https://www.revistas.usp.br/cpst/gateway/plugin/WebFeedGatewayPlugin/atomCadernos de Psicologia Social do Trabalho2023-07-27T16:20:26-03:00Editoria dos CPSTcpst@usp.brOpen Journal Systems<p>Os Cadernos de Psicologia Social do Trabalho (CPST) são um periódico com publicação em fluxo contínuo, on-line, com acesso aberto e de caráter interdisciplinar. A revista tem por objetivo difundir a produção científica no campo do trabalho e dos processos organizativos, a partir das leituras da psicologia social e de outras disciplinas das ciências humanas e sociais, que se situem no âmbito das perspectivas críticas. Serão priorizadas contribuições que apresentem reflexões sobre situações concretas e proposições que contribuam para processos de transformação na direção da promoção da saúde e da garantia de direitos do trabalhador e da trabalhadora. Neste sentido, destaca-se a centralidade da categoria trabalho e da perspectiva dos trabalhadores, marcando uma diferença epistemológica e ético-política com relação aos enfoques gerencialistas, que atribuem ao trabalhador e à trabalhadora a condição de recursos. A revista aceita artigos apoiados em leituras teóricas diversas, originais e inéditas, nos seguintes formatos: relatos de pesquisa, de intervenção e de experiência, assim como ensaios teóricos. Revisões de literatura serão aceitas apenas quando servirem de base para uma discussão teórica consistente. Mediante consulta aos editores, podem ser aceitas resenhas de livros, traduções e entrevistas. A Revista tem como público-alvo discentes, docentes, pesquisadores e profissionais da Psicologia e de áreas afins interessados no campo do trabalho e dos processos organizativos.</p> <p><em>Versão online</em> ISSN 1981-0490</p> <p>Classificação Qualis Periódicos: A3</p> <p>cpst@usp.br</p>https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/214503Apresentação. Precarização do trabalho e fragilização da vida: desafios para a psicologia do trabalho na atualidade2024-01-18T12:27:11-03:00Thaís Augusta Cunha de Oliveira MáximoVanessa Andrade de Barros
<p>Esta apresentação refere-se ao dossiê "Precarização do trabalho e fragilização da vida: desafios para a psicologia do trabalho na atualidade", que buscou, por meio da difusão desses artigos, colocar em pauta as transformações e a precarização do trabalho e sua relação com a vida de trabalhadores e trabalhadoras, interrogando e refletindo sobre a ofensiva do capital na atualidade dos mundos do trabalho e suas repercussões na saúde e subjetividade dos trabalhadores, alvo do avanço histórico de políticas neoliberais e do desmonte dos serviços e políticas sociais. Pretendemos também trazer reflexões sobre experiências e possibilidades de resistência como instrumentos políticos de fortalecimento da classe trabalhadora.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Thaís Augusta Cunha de Oliveira Máximo, Vanessa Andrade de Barroshttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/213340Centralidade do trabalho e saúde mental2024-01-19T08:50:59-03:00Christophe DejoursPaulo César Zambroni-de-SouzaVanessa Andrade de Barros
<p>Partindo da noção de trabalho vivo, Christophe Dejours apresenta a tese da centralidade do trabalho para a subjetividade e a saúde mental. Para tanto, traz à baila a discussão sobre: a atividade, a insuficiência da tarefa e a experiência de fracasso diante do real; bem como a inteligência do corpo e a afetividade, marcando sua transformação à medida que realiza a atividade, em uma relação dinâmica entre o corpo, a subjetividade e a atividade. Não sendo o trabalho algo solipsista, tais elementos se entrecruzam em meio a outrem, o que requisita a cooperação e os aspectos complexos da formulação de regras para a própria atividade e demanda a confiança, a deliberação coletiva. É nesse coletivo, no viver juntos, que pode ocorrer o reconhecimento que, realizado sobre o que é feito, permite a realização de si no campo social, voltando-se para quem o faz, para uma identidade, que é o que protege a saúde mental. Na ausência da convivialidade e reconhecimento, o trabalho produz sofrimento patógeno. Desse modo, Dejours demonstra que nunca há neutralidade do trabalho no que diz respeito à subjetividade e à identidade, possibilitando a realização de si ou sua destruição.</p>
2023-10-02T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Christophe Dejours; Paulo César Zambroni-de-Souza, Vanessa Andrade de Barroshttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/198047Um carteiro e quarenta assaltos: reflexões sobre o estresse pós-traumático relacionado ao trabalho à luz da teoria do desgaste mental2024-01-18T11:30:45-03:00Renata PaparelliMaria Martha GibelliniMarina Dal Maso Coelho
<p>O artigo objetiva analisar o processo de constituição do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) relacionado ao trabalho de um carteiro que foi submetido a inúmeros assaltos durante sua jornada laboral. O trabalhador foi atendido em psicoterapia individual durante dois anos em uma clínica, período em que os dados foram registrados em relatórios clínicos e posteriormente analisados. Evidencia-se, com apoio da teoria do desgaste mental, que o desgaste, multideterminado, ocorreu em um processo complexo, marcado pelas violências às quais ele foi submetido no trabalho. Além da violência expressa nos assaltos, temos as violências da negligência e da desconfiança presentes na organização do trabalho, que, operando de forma conjugada, resultaram na instalação do quadro. A análise refuta o argumento da inviabilidade da prevenção do TEPT relacionado ao trabalho. Revela-se que é possível enfrentar a produção do transtorno por meio da oferta de condições de trabalho que promovam segurança e que não negligenciem os riscos de assaltos, de modo que a violência vivida não seja negada, nem transformada em desconfiança dirigida aos trabalhadores.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Renata Paparelli, Maria Martha Gibellini, Marina Dal Maso Coelhohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195893O custo da beleza: sofrimento e estratégias defensivas de manicures em salões de beleza do Rio de Janeiro2024-01-18T11:16:49-03:00Maria Rita Soares CarraraAna Heloísa da Costa LemosChristian Kazuo FuzyamaLaila Priscila Graf Ornellas
