Aproximações semiológicas entre Barthes e Borges: o mito artificial em "Pierre Menard, autor do Quixote"
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i30p269-295Palavras-chave:
Autoria, Mitologias, Literatura argentina, Jorge Luis Borges, Roland Barthes, SemiologiaResumo
Ambas as escritas crítico-ensaísticas e ficcionais de Jorge Luis Borges questionam noções como cópia, originalidade, fonte e influência: em essência, a mitologia constituída em torno da Autoria. Publicado pela primeira vez em 1939, o conto “Pierre Menard, autor do Quixote” (2007) desmi(s)tifica o mito do autor ao arquitetar uma personagem que se propõe a reescrever Dom Quixote, o maior romance em língua espanhola. Contemporâneos, Borges na América Latina e Barthes na Europa, a separação geográfica, política e social não impediu correspondências interpretativas entre os autores no que se refere ao Texto. Em 1968, com a eclosão de “A morte do autor” (2012), Roland Barthes abala a concepção individualista do campo teórico ao tecer a personagem do escritor como uma criação moderna; e declara ser a morte do Autor o único subterfúgio que possibilita o nascimento do leitor. Visto que a acepção de Autoria é construída por um roubo de linguagem, é possível categorizá-la como mito, perpetuado e naturalizado ao longo da História. Sob essa perspectiva, e com base na metodologia de Mitologias (1972), o presente artigo explora se a morte de Cervantes, supostamente assassinado pelo Texto menardiano, produz um fenômeno artístico contramítico.Downloads
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