Cadernos de Psicologia Social do Trabalho https://www.revistas.usp.br/cpst <p>Os Cadernos de Psicologia Social do Trabalho (CPST) são um periódico com publicação em fluxo contínuo, on-line, com acesso aberto e de caráter interdisciplinar. A revista tem por objetivo difundir a produção científica no campo do trabalho e dos processos organizativos, a partir das leituras da psicologia social e de outras disciplinas das ciências humanas e sociais, que se situem no âmbito das perspectivas críticas. Serão priorizadas contribuições que apresentem reflexões sobre situações concretas e proposições que contribuam para processos de transformação na direção da promoção da saúde e da garantia de direitos do trabalhador e da trabalhadora. Neste sentido, destaca-se a centralidade da categoria trabalho e da perspectiva dos trabalhadores, marcando uma diferença epistemológica e ético-política com relação aos enfoques gerencialistas, que atribuem ao trabalhador e à trabalhadora a condição de recursos. A revista aceita artigos apoiados em leituras teóricas diversas, originais e inéditas, nos seguintes formatos: relatos de pesquisa, de intervenção e de experiência, assim como ensaios teóricos. Revisões de literatura serão aceitas apenas quando servirem de base para uma discussão teórica consistente. Mediante consulta aos editores, podem ser aceitas resenhas de livros, traduções e entrevistas. A Revista tem como público-alvo discentes, docentes, pesquisadores e profissionais da Psicologia e de áreas afins interessados no campo do trabalho e dos processos organizativos.</p> <p><em>Versão online</em> ISSN 1981-0490</p> <p>Classificação Qualis Periódicos: A3</p> <p>cpst@usp.br</p> pt-BR <p>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e da publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e da publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.</p> <p><img src="https://mirrors.creativecommons.org/presskit/buttons/88x31/png/by-nc.png" /></p> cpst@usp.br (Editoria dos CPST) tercrist@gmail.com (Teresa Cristina Peres) Seg, 13 Mar 2023 00:00:00 -0300 OJS 3.2.1.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Relações de gênero e trabalho das mulheres na Cadernos de Psicologia Social e do Trabalho: uma revisão bibliográfica (1998-2018) https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/181917 <p>A relação entre trabalho e gênero tem se apresentado como um frutífero campo de estudos nas ciências sociais e humanas. O crescente interesse por essa relação também está presente na Psicologia. Em especial, no campo da Psicologia Social do Trabalho as análises sobre os processos de trabalho são articuladas com dimensões fundamentais para a compreensão do funcionamento da sociedade, tais como raça, classe e gênero. Neste trabalho, por meio de uma revisão de caráter narrativo, buscamos descrever e analisar como o trabalho das mulheres e as relações de gênero têm sido investigados nos artigos publicados na revista Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. Para isso, levantamos os artigos publicados nessa revista de 1998 a 2018, selecionando um corpus total de 72 artigos. Nossa análise foi dividida em duas etapas: na primeira, abarcamos uma análise descritiva do corpus, e na segunda, realizamos uma profunda análise qualitativa. Os resultados da análise descritiva apontaram que houve um aumento no número total de publicações que abordam questões de gênero e uma diminuição no número proporcional em relação ao total de artigos publicados. Com base na análise qualitativa, argumentamos que ainda existem desafios teóricos e metodológicos a serem superados para que a temática se consolide na psicologia social do trabalho.