Tempo e gravidade: emprestar da dança um léxico poético
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i28p336-360Palavras-chave:
poesia moderna, dança moderna, peso, performance, corpo, presençaResumo
O artigo propõe uma forma de leitura de poesia concentrada em seus efeitos corporais, aproximando-a, mesmo na modalidade silenciosa, da experiência da performance, em que encontramos o outro, materialmente. Proponho, como introdução, uma aproximação entre o advento da poesia moderna e o surgimento da dança moderna, concentrando-me em seus conflitos com os limites de seus meios de expressão – linguagem e corpo. Aproximo teoria poética e teoria da dança moderna, emprestando desta reflexões acerca de elementos como movimento, espaço e, sobretudo, peso e tempo. Por fim, realizo uma leitura experimental de dois poemas portugueses modernos, de Camilo Pessanha e Mário de Sá-Carneiro.
Downloads
Referências
BAUDELAIRE, C. Oeuvres completes. Paris: Seuil, 1968.
BAUDELAIRE, C. “Edgar Poe: sa vie et ses oeuvres”. In: POE, E.A. Histoires extraordinaires. Paris: Folio, 1973.
BAUDELAIRE, C. As flores do mal. Tradução de Júlio Castañon Guimarães. São Paulo: Penguin, Companhia das Letras, 2019.
BENJAMIN, W. Baudelaire e a modernidade. Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
BUTKAS, M. “George Balanchine”. In: KANT, M. (Ed.). The Cambridge Companion to Ballet. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.
CULLER, J. “Baudelaire and Poe”. Zeitschrift für französische Sprache und Literatur, Stuttgart, Bd. 100, pp. 61-73, 1990.
CUNNINGHAM, M. O dançarino e a dança: conversas com Jacqueline Lesschaeve. Tradução de Julia Sobral Campos. Rio de Janeiro: Cobogó, 2014.
DAVIES, E. Beyond Dance. New York: Routledge, 2006.
DEMPSTER, E. “Women writing the body: Let’s watch a little how she dances”. In: CARTER, A. (Ed.). The Routledge Dance Studies Reader. New York: Routledge, 2003. p. 223-239.
DINIZ, L.G. Imaginação como presença: o corpo e seus afetos na experiência literária. Curitiba: Editora UFPR, 2020.
DUNCAN, I. “I see America dancing”. In: The art of the dance. New York: Theatre Arts, 1928.
FERNANDES, M. P. “O enigma de Herodiade: repensar a relação entre dança e linguagem pela experiência de Mallarmé”. Palavra: SESC Literatura em Revista, São Paulo, v. 5, p. 62-72, 2013.
FOSTER, S. L. Choreographing Empathy. Kindle Ed. Abingdon: Taylor & Francis, 2010.
FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
FRIEDRICH, H. Structure de la poésie moderne. Paris: Le Livre de Poche, 1999.
FRYE, N. Anatomia da crítica. Tradução de Péricles Ramos. São Paulo: Cultrix, 1980.
GIL, J. Movimento total: o corpo e a dança. Lisboa: Relógio d’Água, 2001.
GOUSSIER, L-J. “Choréographie”. In: DIDEROT, D.; D’ALEMBERT, J. de la R. (Dir.) Encyclopédie, ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, etc. University of Chicago: ARTFL Encyclopédie Project, 2017. Disponível em: http://encyclopedie.uchicago.edu. Acesso em 25.jun.2020.
GRAHAM, M. Blood Memory: an autobiography. New York: Doubleday, 1991.
GUMBRECHT, H. U. “Como se aproximar da ‘poesia como um modo de atenção’?”. In: GUMBRECHT, H. U. Serenidade, presença e poesia. Tradução e seleção de Mariana Lage. Belo Horizonte: Relicário, 2016.
HAMBURGER, M. A verdade da poesia. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
HAWKINS, E. The Body Is a Clear Place and Other Statements on Dance. Pennington: Dance Horizons, 1992.
HOMANS, J. Apollo’s Angels. London: Granta, 2010.
HOLMES, O. (Ed.). Motion Arrested: Dance Reviews of H.T. Parker. Middletown: Wesleyan University Press, 1982.
HUIDOBRO, V. “Altazor”. In: HUIDOBRO, V. Poesía criacionista: Equatorial, Poemas árticos, Altazor. Madrid: Visor, 2018.
JOURDAIN, A. J. L. et al.(Dir.) Dictionnaire des sciences médicales. Vol. 41. Paris: Panckoucke, 1820.
LABAN, R. Domínio do movimento. Rio de Janeiro: Summus, 1978.
LACOUE-LABARTHE, P. Musica ficta: figuras de Wagner. Belo Horizonte: Relicário, 2016.
LAPOUJADE, D. Potência do tempo. São Paulo: N-1, 2017.
LAMARTINE, A. de. La mort de Socrate, poëme. Paris: Pluchart, 1823.
LE ROBERT, Dictionnaire. “Pesanteur”. Le Robert Dico Enligne. Disponível em: https://dictionnaire.lerobert.com/definition/pesanteur. Acesso em 07.jul.2020.
LEPECKI, A. “Choreography as Apparatus of Capture”. The Drama Review, Cambridge (MA), vol. 51, n. 2, p. 119-23, 2007.
LOUPPE, L. Poética da dança contemporânea. Tradução de Ruth Costa. Lisboa: Orfeu Negro, 2008.
MALLARMÉ, S. Rabiscado no teatro. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
MONNIER, M.; NANCY, J-L. Allitérations: conversations sur la danse. Paris: Galilée, 2005.
NANCY, J-L. Corpus. Tradução de Tomás Maia. Lisboa: Vega, 2000.
______. “58 indícios sobre o corpo”. Tradução de Sergio Alcides. Revista UFMG, Belo Horizonte, vol.19, n. 1-2, p. 42-57, 2012.
POE, E. A. “Ligeia”. In: Histórias extraordinárias. Tradução de José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
SÁ-CARNEIRO, M. de. Poesia. São Paulo: Iluminuras, 2001.
SISCAR, Marcos. Poesia e crise. Campinas: Unicamp, 2010.
TOEPFER, K. E. Empire of Ecstasy: Nudity and Movement in German Body Culture, 1910-1935. Berkeley: University of California Press, 1991.
VALÉRY, P. “A alma e a dança”. In: VALÉRY, P. A alma e a dança e outros diálogos. Tradução de Marcelo Coelho. Rio de Janeiro: Imago, 2005.
______. “A filosofia da dança”. Tradução de Charles Feitosa. O Percevejo, Rio de Janeiro, vol. 3, n. 2, 2001. Disponível em http://www.seer.unirio.br/index.php/opercevejoonline/article/view/1915. Acesso em 20.set. 2019.
WIGMAN, M. The Language of Dance. Translated by Walter Sorrell. Middletown: Wesleyan University Press, 1974.
ZUMTHOR, P. Performance, recepção, leitura. Tradução de Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Ubu, 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Ligia Gonçalves Diniz
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).