O ETERNO RETORNO NA TRILOGIA DE LOBO ANTUNES: O SUJEITO E SUAS MÁSCARAS À DERIVA
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v6i11p88-102Palavras-chave:
António Lobo Antunes, trilogia, memória, trauma, Salazarismo.Resumo
Este artigo traz em foco a trilogia do escritor português António Lobo Antunes: Memória de Elefante (2007); Os Cus de Judas (2006) e Conhecimento do Inferno (2007), buscando apontar uma perspectiva do conceito nietzschiano de eterno retorno (especificado em A genealogia da moral) nessas narrativas. Essa característica de eterno retorno pode ser percebida através da memória, do trauma, da melancolia e do ressentimento do sujeito que percorre esses livros num percurso cíclico em busca de salvação para si mesmo. Essa salvação, talvez, só possa se dar através da linguagem, desse eco que traz reminiscências da vida cotidiana do narrador-personagem. Ou ainda, narrativas de ressentimento e melancolia, devido à perda de identidade e fragmentação desse sujeito, que viveu uma época notadamente demarcada nas narrativas pós-coloniais portuguesas, à sombra do salazarismo e sua ditadura fascista de 40 anos. Enfim, esse sujeito que busca se mostrar e ocultar ao mesmo tempo, para que possa trazer à tona outro olhar a respeito de si e do mundo em que se encontra, emoldurando através de palavras poéticas a matéria-peso de uma vida que se enclausura na linguagem para fugir da loucura, ou perder-se nela.Downloads
Referências
ANTUNES, António Lobo. Conhecimento do Inferno. Rio de Janeiro: Objetiva. 2006.
_______________________. Memória de Elefante. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
_______________________. Os cus de Judas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
BIAZETTO. Flávia C.B. Histórias de guerra nas crônicas de Lobo Antunes e Mia Couto. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-05022010-162242/pt-br.php. Acesso em outubro de 2011.
CARDOSO, Norberto do Vale. Autognose e (Des)memória: Guerra Colonial e Identidade Nacional em Lobo Antunes. Assis Pacheco e Manuel Alegre. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/2865. Acesso em fevereiro de 2012.
CASTELO, Cláudia. O Modo Português de Estar no Mundo - O Luso-Tropicalismo e a Ideologia Colonial Portuguesa (1933-1961). Porto: Edições Afrontamento, 1999.
FERNANDES, Alexandre Claudius. António Lobo Antunes: a obra, a escrita dilacerada e a (pós) modernidade. Disponível em: http://www.unioeste.br/prppg/mestrados/letras/revistas/travessias/ed_003/linguagem/ANTONIO%20LOBO%20ANTUNES.pdf. Acesso em agosto de 2011.
FERNANDES, Evelyn Blaut. Viagem ao avesso de si ou O conhecimento do inferno. UFRJ. 2008. Disponível em: http://www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/FernandesEB.pdf. Acesso em agosto de 2011.
SELLIGMAN-SILVA, Márcio. “Narrar o trauma: escrituras híbridas das catástrofes”. Revista Gragoatá n.24. Niterói. Editora da UFF. 2008.
SILVA, Haidê. A metaficção historiográfica no romance Os cus de Judas. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-13022008-105213/pt-br.php. Acesso em setembro de 2011.
TELLES, Luis Fernando Prado. Nas trilhas do Lobo. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-33002009000100014&script=sci_arttext. Acesso em agosto de 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2014 Carla Cristiane Mello
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) automaticamente ao enviar um texto para publicação na revista Desassossego que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista, bem como os organismos editoriais a ela vinculados de quaisquer prejuízos ou danos.
O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Desassossego a revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Desassossego, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Desassossego, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.