<p>Este artigo apresenta parte dos resultados de uma dissertação de mestrado cujo objetivo foi compreender as vivências de sofrimento e as estratégias defensivas desenvolvidas por manicures atuantes em salões de beleza. Nesta pesquisa, de caráter qualitativo, conduziram-se entrevistas em profundidade a partir de roteiro semiestruturado com 12 manicures de nove diferentes salões de beleza localizados no município do Rio de Janeiro. As informações levantadas foram analisadas sob a ótica da análise dos núcleos do sentido. Nos resultados, observou-se o agravamento do sofrimento diretamente relacionado às políticas de remuneração praticadas nos salões, à assimilação do ônus do custeamento dos instrumentos de trabalho e à carência de benefícios sociais e trabalhistas. Como estratégias de defesa, observou-se a predominância de estratégias individuais. A pesquisa buscou contribuir para a redução da invisibilização do trabalho de manicures e, a partir da psicodinâmica do trabalho, desvelar a reciprocidade entre as precárias condições de laborais e os fatores geradores de adoecimento psíquico dessas trabalhadoras.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Maria Rita Soares Carrara, Ana Heloísa da Costa Lemos, Christian Kazuo Fuzyama, Laila Priscila Graf Ornellashttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/203345Análise do trabalho na justiça trabalhista: o olhar da clínica da atividade2024-01-19T08:48:34-03:00Rosane Helena Cardoso de MeloTatiana de Lucena TorresErick Idalino MouraJorge Tarcisio da Rocha Falcão
<p>O objetivo deste estudo é analisar o processo saúde-adoecimento mental de secretários de audiência do judiciário trabalhista da Paraíba, que acompanham os juízes nas audiências (contato com as partes, digitação dos termos, encaminhamentos). A clínica da atividade foi o aporte teórico-metodológico escolhido, com o uso da técnica de instrução ao sósia, complementada por entrevistas semiestruturadas e delineamento descritivo para informações sociodemográficas dos participantes. Destacamos como resultados: (a) as relações interpessoais laborais fomentaram ou desregularam a saúde mental dos trabalhadores; (b) o excesso de atribuições, o distanciamento dos pares e inexistência de pausas durante a execução das tarefas favoreceram vivências de sofrimento e impotência; (c) o enfraquecimento dos coletivos e do gênero profissional se relacionaram com a perda da saúde; por outro lado, (d) houve formas de escapar às limitações da atividade, pelos instrumentos criados pelos trabalhadores para se reinventarem e a personalizarem. A articulação entre os secretários de audiências enquanto coletivo de trabalho pode fomentar ações de proteção à saúde mental desses trabalhadores.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Rosane Helena Cardoso de Melo, Tatiana de Lucena Torres, Erick Idalino Moura, Jorge Tarcisio da Rocha Falcãohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/191447Importância do estudo das construções de carreira de adultos(as) emergentes no pós-pandemia: revisão narrativa e agenda de pesquisa para a orientação profissional e de carreira2024-01-18T10:52:32-03:00Marcelo Afonso Ribeiro
<p>A crise gerada pela pandemia da covid-19 vem impactando o mundo do trabalho e os(as) adultos(as) emergentes estão se configurando como um dos grupos que será mais afetado no pós-pandemia, pois irão reconstruir esse mundo e ditar as tendências para seu futuro. Assim, este artigo propôs uma revisão narrativa que legitimasse a importância do estudo das construções de carreira de adultos(as) emergentes no pós-pandemia e as potenciais implicações para a orientação profissional e de carreira (OPC). Para tal, identificou o cenário para potenciais agendas de pesquisa pós-pandemia no campo de estudos do trabalho e sistematizou o estado da arte de estudos sobre construção da carreira de adultos(as) emergentes no Brasil, as lacunas de pesquisas e intervenções em OPC e os principais impactos gerados pela pandemia, destacando os impactos específicos para os(as) adultos(as) emergentes. Todas essas sistematizações apontaram a necessidade de estudar a vida de trabalho desse grupo, que se encontra sub-representado nos estudos de trabalho em geral, com destaque para o campo da OPC, e que, potencialmente, deve sofrer consequências significativas e relevantes no pós-pandemia.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Marcelo Afonso Ribeirohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/193183“As minhas famílias”: gênero, trabalho de cuidados e produção de subjetividades na atuação de mulheres agentes comunitárias de saúde2024-01-18T10:59:46-03:00Larissa Mazzucco BiancoGiovana Ilka Jacinto Salvaro
