O discursar intelectual em questão em A câmara clara
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i30p296-323Palavras-chave:
A câmara clara, Roland Barthes, Crítica, Prática intelectualResumo
Este artigo examina relações de A câmara clara com diferentes tipos de saber e os parâmetros discursivos que os constituem, buscando no livro respostas barthesianas à questão de escrita “Como orientar as escolhas (de tema, de abordagem, de interlocutores, de referências, de gênero textual, de linguagem)?” Discute também a dimensão epistemológica e ética da adoção de uma pertença intermitente, preocupada com os valores efetivados nas escolhas de linguagem constituintes da atividade intelectual. Este texto propõe, sobretudo, mostrar que as inquietações de Barthes quanto à prática crítica e a alguns de seus parâmetros e pressupostos florescem em discussões epistemológicas, propostas teóricas e aspectos composicionais não ortodoxos, e demonstrar como elas afirmam, refutam e desviam traços e elementos modelares de discursividades ligadas ao Saber consagrado.
Downloads
Referências
BARTHES, R. Deliberação. In: BARTHES, R. O rumor da língua. Trad. Mario Laranjeira. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012a. p. 445-462.
BARTHES, R. Durante muito tempo, fui dormir cedo. In: BARTHES, R. O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012b, p. 348-363.
BARTHES, R. Por que gosto de Benveniste. BARTHES, R. O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012c, p. 207-210.
BARTHES, R. La Chambre Claire. Note sur la photographie. Paris: Gallimard / Seuil, 2011.
BARTHES, R. Aula. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 2007a.
BARTHES, R. Le Discours Amoureux. Séminaire à l’École pratique des hautes études 1974-1976. Suivi de Fragments d’un discours amoureux : inédits. Paris: Seuil, 2007b.
BARTHES, R. Le plaisir du texte. Paris: Seuil, 2007c.
BARTHES, R. O prazer do texto. Trad. Jacó Ginzburg. São Paulo: Perspectiva, 2006.
BARTHES, R. A preparação do romance I: da vida à obra. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BARTHES, R. Fragmentos de um Discurso Amoroso. Trad. Márcia Valéria Martinez De Aguiar. São Paulo: Martins Fontes, 2003a.
BARTHES, R. La préparation du roman I et II. Cours et séminaires au Collège de France (1978-1979 et 1979-1980). Paris: Seuil, 2003b.
BARTHES, R. Ça prend. In: BARTHES, R. Œuvres Complètes, v. V. Paris: Seuil, 2002a, p. 654-656.
BARTHES, R. Délibération. In: BARTHES, R. Œuvres Complètes, v. V. Paris: Seuil, 2002b, p. 668-681.
BARTHES, R. Leçon. In: BARTHES, R. Œuvres Complètes, v. V. Paris: Seuil, 2002c, p. 429–446.
BARTHES, R. Longtemps je me suis couché de bonne heure. In: BARTHES, R.. Œuvres Complètes, v. V. Paris: Seuil, 2002d, p. 459-470.
BARTHES, R. Roland Barthes par Roland Barthes. Paris: Seuil, 1995.
BARTHES, R. Fragments d’un discours amoureux. Paris: Seuil, 1989.
BARTHES, R. A Câmara Clara: nota sobre a fotografia. Trad. Júlio Castañon Guimarães. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
BARTHES, R. Sur la photographie. In: BARTHES, R. Le grain de la voix. Entretiens 1962-1980. Paris: Seuil, 1981, p. 328-334.
BARTHES, R. Roland Barthes por Roland Barthes. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 1977.
BENVENISTE, É. Problèmes de linguistique générale, 1. Paris: Gallimard, 2014.
BLANCHOT, M. A literatura e o direito à morte. In: BLANCHOT, M. A parte do fogo. Trad. Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro: Rocco, 1997, p. 289-330.
BLANCHOT, M. La littérature et le droit à la mort. In: BLANCHOT, M. La part du feu. Paris: Gallimard, 1949, p. 291-331.
CAMUS, R. Barthes and the Discourse of Photography. In: KNIGHT, D. (Org.). Critical essays on Roland Barthes. New York: G. K. Hall & Co., 2000. p. 112-114.
CESAR, A. C. A teus pés. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.
COMPAGNON, A. Lequel est le bon? In: MACÉ, M.; GEFFEN, A. (Orgs.). Barthes, au lieu du roman. Paris: Desjonquères/Nota Bene, 2002, p. 15-21.
