Violência, criminalização e genocídio em Capão Pecado
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2019.156293Palavras-chave:
Narcotráfico, Genocídio, Política de drogas, Racismo, Literatura marginalResumo
No presente trabalho, analisamos o romance Capão Pecado (2000), de Ferréz, pontuando a representação que faz do negro e sua inscrição em romances que (re) pensam a favela e seus problemas, dentre eles, a política de drogas. Para tal, em um primeiro momento, abordaremos as distinções entre a literatura sobre o negro e a literatura do negro, no contexto nacional de apagamento da cultura negra e marginalização da periferia, trazendo para o centro do debate o processo de atualização do discurso colonizador de domínio e genocídio da população pobre e negra. Posteriormente, discutimos as implicações entre discurso jurídico e controle social, por meio das quais institucionaliza-se a seletividade punitiva e o genocídio da juventude pobre e negra, passando à análise propriamente do romance. Como conclusão, entende-se que essa obra literária permite afirmar que a guerra às drogas tem se traduzido em uma guerra aos pobres e, ao longo dos anos, transformou-se em genocídio negro.
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