<p>O presente estudo teve como objetivo compreender como se configuram relações entre gênero e trabalho de cuidado na produção de subjetividade de mulheres agentes comunitárias de saúde. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, construída com base em aportes teóricos dos estudos de gênero e da psicologia social do trabalho. Realizaram-se entrevistas com cinco mulheres que atuavam em um município do sul de Santa Catarina e as declarações obtidas foram analisadas pelo método de análise temática por meio de um processo que possibilitou a construção de três categorias temáticas: “as participantes em seus territórios de trabalho: relações e responsabilidades”, indicando que o território de atuação se constitui como possibilidade de reconhecimento profissional, responsabilização e criação de vínculos; “gênero e trabalho de cuidado: entre o público e o privado”, evidencia que o trabalho da agente comunitária de saúde é marcado pelo gênero; e, por fim, “é cansativo, mas eu gosto: o paradoxo do trabalho”, categoria que aponta que os sentidos atribuídos ao trabalho são paradoxais, pois relataram realização profissional e, ao mesmo tempo, adoecimento físico e psíquico.</p>
2023-07-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Larissa Mazzucco Bianco, Giovana Ilka Jacinto Salvarohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/210332Por que querer (re)descobrir a psicologia do trabalho no Brasil?2024-01-18T11:32:10-03:00Marianne Lacomblez
<p>A história da psicologia do trabalho é plural. Tudo o que se herdou foi sendo objeto de muita controvérsia no âmbito de análises que vieram permitir um melhor esclarecimento de questões deixadas em aberto, consideradas residuais ou até completamente ignoradas. Os posicionamentos críticos deram novo alento aos projetos de renovação da abordagem da experiência humana quando investida na atividade de trabalho. Na academia brasileira, vários contributos o demonstram.</p>
2023-07-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Marianne Lacomblezhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/193406Trabalho, formação e política em debate na pesquisa-intervenção em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Porto Alegre (RS)2024-01-18T11:03:45-03:00Luís Giorgis DiasFernanda Spanier Amador
<p>Este artigo coloca em debate a relação entre trabalho, formação e política a partir de uma experiência de pesquisa-intervenção realizada com trabalhadores de uma Unidade Básica de Saúde do município de Porto Alegre. Iniciamos posicionando a tríade “trabalho-formação-política” esboçando a compreensão que temos dessa relação. A seguir, apresentamos os principais operadores teórico-metodológicos utilizados na pesquisa, destacando o emprego da cartografia e o dispositivo da instrução ao sósia. Por fim, desenvolvemos trechos do material analisado por meio dos operadores conceituais e metodológicos propostos, indicando que a análise da atividade suscita a colocação de problemas aos saberes construídos no trabalho, constituindo outras maneiras de trabalhar em meio a debates que envolvem decisões relacionadas aos impactos do trabalho para os trabalhadores e o território onde atuam. Concluímos, com base na investigação feita, que a construção de saberes ao trabalhar não é somente uma tessitura de si ou de saberes, mas também, e necessariamente, da própria política, visto que viver o/no/pelo trabalho, renormatizando os processos, implica a tessitura dos modos de viver em conjunto.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Luís Giorgis Dias, Fernanda Spanier Amadorhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/196969Covid-19: processo de trabalho da equipe de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva2024-01-18T11:25:11-03:00Carolina CassianoPriscila Andreja OliveiraÁlvaro da Silva Santos
<p>O objetivo deste estudo foi compreender o processo de trabalho da equipe de enfermagem atuante em Unidade de Terapia Intensiva para atendimento de pacientes com covid-19. Tratou-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada e audiogravada, e a interpretação foi realizada a partir da análise temática indutiva. Participaram 28 profissionais de enfermagem, sendo oito enfermeiros gerentes, sete enfermeiros assistenciais e 13 técnicos de enfermagem, todos atuantes na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público no interior de Minas Gerais. O processo de trabalho esteve relacionado à sobrecarga, pressões, sofrimento e impacto dos óbitos. Foram relatadas, positivamente, oportunidades de aprendizado técnico-científico e de inserção no mercado de trabalho. A vacinação proporcionou maior segurança, e os profissionais também refletiram sobre a vida e o seu real valor. Logo, conceder o reconhecimento a esses profissionais diante do trabalho vivenciado e desempenhado denota compromisso social e valorização para com aqueles que fizeram a diferença em uma das maiores pandemias da história.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Carolina Cassiano, Priscila Andreja Oliveira, Álvaro da Silva Santoshttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195592O mal-estar na uberização: reflexões acerca do trabalho na perspectiva da lógica neoliberal2024-01-18T11:07:39-03:00Fabrício Gonçalves FerreiraElzilaine Domingues MendesEmilse Terezinha Naves
<p>O aumento do desemprego e a ampliação das condições de informalidade podem ser considerados fontes de mal-estar e sofrimento psíquico. A fluidez do vínculo entre empregador e empregado suprime as possibilidades de direitos e garantias trabalhistas. Esse é o caso do trabalho uberizado, em que os profissionais atuam na condição de prestadores de serviço e, em geral, são integralmente responsáveis pelo serviço prestado. Considerando essa situação, este estudo buscou discutir as consequências subjetivas ocasionadas pela uberização a partir de entrevistas semiestruturadas, compostas por perguntas disparadoras de conteúdo e amparadas na investigação clínico-interpretativa do método psicanalítico. Para tanto, foram entrevistados quatro entregadores de delivery do município de Catalão (Goiás), que apontaram as condições de informalidade no trabalho, exploração e exaustão. Além disso, as entrevistas evidenciaram a complexidade da lógica neoliberal e o sofrimento psíquico determinado pelos atuais modos de degradação da vida.</p>