COSTE, C. « J’ai toujours eu envie d’argumenter mes humeurs »: Savoir et subjectivité dans La chambre claire et Sur Racine. L’Esprit Créateur, v. 55, n. 4, p. 86-100, 2015. Disponível em: <https://muse.jhu.edu/article/603952>. Acesso em: 5 jan. 2020.
COSTE, C. Comment ne pas manquer le corps ? Barthes, lecteur des surréalistes. In: MACÉ, M.; GEFFEN, A. (Orgs.). Barthes, au lieu du roman. Paris: Desjonquères/Nota Bene, 2002, p. 55-76.
FERRAZ, P. P. As metalinguagens de Roland Barthes. Remate de Males, v. 39, n. 2, p. 849-866, 2019. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8655756>. Acesso em: 22 jan. 2019.
FERRAZ, P. P. O avesso das frases: metalinguagem, palinódia e epanortose na obra de Roland Barthes. In: PINO, C. A. et al. (Orgs.). Novamente Roland Barthes. Natal: Ed. IFRN, 2018, p. 181-196.
GRATTON, J. “The Subject of Enunciation in Roland Barthes’s Camera Lucida”. In: KNIGHT, D. (Org.). Critical essays on Roland Barthes. New York: G. K. Hall & Co., 2000. p. 166-178.
LOPES, S. R. “Do ensaio como pensamento experimental”. In: LOPES, S. R. Literatura, defesa do atrito. São Paulo: Chão da Feira, 2012, p. 121-130.
MARTY, É. Roland Barthes, le métier d’écrire. Paris: Seuil, 2006.
MESSAGER, M. Barthes et la méthode. In: BERTRAND, J.-P. (Org.). Roland Barthes : continuités. Paris: Christian Bourgois éditeur, 2017, p. 129-146.
OLIVEIRA, P. P. L.; RIBEIRO, B. C.; BYLAARDT, C. O. Amar e escrita nos Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes. Desenredo, v. 17, n.1, p. 184-205, jan./abr.2021. DOI: http://dx.doi.org/10.5335/rdes.v17i1.11291. Disponível em: http://seer.upf.br/index.php/rd/article/view/11291/114115979. Acesso em: 27 jul. 2021.
OLIVEIRA, P. P. L.; RIBEIRO, B. C.; BYLAARDT, C. O. Dos projetos barthesianos em torno do Discurso Amoroso. Remate de Males, Campinas, SP, v. 40, n. 1, p. 324–345, 2020. DOI: 10.20396/remate.v40i1.8655081. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8655081. Acesso em: 27 jul. 2021.
OLIVEIRA, P. P. L.; RIBEIRO, B. C.; BYLAARDT, C. O. Uma ferida no coração do amor: a escrita no Diário de luto de Roland Barthes. Letras Raras, p. Port. 9-33 / Eng. 9-29, v. 8 n. 4, dez. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.35572/rlr.v8i4.1588. Disponível em: http://revistas.ufcg.edu.br/ch/index.php/RLR/article/view/1588. Acesso em: 27 jul. 2021.
OLIVEIRA, P. P. L.; BYLAARDT, C. O. O estranho murmúrio de Fragmentos de um Discurso Amoroso. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, p. 46-64, n. 62, jan.-jun. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.9771/ell.v0i62.27675. Disponível em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/estudos/article/view/27675>. Acesso em: 27 jul. 2021.
PERRONE-MOISÉS, L. “Lição de casa”. In: BARTHES, R. Aula inaugural da cadeira de semiologia literária do Colégio de França. Pronunciada dia 7 de janeiro de 1977. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 2009.
PERRONE-MOISÉS, L. “A criação do texto literário”. In: PERRONE-MOISÉS, L. Flores da escrivaninha: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 100-110.
PERRONE-MOISÉS, L. Texto, crítica, escritura. São Paulo: Ática, 1978.
PINO, C. A. Da filiação do pesquisador à filiação do escritor: Roland Barthes e o seminário da crise intelectual. Remate de Males, v. 39, n. 2, p. 830-848, 2019. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8655871>. Acesso em: 22 jan. 2019.
ROGER, Ph. Roland Barthes, roman. Paris: Grasset & Fasquelle, 1986.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Priscila Pesce Lopes de Oliveira, Cid Ottoni Bylaardt
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).