Porchat sobre o argumento da loucura
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2020.181225Palavras-chave:
Porchat, Ceticismo, Argumento da loucuraResumo
Este ensaio se divide em duas partes. Na primeira, retorno, brevemente, aoprogresso da filosofia de Porchat, apontando algumas de suas descobertas notáveis, em artigos reunidos no “Rumo ao ceticismo”, coletânea de 2007, com publicações de 1969 a 2005. Meu primeiro objetivo é contextualizar “O argumento da loucura”, artigo que encerra a coletânea, na obra do filósofo. Na segunda parte, que se inicia com uma revisão de “O argumento da loucura”, proponho uma análise em que o argumento de Porchat se traduz em argumentos céticos, anticartesianos, anti ultrarracionalismos, comparando-se, por exemplo, aos de Hume, mas em que o texto se apresenta também como um procedimento, prática, terapêutica, contemporânea e original. Nessa interpretação, ele se aproxima simpaticamente das filosofias nas quais Porchat reconhece um fascínio pelo que ele denomina “absoluto”, acompanha-as pelas tribulações que lhes são sintomáticas, e as conduz à resolução cética. Inevitáveis são as perguntas: o que pode significar esse “absoluto”? como se conduz o procedimento terapêutico? A que resultado cético porchatiano ele leva? Aqui pode, em minha hipótese, encontrar no argumento da loucura antes um modo ou tropo do ceticismo, que vem resgatar práticas filosóficas inclinadas ao sem sentido de “espaços transmundanos”, trazendo-as de volta à rica variedade das experiências mundanas, que se constituem em verdadeiras filosofias, para Porchat.
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Referências
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