A nação tutelada em As Vitrines, de Chico Buarque

Autores

  • Carlos Augusto Bonifacio Leite Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Pedro Baumbach Manica Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Vinícius de Oliveira Prusch Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i31p197-211

Palavras-chave:

Canção popular, Redemocratização, Arbítrio, Flânerie, Fantasmagoria

Resumo

Partindo de uma desconfiança em relação à ideia de que As vitrines (1981), de Chico Buarque, seria apenas uma canção de amor, o presente ensaio propõe uma análise que centraliza ideias como as de “vigia” e “encalço” na busca de investigar as relações entre forma estética e processo social. O movimento envolve, ainda, o diálogo com algumas figuras da modernidade presentes em Walter Benjamin (1994), especialmente no que diz respeito ao modo como essas figuras se apresentam na leitura do autor do soneto A uma passante, de Charles Baudelaire. No centro da análise, está a hipótese de que tensões do período de redemocratização brasileira estariam decantadas na canção de Chico nas relações que se estabelecem entre uma pessoa que passa e outra que a persegue sob a luz de letreiros e entre mercadorias.

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Publicado

2021-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Leite, C. A. B., Manica, P. B. ., & Prusch, V. de O. (2021). A nação tutelada em As Vitrines, de Chico Buarque. Revista Criação & Crítica, 31(31), 197-211. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i31p197-211