</p> Jéssika Sonaly Vasconcelos Barbosa-de-Melo, Joyce Cristina Rodrigues, Maria Fernanda Aguilar Lara, Henrique Araujo Aragusuku Copyright (c) 2023 Jéssika Sonaly Vasconcelos Barbosa-de-Melo, Joyce Cristina Rodrigues, Maria Fernanda Aguilar Lara, Henrique Araujo Aragusuku http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/181917 Seg, 13 Mar 2023 00:00:00 -0300 Percepções de mulheres sobre gestação e os sentidos do trabalho https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/184737 <p>O trabalho é central na vida dos indivíduos e os sentidos atribuídos a ele são&nbsp;construídos a partir de percepções subjetivas e influenciados pelo contexto social-histórico. No entanto, marcos da vida como a gestação, para muitas mulheres, exigem reorganização da identidade e de prioridades. Essa pesquisa compreendeu os sentidos do trabalho para mulheres em período gestacional. Para tanto, oito gestantes trabalhadoras foram entrevistadas e os dados submetidos à análise de conteúdo. Um trabalho com sentido, para as entrevistadas, é aquele que proporciona prazer, satisfação e realização. Quanto à relação entre trabalho e gestação, apesar de notarem mudanças no modo de realização das atividades laborais, as mulheres não consideram a gravidez um impeditivo e consideram o trabalho como fonte de segurança financeira e de subsistência. Dessa forma, identifica-se um deslocamento dos sentidos do trabalho que antes eram predominantemente positivos, e durante a gestação ocorre o fortalecimento da perspectiva instrumental. Refletir sobre as percepções entre o trabalho e a gestação permite construir subsídios capazes de mitigar aspectos de desigualdade e discriminação deste contexto.</p> Jackeline de Souza Toledo, Júlia Tomedi Martins, Júlia Gonçalves Copyright (c) 2023 Srta Jackeline Toledo, Srta Júlia Gonçalves, Srta Júlia Tomedi http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/184737 Seg, 13 Mar 2023 00:00:00 -0300 “Quero enxergar um pouco mais”: atividades e contexto de trabalho do agente socioeducador https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/185433 <p>As medidas socioeducativas visam à responsabilização de adolescentes quanto às consequências de atos infracionais cometidos, incluindo sua integração social e privação de liberdade ou restrição de direitos. Os agentes socioeducadores (AS) têm o papel educativo de desenvolver ações que contribuam para ressocialização e manutenção de direitos destes adolescentes e assegurar defesa e proteção social. Objetivou-se avaliar quais são as atividades de socioeducação e segurança desempenhadas por AS e que fatores do seu contexto laboral favorecem ou dificultam a realização do seu trabalho. Foi realizado estudo qualitativo, no qual foram entrevistados 13 AS, de uma instituição na Região Sul do Brasil. Os resultados indicaram que as atividades de socioeducação são feitas de modo mais informal e pontuais, conforme visão de mundo do AS, com foco nos vínculos interpessoais. As de segurança envolvem ações para garantir a salvaguarda das pessoas que circulavam na instituição: contenção física, evitação da violência e vigilância. Conclui-se que os AS necessitam de um programa de educação permanente que permita qualificar as atividades de socioeducação, e que no trabalho seja considerado maior protagonismo deles.</p> Janine Kieling Monteiro, Luiz Gustavo Santos Tessaro, Marina Guerin, Angela Helena Marin Copyright (c) 2023 Janine Kieling Monteiro, Luiz Gustavo Santos Tessaro, Marina Guerin, Angela Helena Marin http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/185433 Ter, 30 Mai 2023 00:00:00 -0300 Os sentidos do aposentar-se na visão de sujeitos aposentados https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/186145 <p>O artigo tem o objetivo de investigar como se dá o processo de interrupção do trabalhar no momento da aposentadoria e como os sujeitos passam por essa experiência em um cenário em que o trabalho é considerado fundamental na vida das pessoas. Foi utilizada metodologia qualitativa, composta por análise de narrativa de entrevistas realizadas com 20 sujeitos aposentados. Os resultados da pesquisa evidenciam que o fator financeiro é bastante relevante, no entanto existem aspectos subjetivos que não são ponderados no momento de parar de trabalhar. De maneira complementar, percebeu-se que ficar sem trabalho em uma sociedade produtivista faz com que os sujeitos se sintam desconfortáveis, mesmo tendo o direito legitimado para o descanso. Eles dizem se sentir julgados como inúteis e improdutivos pela sociedade, o que torna o ócio penoso em muitos momentos. Por fim, as narrativas demonstraram que se aposentar é percebido como ficar velho e sem perspectiva de futuro.