De tremores medonhos a risos lúgubres: O Fantasma de Canterville como paródia do gótico
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i39p237-257Palavras-chave:
Paródia, clichês, gótico, cômico, homenagemResumo
Este artigo objetiva discutir o conto O fantasma de Canterville, de Oscar Wilde, publicado originalmente em 1887, focando numa leitura crítica que discute a paródia de elementos estéticos da literatura de tradição gótica. Nessa narrativa, Wilde recorre a clichês, elementos do espaço narrativo e da atmosfera e personagens comuns do romance gótico, mas subverte-os, transformando-os em recursos do cômico através da ironia e homenageando toda a tradição gótica inglesa anterior ao seu tempo. O estudo baseia-se em concepções teóricas sobre a paródia moderna e pós-moderna a partir de considerações de Linda Hutcheon (1978) e Walter Moser (1992).
Downloads
Referências
ABRAMS, M.H. et al. (ed.). The Romantic Period: Introduction. In: The Norton Anthology of English Literature. New York: W.W. Norton & Company, 1962.
BALAKRISHNAN, Manjula. Humour and fear: a study of the humouristic resources in Wilde´s The Cantervile Ghost. In: EPOS, XXVII (2011) p. 203-212.
BLOOM, Clive. Horror Fiction: In Search of a Definition, In: A Companion to the gothic. Edited by David Punter. Wiley-Blackwell; 2001.
BOTTING, Fred. Gothic. London and New York: Routledge, 1996.
CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. Tradução de Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Editora Pensamento, 1949.
CANO, José Ricardo. O riso sério: um estudo sobre a paródia. Cad. de Pós-Graduação em Letras São Paulo (Mackenzie), v. 3, n. 1, p. 83-89, 2004.
FERNANDES, Auricélio Soares. Espelhos e retratos de Dorian Gray em Penny dreadful: configurações do gótico na construção do personagem de Oscar Wilde e de John Logan. 284 fls. Tese. (Doutorado em Letras) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/20267/1/Auric%C3%A9lioSoaresFernandes_Tese.pdf. Acesso em: 25 ago. 2024.
FLANDERS, Judith. The Victorian city: everyday life in Dickens’ London. London: Thomas Dunne Books, 2012.
FLANDERS, Judith. Penny dreadfuls. (s.d.). Disponível em: <https://www.britishlibrary.cn/en/articles/penny-dreadfuls/> Acesso em: 21 fev. 2023. 256
FREEMAN, Nick. The Victorian Ghost Story. In: The Victorian Gothic: An Edinburgh Companion, Edinburgh: Edinburgh University Press, 2012, pp. 93-107.
FREUD, Sigmund. O infamiliar/ Das Unheimliche. Ed. Bilingue. Trad. Ernani Chaves e Pedro Heliodoro Tavares. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
GUY, Josephine M. "An allusion in Oscar Wilde's 'The Canterville Ghost.' (Irish dramatist)." Notes and Queries, vol. 45, no. 2, June 1998, pp. 224+. Gale Literature ResourceCenter, link.gale.com/apps/doc/A20927773/LitRC?u=anon~51b0777e&sid=googleScholar&xid=e79e9919. Acesso em: 12 Feb. 2024.
HAEDO, Viviana Del Manzano. Dandyism and the Existential Crisis of “The Canterville Ghost. University of Puerto Rico, [n.e.], 2013. Disponível em: https://www.academia.edu/5413709/The_Existentialist_Crisis_of_The_Canterville_Ghost. Acesso em: 22 jul. 2022.
LA NOVELA HILOIDEALISTA. In: Espanha: s.n., 2009. Disponível em: http://www.wikiteka.com/apuntes/novela-idealista/. Acesso em: 14 out. 2024.
HUTCHEON, Linda. Parody without Ridiculous: Observations on Modern Literary Parody. In: Canadian Review of Comparative Literature. Canada, Spring, 1978. Disponível em: https://ejournals.library.ualberta.ca/index.php/crcl/article/viewFile/2353/1748. Acesso em: 22 jan. 2024
HUTCHEON, Linda. A theory of parody: the teachings of twentieth-century art forms. London and New York: Methuen, 1985.
MAYHEW, Henry (et al.). The London underworld in the Victorian period: Authentic first-person accouts by beggars, thieves and prostitutes. New York: Dover Publications, 2005.
MOISÉS, Massaud de. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 2004.
MOSER, W. A paródia: moderno, pós-moderno. Remate de Males, Campinas - SP, v.13, p. 133-145, 2012. DOI: 10.20396/remate.v13i0.8636203. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8636203. Acesso em: 9 jan. 2024. 257
PARÓDIA (verbete). CEIA, Carlos. In: E-dicionário de termos literários. Disponível em: https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/parodia. Acesso em: 24 ago. 2024.
STAINTHORP, Clare. Constance Naden (1858-1889) – Poet and Philosopher and New Woman. Fev. 2014. Disponível em: https://the-fsa.co.uk/2014/04/14/constance-naden-1858-1889-poet-and-philosopher-and-new-woman/. Acesso em: 10 fev. 2024.
STAINTHORP, Clare. Tag archives: Hylo-Idealism. Nov. 2015. Disponível em: https://nadensyearinsonnets.wordpress.com/tag/hylo-idealism/. Acesso em: 21 jan. 2024.
SANTANA, Adriele Barbosa; DURÃO, Fábio Akceruld. O material e o sublime em “O fantasma de Canterville” de Oscar Wilde. In: XXXI Congresso de Iniciação Científica da UNICAMP – 2023. Anais. Campinas, São Paulo: Unicamp, p. 01-05. Disponível em: https://www.prp.unicamp.br/inscricao-congresso/resumos/2023P21098A38099O3170.pdf. Acesso em: 10 fev. 2024.
TAVARES, Braulio. In: WILDE, Oscar: O Fantasma de Canterville. Tradução e Prefácio: Braulio Tavares. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2011.
WILDE, Oscar. O Fantasma de Canterville e outras histórias. Tradução: Beatriz Viégas Faria et al. Porto Alegre: L&PM, 2008.
WILSON, Sean Michael. In: WILDE, Oscar. O Fantasma de Canterville. Trad. Nina Basílio. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).