‘Fantasmas prolixos, ultrajados, desnorteados’: retratos do gótico sulista a partir de Absalão, Absalão! (1936), de William Faulkner
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i39p211-236Palavras-chave:
Absalão, Absalão!, William Faulkner, Gótico Sulista, Romance Estadunidense, Fragmentação, ModernismoResumo
Este artigo propõe uma leitura do Gótico Sulista, como os críticos costumam chamar grande parte da literatura produzida no Sul dos Estados Unidos entre o fim da Primeira Guerra Mundial e a década de 1950. Em um primeiro momento, discutimos a imprecisão do termo “gótico” quando vinculado à escrita do Sul e questionamos a tendência crítica de reduzir a literatura da Renascença Sulista ao goticismo. Para isso, propomos uma diferenciação entre o gótico e o grotesco, categoria estética que ganhou destaque entre escritoras mulheres, herdeiras de Faulkner, como Carson McCullers e Flannery O’ Connor. Depois, nos concentramos no romance Absalão, Absalão!, de William Faulkner, obra citada como o maior exemplo do estilo gótico do Sul. A partir de aspectos temáticos e formais da obra, traçamos um panorama do Gótico Sulista e de sua ressonância ao tratar as questões históricas do Sul. Argumentamos, assim, que o horror é um potente meio de retrato da realidade social.
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