</p> Débora Vargas Ferreira Costa, Rejane Prevot Nascimento, Renan Gomes de Moura Copyright (c) 2023 Débora Vargas Ferreira Costa, Rejane Prevot Nascimento, Renan Gomes de Moura http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/186145 Seg, 10 Jul 2023 00:00:00 -0300 Intensificação laboral e gênero profissional de professoras da educação infantil https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/188254 <p><span style="font-weight: 400;">As reformas neoliberais levaram à intensificação do trabalho, dado a exigência de maiores e melhores resultados em contextos laborais com condições insuficientes para realizá-lo. O presente artigo visa compreender, a partir do referencial teórico da Clínica da Atividade, a relação entre intensificação do trabalho docente e gênero profissional. Trata-se de estudo de caso derivado de uma intervenção com seis professoras da Educação Infantil, que utilizou o método de instrução ao sósia. Os registros de áudio produzidos ao longo das instruções ao sósia foram transcritos e submetidos à análise construtivo-interpretativa. O número de alunos por sala, fator inerente à organização do trabalho, era promotor da intensificação, uma vez que exigia mais dos profissionais sem a contrapartida necessária das condições de trabalho. Nesse cenário ocorreu a construção coletiva do que era chamado de “domínio de sala”, norma de proceder não oficializada, relativa às habilidades necessárias à atuação docente para lidar com a intensificação laboral. Houve, assim, a construção de uma cultura profissional que orientava a ação das docentes, de modo a viabilizar a atividade e preservar o poder de agir.</span></p> Francisco Pablo Huascar Aragão Pinheiro, Cristina Silmara Duarte Rodrigues, Elysne Camelo, Francisca Valéria de Sousa, Quitéria Alves Melo, Natália Santos Marques, Pamella Beserra de Melo Copyright (c) 2023 Francisco Pablo Huascar Aragão Pinheiro, Cristina Silmara Duarte Rodrigues, Elysne Camelo, Francisca Valéria de Sousa, Quitéria Alves Melo, Natália Santos Marques, Pamella Beserra de Melo http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/188254 Qua, 05 Abr 2023 00:00:00 -0300 Ouçam Mirtes, mãe de Miguel: precarização e resistência no emprego doméstico durante a pandemia https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/191677 <p>Este artigo é fruto de pesquisa de iniciação científica da PUC Minas sobre trabalho doméstico e pandemia. Em junho de 2020, morreu Miguel, de cinco anos, filho da empregada doméstica Mirtes Renata, que trabalhava durante a pandemia de covid-19. Miguel caiu do edifício enquanto estava sob os cuidados da patroa de Mirtes. A partir do estudo<br />de caso do “caso Miguel”, aliado à bibliografia sobre trabalhadoras domésticas e relações étnico-raciais, buscou-se: (1) observar as relações entre raça, classe e gênero e a naturalização da precarização deste trabalho; (2) analisar o caso Miguel em sua relação com a profissão e movimentos de resistência na luta por direitos, reconhecimento e justiça. Como resultados, observa-se a potência das mobilizações de coalizão entre movimentos sociais e redes de solidariedade para a identificação do caráter estrutural do fenômeno, atuando em forma ampla pela justiça e transformação dessas estruturas. Conclui-se que a pandemia de covid-19 evidenciou a linha direta entre precarização da profissão e a desvalorização das vidas das trabalhadoras domésticas, sendo a morte de Miguel uma consequência da violência e precarização histórica do lugar da mulher negra.