Discursos marginais em obras de Sacolinha e João Melo: a contemporaneidade do passado colonial nas literaturas brasileira e angolana

Autores

  • Bruna Borges de Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
  • Ana Lucia Liberato Tettamanzy Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2018.143343

Palavras-chave:

literatura marginal, colonialidade, discurso anticolonial

Resumo

Este trabalho pretende analisar dois livros: Os marginais e outros contos (2013), de autoria do angolano João Melo; e Estação Terminal (2010), de autoria do brasileiro Sacolinha. Tais livros apresentam contos que engendram narrativas a respeito do presente problemático que rememora e revive o passado colonial sem gerar esperanças positivas para o futuro. Tal análise busca, através do estudo do espaço literário (BRANDÃO, 2013) e da verificação do tom ideológico do discurso (FOUCAULT, 2013) que esboça a construção de identidade (HALL, 2004) do sujeito do discurso, a reflexão acerca do colonialismo e suas facetas – colonialidade do poder, do saber e do ser (QUIJANO, 2000) – manifestadas na experiência literária e na epistemologia (MIGNOLO, 2013) que advém dela.

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Biografia do Autor

  • Bruna Borges de Almeida, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
    É aluna de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na linha de pesquisa Pós-Colonialismo e Identidades, área de Estudos de Literatura. 
  • Ana Lucia Liberato Tettamanzy, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
    Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS –, professora associada do Instituto de Letras UFRGS e coordenadora do grupo de pesquisa Letras e Vozes Anticoloniais.

Referências

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Publicado

2018-06-30

Edição

Seção

Dossiê: Cânone e silêncios: o (não) lugar das minorias na Literatura (ARTIGOS)

Como Citar

Discursos marginais em obras de Sacolinha e João Melo: a contemporaneidade do passado colonial nas literaturas brasileira e angolana. (2018). Revista Crioula, 21, 46-66. https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2018.143343