2023-07-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Fabrício Gonçalves Ferreira, Elzilaine Domingues Mendes, Emilse Terezinha Naveshttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/190114A precarização do trabalho e a saúde dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial2024-01-18T10:25:41-03:00Yasmin Livia Queiroz SantosVera Lucia NavarroMarisa Aparecida Elias
<p>Esse estudo traz dados de uma pesquisa de doutorado que objetivou conhecer a relação entre a precarização do trabalho e a saúde dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo no campo da Saúde do Trabalhador. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas e observações sistemáticas com os trabalhadores. A partir dos depoimentos e das observações, foram percebidos problemas de ordem de gestão e de recursos materiais e humanos necessários para o bom funcionamento do serviço que geraram preocupação e sofrimento aos profissionais. Um outro componente que também colaborou para a precarização do trabalho desses profissionais foi o trabalho terceirizado. Além disso, os profissionais expressaram suas experiências e seu cotidiano de trabalho por meio de sofrimento, angústia e dificuldades para realização do trabalho. O sofrimento do trabalhador da saúde mental também tem suas particularidades, inerentes ao próprio tipo de trabalho, visto que tais profissionais estão expostos ao sofrimento e à dor de outras pessoas.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Yasmin Livia Queiroz Santos, Vera Lucia Navarro, Marisa Aparecida Eliashttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/191172Trabalho, exploração e suicídio de fumicultores no Rio Grande do Sul2024-01-18T10:43:45-03:00Jovana BernardtMarcelo de Albuquerque Vaz PupoTatiana Dimov
<p>O Rio Grande do Sul se destaca no cultivo do fumo, sendo o estado brasileiro responsável pela maior produção de tabaco do país. Pesquisas apontam que o cultivo do tabaco pode ser bastante insalubre, levando os fumicultores a sofrerem com doenças decorrentes da produção de fumo. Dentre esses problemas de saúde, o suicídio é alarmante. Esta pesquisa teve como objetivo analisar como as relações econômicas com as fumageiras podem impactar a saúde mental de fumicultores, contribuindo para desfechos desfavoráveis no caso das famílias entrevistadas. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com familiares de fumicultores que cometeram suicídio e atores sociais que acompanham esses agricultores. As entrevistas foram analisadas de acordo com o método fenomenológico interpretativo e os resultados foram agrupados em duas categorias de análise: 1) fumicultura como parte constituinte de uma cultura e identidade local; e 2) relação de trabalho entre fumicultores e fumageiras. Os fumicultores apresentam dificuldades na comercialização do tabaco, devido a problemas com suas instituições representativas, além do endividamento provocado por um sistema opressor que mantém os fumicultores subordinados às indústrias de beneficiamento de tabaco em nível técnico e de capital.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Jovana Bernardt, Marcelo de Albuquerque Vaz Pupo, Tatiana Dimovhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/191677Ouçam Mirtes, mãe de Miguel: precarização e resistência no emprego doméstico durante a pandemia2024-01-19T08:57:32-03:00Luciana KindBrunna Rezende FurstCamila Garro GálvezNatália Almeida Ramos
<p>Este artigo é fruto de pesquisa de iniciação científica da PUC Minas sobre trabalho doméstico e pandemia. Em junho de 2020, morreu Miguel, de cinco anos, filho da empregada doméstica Mirtes Renata, que trabalhava durante a pandemia de covid-19. Miguel caiu do edifício enquanto estava sob os cuidados da patroa de Mirtes. A partir do estudo de caso do “caso Miguel”, aliado à bibliografia sobre trabalhadoras domésticas e relações étnico-raciais, buscou-se: (1) observar as relações entre raça, classe e gênero e a naturalização da precarização deste trabalho; (2) analisar o caso Miguel em sua relação com a profissão e movimentos de resistência na luta por direitos, reconhecimento e justiça. Como resultados, observa-se a potência das mobilizações de coalizão entre movimentos sociais e redes de solidariedade para a identificação do caráter estrutural do fenômeno, atuando em forma ampla pela justiça e transformação dessas estruturas. Conclui-se que a pandemia de covid-19 evidenciou a linha direta entre precarização da profissão e a desvalorização das vidas das trabalhadoras domésticas, sendo a morte de Miguel uma consequência da violência e precarização histórica do lugar da mulher negra.</p>
2023-06-02T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Luciana Kind, Brunna Rezende Furst, Camila Garro Gálvez, Natália Almeida Ramoshttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/186145Os sentidos do aposentar-se na visão de sujeitos aposentados2024-01-18T10:04:04-03:00Débora Vargas Ferreira CostaRejane Prevot NascimentoRenan Gomes de Moura
