O Cadáver, um emblema da morte em “Ápeiron”, de Caio Fernando Abreu

Autores

  • André Luiz Gomes de Jesus Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v3i5p62-76

Palavras-chave:

alegoria, cadáver, emblema, morte, morrer, representação.

Resumo

O objetivo do presente artigo é investigar os procedimentos utilizados por Caio Fernando Abreu para a construção das representações da morte em sua obra. Para tanto, tomamos, aqui, o conto “Apeiron”, publicado no livro Inventário do irremediável (1970). No texto, a reflexão sobre a morte, bem como o processo de dissociação a ela ligado, é deflagrada a partir da representação dos estados mentais de um cadáver, espécie de emblema alegórico da finitude humana, uma vez que pode ser visto como uma personificação da morte. Além disso, o caráter emblemático do corpo morto remete, também, ao esvaziamento da vida humana. O conto estabelece uma ambiguidade, especialmente porque a escolha discursiva (indireto e indireto livre) não permite ao leitor vincular diretamente as ideias presentes no texto ao cadáver-protagonista ou ao narrador, levando-o a questionar se o texto é o produto da imaginação deste narrador ou a manutenção insólita da vida mental de um homem morto. Seja a imaginação sobre a morte ou a vivência desta, “Apeiron” se mostra um texto  no qual, a partir do processo de morrer, Abreu faz uma reflexão sobre o sentido do ser.

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Publicado

2010-10-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Jesus, A. L. G. de. (2010). O Cadáver, um emblema da morte em “Ápeiron”, de Caio Fernando Abreu. Revista Criação & Crítica, 5, 62-76. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v3i5p62-76