O Amante da China do Norte de Marguerite Duras: a música e sua significância

Autores

  • Maria Cristina Kuntz Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i31p174-196

Palavras-chave:

Literatura francesa, Literatura e música, Marguerite Duras, Literatura e artes, Literatura contemporânea

Resumo

Marguerite Duras (1914-1996) é considerada, hoje, uma das mais importantes escritoras francesas da segunda metade do século XX. Descontente com a filmagem de O Amante por Jean-Jacques Annaud (1990), Duras retoma a história de sua adolescência e escreve O Amante da China do Norte (1991). Trata-se de um texto singular que pretende ser um roteiro de filmagem, mas definido pela própria autora como “romance”. Barthes (1982) reflete sobre a “escuta”, que define como algo que pode determinar, despertar no homem sentimentos prazerosos ou ameaçadores. Sabe-se que a música é sobretudo ambivalente e se assemelha a uma linguagem, podendo transmitir uma intenção (ADORNO). Considerando com Kristeva (1969) que a palavra literária é resultado de um “croisement de surfaces textuelles”, no presente trabalho será examinado o cruzamento entre a “escuta” das músicas mencionadas na obra por parte das personagens e do narrador e a palavra escrita, bem como seu significado, não só como pano de fundo do texto, mas como sua parte integrante e até como fio condutor da intriga do “texto-filme”.

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Publicado

2021-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O Amante da China do Norte de Marguerite Duras: a música e sua significância. (2021). Revista Criação & Crítica, 31(31), 174-196. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i31p174-196