Corpos nus nas margens da cidade Cidade de Deus, de Paulo Lins, e Marginais, de Evel Rocha
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2018.143260Palavras-chave:
violência urbana, estudos pós-coloniais, literatura comparadaResumo
A época contemporânea manifesta uma contínua banalização da violência. No entanto, para Jacques Rancière, tal banalização não se deve à quantidade de imagens propostas, mas principalmente ao status de objeto atribuído às próprias vítimas da violência, corpos sem nome e sem voz. Tendo em consideração as representações da violência urbana em literatura, através de uma leitura comparada dos romances Cidade de Deus, de Paulo Lins, e Marginais, de Evel Rocha, com o presente artigo pretendo discutir este status de objeto como continuidade com as lógicas que caraterizaram a modernidade colonial.
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