<p>O artigo tem o objetivo de investigar como se dá o processo de interrupção do trabalhar no momento da aposentadoria e como os sujeitos passam por essa experiência em um cenário em que o trabalho é considerado fundamental na vida das pessoas. Foi utilizada metodologia qualitativa, composta por análise de narrativa de entrevistas realizadas com 20 sujeitos aposentados. Os resultados da pesquisa evidenciam que o fator financeiro é bastante relevante, no entanto existem aspectos subjetivos que não são ponderados no momento de parar de trabalhar. De maneira complementar, percebeu-se que ficar sem trabalho em uma sociedade produtivista faz com que os sujeitos se sintam desconfortáveis, mesmo tendo o direito legitimado para o descanso. Eles dizem se sentir julgados como inúteis e improdutivos pela sociedade, o que torna o ócio penoso em muitos momentos. Por fim, as narrativas demonstraram que se aposentar é percebido como ficar velho e sem perspectiva de futuro.</p>
2023-07-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Débora Vargas Ferreira Costa, Rejane Prevot Nascimento, Renan Gomes de Mourahttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/185433“Quero enxergar um pouco mais”: atividades e contexto de trabalho do agente socioeducador2024-01-18T09:59:29-03:00Janine Kieling MonteiroLuiz Gustavo Santos TessaroMarina GuerinAngela Helena Marin
<p>As medidas socioeducativas visam à responsabilização de adolescentes quanto às consequências de atos infracionais cometidos, incluindo sua integração social e privação de liberdade ou restrição de direitos. Os agentes socioeducadores (AS) têm o papel educativo de desenvolver ações que contribuam para ressocialização e manutenção de direitos destes adolescentes e assegurar defesa e proteção social. Objetivou-se avaliar quais são as atividades de socioeducação e segurança desempenhadas por AS e que fatores do seu contexto laboral favorecem ou dificultam a realização do seu trabalho. Foi realizado estudo qualitativo, no qual foram entrevistados 13 AS, de uma instituição na Região Sul do Brasil. Os resultados indicaram que as atividades de socioeducação são feitas de modo mais informal e pontuais, conforme visão de mundo do AS, com foco nos vínculos interpessoais. As de segurança envolvem ações para garantir a salvaguarda das pessoas que circulavam na instituição: contenção física, evitação da violência e vigilância. Conclui-se que os AS necessitam de um programa de educação permanente que permita qualificar as atividades de socioeducação, e que no trabalho seja considerado maior protagonismo deles.</p>
2023-05-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Janine Kieling Monteiro, Luiz Gustavo Santos Tessaro, Marina Guerin, Angela Helena Marinhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/200801A jornada de trabalho e o "Reino da Liberdade"2024-01-18T11:34:21-03:00Victoria de Vasconcelos GomesCássio Adriano Braz de Aquino2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Victoria de Vasconcelos Gomes, Cássio Adriano Braz de Aquinohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/188254Intensificação laboral e gênero profissional de professoras da educação infantil2024-01-18T10:20:04-03:00Francisco Pablo Huascar Aragão PinheiroCristina Silmara Duarte RodriguesElysne CameloFrancisca Valéria de SousaQuitéria Alves MeloNatália Santos MarquesPamella Beserra de Melo
<p><span style="font-weight: 400;">As reformas neoliberais levaram à intensificação do trabalho, dado a exigência de maiores e melhores resultados em contextos laborais com condições insuficientes para realizá-lo. O presente artigo visa compreender, a partir do referencial teórico da Clínica da Atividade, a relação entre intensificação do trabalho docente e gênero profissional. Trata-se de estudo de caso derivado de uma intervenção com seis professoras da Educação Infantil, que utilizou o método de instrução ao sósia. Os registros de áudio produzidos ao longo das instruções ao sósia foram transcritos e submetidos à análise construtivo-interpretativa. O número de alunos por sala, fator inerente à organização do trabalho, era promotor da intensificação, uma vez que exigia mais dos profissionais sem a contrapartida necessária das condições de trabalho. Nesse cenário ocorreu a construção coletiva do que era chamado de “domínio de sala”, norma de proceder não oficializada, relativa às habilidades necessárias à atuação docente para lidar com a intensificação laboral. Houve, assim, a construção de uma cultura profissional que orientava a ação das docentes, de modo a viabilizar a atividade e preservar o poder de agir.</span></p>
2023-04-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Francisco Pablo Huascar Aragão Pinheiro, Cristina Silmara Duarte Rodrigues, Elysne Camelo, Francisca Valéria de Sousa, Quitéria Alves Melo, Natália Santos Marques, Pamella Beserra de Melohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/184737Percepções de mulheres sobre gestação e os sentidos do trabalho 2024-01-18T09:55:02-03:00Jackeline de Souza ToledoJúlia Tomedi MartinsJúlia Gonçalves
<p>O trabalho é central na vida dos indivíduos e os sentidos atribuídos a ele são construídos a partir de percepções subjetivas e influenciados pelo contexto social-histórico. No entanto, marcos da vida como a gestação, para muitas mulheres, exigem reorganização da identidade e de prioridades. Essa pesquisa compreendeu os sentidos do trabalho para mulheres em período gestacional. Para tanto, oito gestantes trabalhadoras foram entrevistadas e os dados submetidos à análise de conteúdo. Um trabalho com sentido, para as entrevistadas, é aquele que proporciona prazer, satisfação e realização. Quanto à relação entre trabalho e gestação, apesar de notarem mudanças no modo de realização das atividades laborais, as mulheres não consideram a gravidez um impeditivo e consideram o trabalho como fonte de segurança financeira e de subsistência. Dessa forma, identifica-se um deslocamento dos sentidos do trabalho que antes eram predominantemente positivos, e durante a gestação ocorre o fortalecimento da perspectiva instrumental. Refletir sobre as percepções entre o trabalho e a gestação permite construir subsídios capazes de mitigar aspectos de desigualdade e discriminação deste contexto.</p>
