ENTRE O EXCESSO E A CONCISÃO: OS ESTILOS DE SARAMAGO E CARDOSO PIRES
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v5i9p62-73Palavras-chave:
Cardoso Pires, Concisão, Excesso, Literatura portuguesa, SaramagoResumo
O presente artigo busca contrapor dois estilos situados em extremos opostos do espectro literário: o excesso e a concisão. E, para tanto, parte de obras de dois autores portugueses, dois Josés: Saramago e Cardoso Pires. O primeiro deles admite o excesso de seus métodos, ao passo que o segundo alega optar pela concisão. É esta segunda afirmação que se planeja refutar aqui, demonstrando a força arquitetônica do excesso que subjaz à prosa de Cardoso Pires. Ademais, não é objetivo do artigo o de provar a supremacia de um estilo literário sobre o outro (uma tarefa em tudo inútil – não estamos aqui inseridos em um sistema dialético que buscará extrair uma síntese de dois polos opostos), mas sim o de apontar para alguns valores inerentes a uma literatura do excesso – um excesso, como veremos, que diz mais respeito à construção de um mundo ao leitor, de uma cidade que possa ser habitada por ele, e menos a malabarismos linguísticos.
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