De Kairós a Kronos: metamorfoses do trabalho na linha do tempo

Autores

  • José Clerton de Oliveira Martins Universidade de Fortaleza; Laboratório de Estudos sobre Ócio, Trabalho e Tempo Livre
  • Cássio Adriano Braz de Aquino Universidade Federal do Ceará; Núcleo de Psicologia do Trabalho
  • Iratan Bezerra de Sabóia Universidade Federal do Ceará; Curso de Psicologia
  • Adriana de Alencar Gomes Pinheiro Universidade de Fortaleza; Laboratório de Estudos sobre Ócio, Trabalho e Tempo Livre

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v15i2p219-228

Palavras-chave:

Trabalho, Tempo de trabalho, Tempos sociais, Transformações laborais

Resumo

Neste estudo, buscamos refletir sobre as transformações percebidas na apreensão do termo "trabalho" frente à relação entre sujeito e tempo. Elegemos como ponto de partida de tais ponderações dois mitos gregos, Kronos e Kairós, para demarcar a percepção daquela sociedade em seu estágio mítico-erótico, no intuito de delimitar o registro de um significado do que gera vida (Kairós) e outro do que a consome (Kronos). Sem pretensões de estabelecer definições arraigadas, a proposta é sugerir diálogos e reflexões para delinearmos algumas elaborações sobre o trabalho ao longo da linha do tempo de nossa sociedade ocidental, sem perder a noção de que se trata de mais um recorte possível, entre tantos. O estudo é resultado de investigação bibliográfica, portanto de abordagem qualitativa a partir de consulta a livros, artigos e outras pesquisas publicadas em bases de dados sobre a temática. Os resultados nos levam a inferir que nas sociedades mítico-eróticas os processos de trabalho centravam-se em atividades indistintas, e estas se confundiam com a existência das comunidades, não havendo clara distinção entre trabalho e ócio. Por outro lado, a mudança nos meios de produção e os processos de industrialização conduziram os sujeitos à alienação na cadeia produtiva e ao conhecimento apenas parcial desse processo. Com a vinculação dessa lógica à produção em série, o sujeito não mais vendia produtos, mas, sim, seu tempo. A partir disso, inferimos que, apesar das evoluções registradas, o trabalho segue em sua perspectiva contemporânea, ora no tempo de Kairós, quando se permite a expressão subjetiva, ora tomado por Kronos, quando o sujeito é destituído de sua possibilidade criativa.

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Publicado

2012-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

De Kairós a Kronos: metamorfoses do trabalho na linha do tempo. (2012). Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 15(2), 219-228. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v15i2p219-228