A representação do feminino em duas traduções para o português brasileiro de A vegetariana, de Han Kang

Autores

  • Carolina de Mello Guimarães Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i27p285-307

Palavras-chave:

Estudos da Tradução, Tradução feminista, Literatura coreana, Tradução literária

Resumo

A escrita implica em uma materialização da subjetividade, tanto por parte da escritora/autora quanto por parte da tradutora/autora. Nesse sentido, as questões de gênero, tão importantes para como o indivíduo se vê na sociedade, se mostram um interessante ponto de discussão nos estudos da tradução. A fim de entender como o feminino é representado de maneiras distintas por tradutoras ou tradutores distintos, analisamos o caso das duas traduções para o português brasileiro do romance sul-coreano A Vegetariana, de Han Kang. Para tal, usamos como aporte teórico pensadoras da tradução feminista que apontam a centralidade da tradução na representação dos gêneros em textos literários. Com base nisso, comparamos a primeira tradução da obra no Brasil, feita por Yun Jung Im, e a retradução, feita por Jae Hyung Woo. Através da análise dos textos, percebemos que as escolhas de cada tradutor resultam em interpretações diferentes no que diz respeito às questões femininas abordadas. Como o romance tem como um de seus temas centrais a mulher e as violências que sofre na sociedade, cada uma das traduções impacta significativamente a leitura e análise literária. 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Carolina de Mello Guimarães, Universidade de São Paulo

    Mestranda em Literaturas Estrangeiras e Tradução pela Universidade de São Paulo (USP) e licenciada em Letras Português-Inglês pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Referências

BASSNETT, Susan; MATOS, Naylane (trad.). Escrevendo em terra de homem nenhum: questões de gênero e tradução. Cadernos de tradução, Florianópolis, vol. 40, n. 1, p. 456-471, 2020.

BERTON-COSTA, Pâmela. Retranslation as Feminist Re-visioning: La casa de los espíritus into Brazilian Portuguese. Mutatis Mutandis, Medellín, vol. 13, n. 1, p. 183-205, 2020.

CASTRO, Olga; SPORTUNO, María Laura. Feminismos y traducción: apuntes conceptuales y metodológicos para una traductología feminista transnacional. Mutatis Mutandis, Medellín, vol. 13, n. 1, p. 183-205, 2020.

CHAMBERLAIN, Lori. Gender and the metaphorics of translation. Signs, Chicago, vol. 13, n. 3, p. 454-472, 1988.

조윤정 (CHO, Yoon Jung). 한강의 『채식주의자』에 나타나는 인간의 섭생과 트라우마 (Eating and Trauma in Han Kang’s The Vegetarian). 인문과학, Seul, vol. 64, p. 5-39, 2017.

COSTA, Luísa. Sul-coreano A Vegetariana acerta tradução no Brasil após controvérsia. Veja, 2018. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/a-vegetariana-de-han-kang-acerta-traducao-no-brasil-apos-controversia/>. Acesso em: 10 mai. 2019.

GODARD, Barbara; SCAFF, Marília. Anjos/ângulos: da tarefa angelical ao traduzir da mulher. Revista de Estudos de Literatura, Belo Horizonte, vol. 5, p. 155-182, 1997.

한강 (Han Kang). 채식주의자 (Chaesikjuuija). Paju: Changbi, 2007.

HAN, Kang. A Vegetariana. Tradução por Jae Hyung Woo. São Paulo: Todavia, 2018.

HAN, Kang. A Vegetariana. Tradução por Yun Jung Im. São Paulo: Devir Livraria, 2013.

IM PARK, Yun Jung. A literatura coreana no Brasil: quadro atual e desafios. Criação & Crítica, São Paulo, n. 24, p. 4-17, 2019.

KIM, Wook-Dong. The “Creative” English Translation of The Vegetarian by Han Kang. Translation Review, London, v. 100, n. 1, p. 65-80, 2018.

KIM, Won-Chung. Eating and Suffering in Han Kang’s The Vegetarian. CLCWeb: Comparative Literature and Culture, West Lafayette, vol. 21, n. 5, p. 1-10, 2019.

이찬규 (LEE, Chan Kyu); 이은지 (LEE, Eun Ji). 한강의 작품 속에 나타난 에코페미니즘 연구 -『채식주의자』를 중심으로 (An Research on Ecofeminism Shown in Han Gang’s Work - “Vegetarian” as the Center). 인문과학, Seul, vol. 46, p. 43-67, 2010.

LITERATURE TRANSLATION INSTITUTE OF KOREA. Digital Library of Korean Literature, 2020. Disponível em: <https://library.ltikorea.or.kr/statistic>. Acesso em: 19 de mai. de 2020.

PARKS, Tim. Raw and Cooked. The New York Review of Books, 2016. Disponível em: <https://www.nybooks.com/daily/2016/06/20/raw-and-cooked-translation-why-the-vegetarian-wins>. Acesso em: 27 nov. 2019.

PATRICK, Bethanne. Han Kang on Violence, Beauty, and the (Im)possibility of Innocence. Literary Hub, 2016. Disponível em: <https://lithub.com/han-kang-on-violence-beauty-and-the-impossibility-of-innocence/>. Acesso em: 19 de mai. de 2020.

PORTO, Lílian Virgínia; AGUIAR, Ofir Bergemann. Gênero e tradução: a escritora quebequense Anne Hébert em foco. Cadernos de Tradução, Florianópolis, n. 33, p. 51-70, 2014.

SANTOS, Melissa Rubio dos. Relendo a literatura coreana e o conceito de world literature: a literatura coreana contemporânea de autoria feminina por Han Kang e Park Wan Seo. Revista Athena, Cáceres, v. 14, n. 1, p. 92-107, 2018.

STOBIE, Caitlin E. The Good Wife? Sibling Species in Han Kang’s The Vegetarian. ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, Oxford, vol. 24, n. 4, p. 787-802, 2018.

YUN, Charse. How the bestseller ‘The Vegetarian,’ translated from Han Kang’s original, caused an uproar in South Korea. Los Angeles Time, 2017. Disponível em: <https://www.latimes.com/books/jacketcopy/la-ca-jc-korean-translation-20170922-story.html>. Acesso em: 27 nov. 2019.

ZOLKOS, Magdalena. Bereft of Interiority: Motifs of Vegetal Transformation, Escape and Fecundity in Luce Irigaray's Plant Philosophy and Han Kang's The Vegetarian. SubStance, Baltimore, vol. 48, n. 2, p. 102-118, 2019.

Downloads

Publicado

2020-11-11

Como Citar

Guimarães, C. de M. (2020). A representação do feminino em duas traduções para o português brasileiro de A vegetariana, de Han Kang. Revista Criação & Crítica, 27, 285-307. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i27p285-307