</p> Luciana Kind, Brunna Rezende Furst, Camila Garro Gálvez, Natália Almeida Ramos Copyright (c) 2023 Luciana Kind, Brunna Rezende Furst, Camila Garro Gálvez, Natália Almeida Ramos http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/191677 Sex, 02 Jun 2023 00:00:00 -0300 “As minhas famílias”: gênero, trabalho de cuidados e produção de subjetividades na atuação de mulheres agentes comunitárias de saúde https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/193183 <p>O presente estudo teve como objetivo compreender como se configuram relações entre gênero e trabalho de cuidado<br />na produção de subjetividade de mulheres agentes comunitárias de saúde. Trata-se de uma pesquisa de abordagem<br />qualitativa, construída com base em aportes teóricos dos estudos de gênero e da psicologia social do trabalho.<br />Realizaram-se entrevistas com cinco mulheres que atuavam em um município do sul de Santa Catarina e as declarações<br />obtidas foram analisadas pelo método de análise temática por meio de um processo que possibilitou a construção de<br />três categorias temáticas: “as participantes em seus territórios de trabalho: relações e responsabilidades”, indicando que<br />o território de atuação se constitui como possibilidade de reconhecimento profissional, responsabilização e criação de<br />vínculos; “gênero e trabalho de cuidado: entre o público e o privado”, evidencia que o trabalho da agente comunitária<br />de saúde é marcado pelo gênero; e, por fim, “é cansativo, mas eu gosto: o paradoxo do trabalho”, categoria que aponta<br />que os sentidos atribuídos ao trabalho são paradoxais, pois relataram realização profissional e, ao mesmo tempo,<br />adoecimento físico e psíquico.</p> Larissa Mazzucco Bianco, Giovana Ilka Jacinto Salvaro Copyright (c) 2023 Larissa Mazzucco Bianco, Giovana Ilka Jacinto Salvaro http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/193183 Ter, 25 Jul 2023 00:00:00 -0300 O mal-estar na uberização: reflexões acerca do trabalho na perspectiva da lógica neoliberal https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195592 <p>O aumento do desemprego e a ampliação das condições de informalidade podem ser considerados fontes de mal-estar e sofrimento psíquico. A fluidez do vínculo entre empregador e empregado suprime as possibilidades de direitos e garantias trabalhistas. Esse é o caso do trabalho uberizado, em que os profissionais atuam na condição de prestadores de serviço e, em geral, são integralmente responsáveis pelo serviço prestado. Considerando essa situação, este estudo buscou discutir as consequências subjetivas ocasionadas pela uberização a partir de entrevistas semiestruturadas, compostas por perguntas disparadoras de conteúdo e amparadas na investigação clínico-interpretativa do método psicanalítico. Para tanto, foram entrevistados quatro entregadores de delivery do município de Catalão (Goiás), que apontaram as condições de informalidade no trabalho, exploração e exaustão. Além disso, as entrevistas evidenciaram a complexidade da lógica neoliberal e o sofrimento psíquico determinado pelos atuais modos de degradação da vida.</p> Fabrício Gonçalves Ferreira, Elzilaine Domingues Mendes, Emilse Terezinha Naves Copyright (c) 2023 Fabrício Gonçalves Ferreira, Elzilaine Domingues Mendes, Emilse Terezinha Naves http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/195592 Ter, 25 Jul 2023 00:00:00 -0300 Por que querer (re)descobrir a psicologia do trabalho no Brasil? https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/210332 <p>A história da psicologia do trabalho é plural. Tudo o que se herdou foi sendo objeto de muita controvérsia no âmbito de análises que vieram permitir um melhor esclarecimento de questões deixadas em aberto, consideradas residuais ou até completamente ignoradas. Os posicionamentos críticos deram novo alento aos projetos de renovação da abordagem da experiência humana quando investida na atividade de trabalho. Na academia brasileira, vários contributos o demonstram.</p> Marianne Lacomblez Copyright (c) 2023 Marianne Lacomblez http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/210332 Ter, 25 Jul 2023 00:00:00 -0300