Quando a literatura afro-brasileira e o horror se encontram: uma análise do conto 'A floresta', de Carol Dermond
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i39p186-210Palavras-chave:
Literatura Afro-brasileira, Insólito contemporâneo, Narrativa contística, Horror social, RacismoResumo
O fazer literário é um poderoso instrumento de expressão e reflexão que tem desempenhado um papel significativo na representação da figura do negro na literatura brasileira. Ao longo dos séculos, escritores têm explorado as complexidades da experiência afrodescendente, ampliando perspectivas e dando voz a narrativas que enriquecem e ressignificam a identidade negra no contexto literário nacional. Nesse sentido, o presente trabalho tem como escopo analisar o conto “A floresta”, de Carol DerMond, pelo viés teórico da literatura afro-brasileira e do insólito contemporâneo. A narrativa em questão foi publicada em 2020 no livro Afrohorror - medos ancestrais, uma coletânea de contos escritos por autores negros que utilizaram o horror como pano de fundo para debates mais profundos sobre racismo, identidade e pertencimento. Para este estudo, buscar-se-á apoio em teorias que versam sobre a literatura afro-brasileira (DUARTE, 2010; EVARISTO, 2009; MÉRIAN, 2008), além de teóricos que se debruçam sobre o insólito ficcional e o horror na literatura (ALAZRAKI, 2001; CARROLL, 1999; NESTAREZ, 2022; ROAS, 2014; TODOROV, 2001). Em suma, o conto é permeado pelo horror e pela violência que é manifestada por um monstro real, o racismo, transpassando os limites entre ficção e realidade.
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Referências
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