, n. 4, p. 24-25, 2005.

DUARTE, Rosália. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar em Revista, Curitiba, n. 24, p. 213–225, 2004.

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

GOMES, Isabel Lourenço. Formação de mediadores em museus de ciência. 2013. Dissertação (Mestrado em Museologia e Patrimônio) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; MAST, Rio de Janeiro, 2013.

HANDFAS, Esther.; GRANATO, Marcus; LOURENÇO, Marta. Museus de ciência e tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro: três experiências. In: IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL CULTURA MATERIAL E PATRIMÔNIO DA CIÊNCIA E

TECNOLOGIA. Cultura Material e Patrimônio da Ciência e Tecnologia. Anais... Rio de Janeiro: MAST, 2016. p. 42–64.

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Guia dos museus brasileiros. Brasília: Ibram, 2011.

MOITA, Filomena Maria Golçalves da Silva Cordeiro; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra de. Ensino-pesquisa-extensão: um exercício de indissociabilidade na pós-graduação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 41, p. 269–280, 2009.

MOURA, Maria Lúcia Seidl de; FERREIRA, Maria Cristina. Projeto de pesquisa: elaboração, redação e apresentação. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2005.

PAULA, João Antônio. A extensão universitária: história, conceito e propostas. Interfaces - Revista de Extensão, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 5–23, 2013.

POULOT, Dominiq. Museu e a museologia. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

RIO DE JANEIRO (Estado). Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Museus RJ: um guia de memórias e afetividades. Rio de Janeiro, 2013.

Downloads

Publicado

2020-12-21

Como Citar

A formação de alunos bolsistas em museus de ciência: os museus universitários como espaço para a extensão. (2020). Revista CPC, 15(30esp), 278-293. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v15i30espp278-293