Heterossexualidade compulsória e protagonismo lésbico no romance Controle, de Natalia Borges Polesso
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2022.200633Palavras-chave:
Heteronormatividade, Protagonismo lésbico, Controle, Natalia PolessoResumo
Esse artigo tem como objetivo analisar como a heteronormatividade se evidencia e influencia a experiência individual das duas personagens lésbicas: a protagonista-narradora Maria Fernanda/Nanda e sua amiga de infância Joana no romance de formação Controle (2019), de Natalia Borges Polesso. A concepção de Humanidade é construída sobre classificações binárias que se fazem por exclusão, “normalidade” e “anormalidade” estão presentes no percurso individual da protagonista-narradora que é marcado pelas diversas tecnologias de dominação e opressão que regulam e atravessam não somente as lésbicas, mas todas as vidas relegadas ao lugar/papel do “outro”. Como aporte teórico serão utilizados os conceitos de Heterossexualidade compulsória, de Adrienne Rich (2010), The Straight Mind, de Monique Wittig (1980) e Epistemologia do armário, de Eve K. Sedgwick (2007).
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