Táticas operárias de defesa de si: controle da produção fabril, do corpo e dos valores
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v14i2p295-310Palavras-chave:
Trabalho, Operário, Sujeito, Valores, CorpoResumo
As relações estabelecidas pelos operários e os modos com que constroem o cotidiano fabril revelam táticas de autodefesa, tanto no que se refere ao seu corpo quanto aos seus valores culturais. Analisar essas táticas, apresentando algumas formas concretas de sua realização, consiste no objetivo focal deste artigo. A abordagem empregada aqui é qualitativa, concretizada pelo método rede social, sendo as entrevistas individuais e semidiretivas a principal técnica utilizada para apreender as interpretações de operários de metalúrgicas do ABC, região metropolitana de São Paulo. Sua análise é constituída tanto pelos achados revelados pelos sujeitos de pesquisa entrevistados quanto por autores de diferentes áreas do conhecimento, imprimindo, portanto, uma perspectiva pluridisciplinar. Os resultados desta pesquisa revelam: o controle da produção, pelo operário, a partir do ritmo do seu corpo; a elaboração de estratégia contra a intensificação do trabalho; a existência de conflitos entre os seus limites corporais e os seus valores culturais e a introdução de marcas pessoais na construção de objetos-massa. Por meio desses resultados, conclui-se que o operário não se porta passiva e mecanicamente em seu trabalho, mas demonstra, em grande medida, posturas ativas de sujeitos interventores em seu cotidiano na fábrica, ainda que se restrinja a instâncias mais intimistas, portanto, agindo astuciosamente.Downloads
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