2023-03-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Srta Jackeline Toledo, Srta Júlia Gonçalves, Srta Júlia Tomedihttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/186710Trabalho, gestão e saúde-adoecimento: um estudo qualitativo sobre as vivências de bancários no Rio Grande do Sul2022-12-13T09:44:13-03:00Clara Faes SchönardieMayte Raya Amazarray
<p>Este estudo teve o intuito de conhecer a vivência de trabalhadores bancários no que diz respeito às relações entre organização do trabalho e saúde mental. Foram realizados grupos focais em que participaram bancários de diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Os tópicos de discussão buscavam compreender como os profissionais vivenciavam suas experiências laborais. As sessões grupais foram transcritas e submetidas à análise de conteúdo qualitativa, resultando em três grandes categorias: sentido do trabalho, gestão do trabalho bancário, e trabalho e adoecimento. Constatou-se que o sentido do trabalho se apresenta primordialmente como meio de subsistência; e as metas, excessivamente elevadas, contribuem para os trabalhadores renunciarem seus valores éticos. O sofrimento psíquico causado pelo trabalho influencia as relações interpessoais dos participantes, empobrecendo-as do ponto de vista afetivo. Evidenciou-se a necessidade da discussão política da relação entre trabalho e saúde/adoecimento. A partir deste estudo, aposta-se na ação coletiva e na retomada de laços de solidariedade como forma de resistência às estratégias de gestão individualizantes e alienantes.</p>
2022-12-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Clara Faes Schönardie, Mayte Raya Amazarrayhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/186389“Patrão é patrão, empregado é empregado”: identidade profissional de domésticas2022-12-13T09:44:13-03:00Luciana MourãoLucimar dos Santos ReisLuara CarvalhoHugo Leonardo Póvoa Sandall
<p>O trabalho doméstico vem passando por mudanças, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, as mudanças no trabalho doméstico têm sido impulsionadas pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013. Esta pesquisa objetivou discutir a identidade profissional e as relações de trabalho de empregadas domésticas brasileiras a partir dos discursos das próprias trabalhadoras. Assim, foram realizadas dez entrevistas em profundidade, sendo cinco com empregadas mensalistas e cinco com diaristas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas. Seguindo o método de análise dos núcleos de sentido, foram identificados dois núcleos centrais: ingresso na profissão e identidade profissional; e ambiguidade na relação empregada-empregadora ou empregador. Os discursos das trabalhadoras domésticas sinalizaram uma inserção precoce no mundo do trabalho e uma identidade profissional tênue, com relações dúbias entre patroas e empregadas e dúvidas quanto ao reconhecimento e valorização por parte dos empregadores. Os resultados são discutidos à luz da literatura da área e do contexto atual.</p>
2022-12-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Luciana Mourão, Lucimar dos Santos Reis, Luara Carvalho, Hugo Leonardo Póvoa Sandallhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/181917Relações de gênero e trabalho das mulheres na Cadernos de Psicologia Social e do Trabalho: um balanço de suas duas primeiras décadas (1998-2018)2024-01-18T09:43:45-03:00Jéssika Sonaly Vasconcelos Barbosa de MeloJoyce Cristina RodriguesMaria Fernanda Aguilar LaraHenrique Araujo Aragusuku
<p>A relação entre trabalho e gênero tem se apresentado como um frutífero campo de estudos nas ciências sociais e humanas. O crescente interesse por essa relação também está presente na Psicologia. Em especial, no campo da Psicologia Social do Trabalho as análises sobre os processos de trabalho são articuladas com dimensões fundamentais para a compreensão do funcionamento da sociedade, tais como raça, classe e gênero. Neste trabalho, por meio de uma revisão de caráter narrativo, buscamos descrever e analisar como o trabalho das mulheres e as relações de gênero têm sido investigados nos artigos publicados na revista Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. Para isso, levantamos os artigos publicados nessa revista de 1998 a 2018, selecionando um corpus total de 72 artigos. Nossa análise foi dividida em duas etapas: na primeira, abarcamos uma análise descritiva do corpus, e na segunda, realizamos uma profunda análise qualitativa. Os resultados da análise descritiva apontaram que houve um aumento no número total de publicações que abordam questões de gênero e uma diminuição no número proporcional em relação ao total de artigos publicados. Com base na análise qualitativa, argumentamos que ainda existem desafios teóricos e metodológicos a serem superados para que a temática se consolide na psicologia social do trabalho.</p>
2023-03-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Jéssika Sonaly Vasconcelos Barbosa-de-Melo, Joyce Cristina Rodrigues, Maria Fernanda Aguilar Lara, Henrique Araujo Aragusukuhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195283O trabalho na história de vida de mulheres egressas de um projeto em Economia Solidária2024-01-18T12:11:01-03:00Rayssa Rosany de Castro Silva Manuella Castelo Branco PessoaMaria de Fatima Pereira AlbertoMariana Moura Nóbrega
