“Tenho medo, logo vivo”: Roland Barthes em "Não escrever", de Paloma Vidal

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i30p160-180

Palavras-chave:

Paloma Vidal, Roland Barthes, Tiphaine Samoyault, Medo, Deslocamento, Separação

Resumo

A parodia do cogito cartesiano “tenho medo, logo vivo” é enunciada por Roland Barthes em “L’image”, no colóquio Prétexte : Roland Barthes. A frase é emprestada por Paloma Vidal, no desfecho de seu livro cartonero Não escrever, em que Barthes é simultaneamente personagem e referência para a composição da narrativa. Acompanharemos como o medo presente em Não escrever é alimentado pela leitura de Vidal da obra barthesiana e por seu interesse em eventos biográficos da vida de Barthes. Nossa discussão aportará reflexões do ensaio “La Peur”, de Tiphaine Samoyault, e apontamentos de uma seleção de escritos de Barthes, notadamente Diário de luto, Roland Barthes por Roland Barthes e “L’image”.

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Biografia do Autor

  • Katerina Blasques Kaspar, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Letras Estrangeiras e Tradução, da Universidade de São Paulo. Este artigo integra a pesquisa em curso, fomentada pela CAPES. Contato: kate.kaspar@gmail.com

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Publicado

2021-09-29

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Artigos

Como Citar

“Tenho medo, logo vivo”: Roland Barthes em "Não escrever", de Paloma Vidal. (2021). Revista Criação & Crítica, 30(30), 160-180. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i30p160-180