Os discursos sobre qualidade de vida para os trabalhadores enquanto mecanismos disciplinares
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v15i1p17-32Palavras-chave:
Psicologia Social, Psicologia do Trabalho, Saúde, Discurso, DisciplinaResumo
O discurso sobre a promoção de qualidade de vida aos trabalhadores apresenta-se disseminado tanto em empresas como em artigos acadêmicos de Psicologia, Administração e Engenharia de Produção. Entretanto, é notável a divergência dos autores quanto à definição e a origem do termo qualidade de vida aos trabalhadores, o que nos motivou a perscrutar diversas obras da área buscando compreender como esse discurso veio a ter um lugar dentre os discursos autorizados (ou considerados verdadeiros). A análise das produções acadêmicas acerca da qualidade de vida no trabalho indicou a existência de três matrizes sobre o tema: Matriz Humanista, Matriz Sociotécnica e Matriz da Qualidade Total. Também analisamos autores que, se não constituem uma matriz referencial, apresentam uma visão crítica das propostas clássicas acerca do tema e as contextualizam em relação a outras áreas do conhecimento. Conclui-se que, ao deixar de abordar o Trabalho e atrelar-se à ideia de Estilo de Vida, os discursos que versam sobre a qualidade de vida aos trabalhadores acabaram por configurar mecanismos disciplinares de internalização de valores e de promoção de hábitos, comportamentos e atitudes considerados "saudáveis" pelos empregadores.Downloads
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