<p>Este artigo tem como objetivo compreender os sentidos atribuídos ao processo de incubação realizado por mulheres egressas de um projeto em economia solidária em uma Incubadora de Empreendimentos Solidários, a partir de suas trajetórias de vida e de trabalho delas. Trata-se de pesquisa qualitativa exploratória, realizada através das ferramentas de história de vida e grupo de discussão, utilizando-se da análise de núcleos de significação. São mulheres diversas, que lutam pelo seu sustento e não conseguem se definir dissociadas do trabalho, sendo a maioria delas as responsáveis por atividades dentro e fora da esfera do lar. As histórias contadas revelaram que, mesmo que essas mulheres trabalhadoras não tenham alcançado um entendimento total da economia solidária enquanto modelo produtivo, as experiências vivenciadas no processo de incubação foram formativas.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Rayssa Rosany de Castro Silva , Manuella Castelo Branco Pessoa, Maria de Fatima Pereira Alberto, Mariana Moura Nóbregahttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/183302Os efeitos iatrogénicos das técnicas de gestão2022-12-13T09:44:14-03:00João Paulo de Sousa Areosa
<p>O principal objetivo deste texto é apresentar uma perspectiva crítica aos efeitos das técnicas de gestão empresariais sobre a saúde dos trabalhadores. Sabemos que o trabalho é um elemento central na vida das pessoas, porque, entre outros aspetos, a subsistência humana depende maioritariamente do fator trabalho. Essa é uma dimensão ética que tende a ser ignorada no universo laboral contemporâneo. As modernas técnicas de gestão, nomeadamente, a intensificação do trabalho, a qualidade total, a avaliação individual de desempenho, o aumento da precarização, a gestão pelo estresse ou a terceirização estão a destruir as relações sociais de trabalho e, consequentemente, a saúde dos trabalhadores. O adoecimento por via do trabalho é um problema social grave e a sua resolução parece difícil de alcançar, pelo menos nos tempos mais próximos, caso não se alterem profundamente as atuais técnicas de gestão empresariais.</p>
2022-12-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 João Paulo de Sousa Areosahttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/183492O trabalho como dispositivo de inclusão e exclusão na criminalidade: uma poção mágica para a oficina do diabo?2022-12-13T09:44:14-03:00Tatiane Alves de MeloEloísio Moulin de Souza
<p>Este artigo analisa a atuação do trabalho como dispositivo de inclusão e exclusão na criminalidade, a partir das histórias de vida de um ex-interno do Sistema Socioeducativo e egresso do Sistema Prisional da Região Sudeste do Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo, por meio do método biográfico, que considerou os relatos da história de vida de um sujeito do gênero masculino. Recolhidos a partir de entrevistas em profundidade, os relatos foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Foi possível compreender o trabalho como um dispositivo que paradoxalmente opera tanto na inclusão, quanto na exclusão de um indivíduo na criminalidade. O sujeito é incluído em atividades lícitas, na vida de trabalhador de boa conduta, e simultaneamente na vida de trabalhador-traficante, que pratica atividades ilícitas por meio da criminalidade. O trabalho não atua como uma poção mágica na exclusão da criminalidade; e não cumpre esse papel de salvador para os sujeitos considerados (ex)criminosos. O dispositivo trabalho não pode ser visto como uma panaceia que vai dar conta da fragilidade de tantos outros que atuam na sociedade e por ela são produzidos.</p>
2022-12-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Tatiane Alves de Melo, Eloísio Moulin de Souza https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195750Plataformização do trabalho em mercado periférico: uma análise ergológica de implicações nas condições de vida e de trabalho de motoristas e entregadores/as no contexto brasileiro2024-01-18T12:26:17-03:00Cirlene de Souza ChristoLetícia Pessoa Masson
<p>Em um quadro em que se constata a ampliação exponencial da exploração do trabalho por plataformas digitais e de discussões sobre a relação de funcionalidade entre os mercados centrais e periféricos de trabalho, propõe-se aqui uma análise do trabalho de entregadores/as e motoristas por aplicativos no contexto social, político e econômico brasileiro. O objetivo é identificar normas e valores em circulação nas experiências dos trabalhadores no entrecruzamento de seus contextos de vida e trabalho. Com base no referencial teórico da Ergologia, realizou-se uma pesquisa qualitativa com vistas à aproximação das vivências e atividades dos sujeitos por meio de entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam valores em circulação nos debates de normas que entram em conflito entre o ideal de liberdade anunciado pelas empresas-plataforma, o controle e o direcionamento do trabalho operado por elas via gerenciamento algorítmico e a iminência de perda da fonte de sustento. Afirma-se, afirma-se a importância da construção de caminhos coletivos de produção da saúde, seja no âmbito macrossocial ou na experiência concreta e cotidiana de trabalho.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Cirlene de Souza Christo, Letícia Pessoa Massonhttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195391Vivências de professores(as) no contexto do ensino remoto em período de pandemia: a inserção do trabalho remoto e as repercussões em sua saúde mental2024-01-18T12:15:34-03:00Anna Patrícia Barros MendesEdil Ferreira da Silva
<p>Este estudo tem como objetivo analisar as vivências subjetivas de professores(as) em relação às transformações que ocorreram em sua prática docente com a adoção do trabalho remoto no contexto da pandemia da covid-19. Para isso, utilizou-se, como arcabouço teórico-metodológico, a Psicodinâmica do Trabalho (PDT). Trata-se de um estudo qualitativo, cujos dados foram coletados em encontros coletivos de discussão via Google Meet. Os resultados foram organizados em núcleos dos sentidos, que caracterizam o contexto de trabalho nas dimensões “condições” e “organização do trabalho”. O estudo mostrou que o trabalho em contexto remoto favoreceu as vivências de sofrimento nos(as) professores(as), que foram acometidos de sofrimento patogênico e sofrimento criativo. Espera-se que esses resultados possam subsidiar ações em políticas públicas, voltadas para o fazer do profissional docente, e orientar pesquisas subsequentes sobre temas correlatos.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Anna Patrícia Barros Mendes, Edil Ferreira da Silvahttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/184320A pandemia e o “Lobo Mau” da Psicologia: sobre a formação e a prática da(o) psicóloga(o) do trabalho e organizacional2022-12-13T09:44:13-03:00Julio Carlos Figueiredo
<p>Este trabalho tem como objetivo realizar balanço avaliativo e leitura livre das principais questões presentes no texto “O papel do psicólogo na organização industrial (notas sobre o “Lobo Mau” em psicologia)” escrito por Wanderley Codo, publicado em 1984 no livro <em>Psicologia social: O homem em movimento</em>. A proposta assume outra dimensão diante da pandemia do coronavírus, que eclodiu no mundo em dezembro de 2019. Considerando o texto, ainda hoje, de extrema pertinência, propomos seu balanço crítico e uma atualização que aprimore sua influência na formação e atuação da(o) psicóloga(o) do trabalho e organizacional. Busca-se identificar as principais determinações do capital e seus representantes no ambiente de trabalho, sem negar as possibilidades de ajuda às(aos) trabalhadoras(es), em defesa do posto de trabalho, da saúde e da qualidade de vida. São apresentadas indicações de estratégias e táticas para a formação e atuação crítica das(os) profissionais da área. Na conclusão, faz-se uma indicação sucinta das prováveis consequências pós-pandemia para as(os) trabalhadoras(es), diante das quais as(os) psicólogas(os) da área precisarão responder aos desafios colocados.</p>
2022-12-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Julio Carlos Figueiredohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195702Experiências de precarização do trabalho na América Latina: migração e empreendedorismo como apostas para o futuro2024-01-18T12:21:50-03:00Carolyne Reis BarrosAndrea PujolJosé Newton Garcia de Araújo
<p>A análise do trabalho convoca à ampliação de referências epistemológicas e metodológicas para produzir transformações a partir de suas distintas realidades e dimensões. Nesse sentido, as abordagens das Clínicas do Trabalho se mostram como um caminho para compreender as relações entre subjetividade e trabalho, considerando suas condições concretas. O objetivo deste artigo é discutir, com base nas Clínicas do Trabalho, a relação entre processos de trabalho precarizado e a subjetividade de trabalhadores e trabalhadoras, em dois contextos laborais e territoriais distintos. Assim, parte-se de duas pesquisas para pensar esta mobilização. Na primeira, foram realizadas entrevistas em profundidade com haitianos(as) que residiam em Contagem/MG, a fim de compreendermos as dimensões psicossociais da migração para migrantes haitianos a partir das categorias território e trabalho. A segunda pesquisa buscou compreender as trajetórias empreendedoras no Uruguai e na Argentina a partir de um estudo sobre empreendedorismo nos dois países, que incluiu entrevistas biográficas com 18 empreendedores. Tais experiências possuem em comum a presença do desemprego nas trajetórias laborais de trabalhadoras e trabalhadores entrevistados(as) e uma característica básica do precariado: a ausência de um projeto de futuro que possibilite a construção de existências emancipatórias, o que pode ser fonte de sofrimento psíquico.</p>
2023-12-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Carolyne Reis Barros, Andrea Pujol, José Newton Garcia de Araújohttps://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/182577Muito além de 90 minutos: narrativas de atletas profissionais do futebol2022-12-13T09:44:14-03:00Mariana Rambaldi do NascimentoFernando de Oliveira Vieira
<p>Esta pesquisa objetiva compreender as narrativas de atletas profissionais do futebol a partir de conceitos da psicodinâmica do trabalho, identificando vivências de prazer e sofrimento no trabalho e suas estratégias de defesa. Para isso, foram aplicadas duas técnicas de coleta de dados com profissionais do esporte: entrevistas semiestruturadas e Lego® Serious Play.<br />Também participaram da pesquisa outros atores presentes no cenário do futebol, como empresários, mães de atletas e técnicos. A análise do material qualitativo foi feita sob as diretrizes de Johnny Saldaña. Os resultados indicam que essa categoria de trabalhadores está exposta a práticas de gestão produtivistas. Os atletas adotam estratégias defensivas para lidarem com o sofrimento; entretanto, em alguns momentos, tal sofrimento pode desencadear patologias. A qualidade do trabalho exercido no esporte indica o nível da cooperação, pois, apesar de ser um ambiente competitivo, quando os atletas conseguem estabelecer vínculos e confiança no trabalho do outro, cria-se um espaço prazeroso, em que a cooperação fortalece o coletivo.</p>
2022-12-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Mariana Rambaldi, Fernando de Oliveira Vieira