Merleau-Ponty, Lefort e a Modernidade como problema filosófico

Autores

  • Bernard Flynn The New School for Social Research
  • Silvana de Souza Ramos Universidade de São Paulo - USP
  • Lucas Carpinelli Universidade Federal do ABC - UFABC

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2021.188274

Palavras-chave:

Modernidade, Pippin, Lefort, Merleau-Ponty, Democracia

Resumo

Na primeira parte deste artigo, apresentarei, de forma breve, a concepção de Modernidade de Robert Pippin e por que ele a considera um problema filosófico. Mostrarei como determinados filósofos – Kant, em especial – a conceituaram e então voltar-me-ei a Hegel, cuja posição, em versão radicalmente deflacionária, o próprio Pippin sustenta. Na segunda parte, abordarei aspectos da filosofia de Merleau-Ponty que contestam a espontaneidade da consciência, noção central para o hegelianismo de Pippin. Na terceira parte, concluirei com uma discussão da obra de Lefort, sua prática de hiper-reflexão e sua própria teorização da Democracia e do Totalitarismo. Sustento que, comparativamente, a ontologia de Merleau-Ponty e a filosofia política de Lefort apresentam maior capacidade de produzir reflexões sobre a Modernidade sem apelo a qualquer tipo de estrutura teleológica ou teológica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Bernet, R. (1993). “The Subject in Nature: Reflections on Merleau-Ponty’s Phe-nomenology of Perception”. In: Burke, P.; Van Der Veken, J. (orgs.). Merleau-Ponty in Contemporary Perspective. Dordrecht: Springer, p. 53-68.

Gauchet, M. (1997). The Disenchantment of the World: A Political History of Reli-gion. Trad. Oscar Burge. Princeton: Princeton University Press.

Hegel, G. W. F. (2003) Fenomenologia do Espírito. Trad. Paulo Meneses et al. Petrópolis: Vozes.

Kant, I. (1985). “Resposta à pergunta: Que é ‘Esclarecimento’?” Trad. Raimundo Vier e Floriano de Sousa Fernandes. In: Textos seletos. Petrópolis: Vozes, p. 100-117.

Kant, I. (2019). Crítica da razão pura. Trad. Fernando Costa Mattos. Petrópo-lis: Vozes.

Kantorowicz, E. H. (1998). Os dois corpos do rei: um estudo sobre teologia política medieval. Trad. Cid Knipel Moreira. São Paulo: Companhia das Letras.

Lefort, C. (1972). Le travail de l'œuvre Machiavel. Paris: Gallimard.

__________. (1991). “Permanência do teológico-político?” In: Pensando o político: ensaios sobre democracia, revolução e liberdade. Trad. Eliana M. Souza. São Pau-lo: Paz e Terra, p. 249-296.

Löwith, K. (1949). Meaning in History: the Theological Implications of the Philosophy of History. Chicago: The University of Chicago Press.

Manuel, F. E. (1965). Shapes of Philosophical History. Stanford: Stanford University Press.

Merleau-Ponty, M. (1968). Humanismo e terror: ensaio sobre o problema comunista. Trad. Naume Ladosky. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

Merleau-Ponty, M. (1971). O visível e o invisível. Trad. José Artur Gianotti e Armando Mora d'Oliveira. São Paulo: Perspectiva.

Merleau-Ponty, M. (1975). A estrutura do comportamento. Trad. José de Anchieta Corrêa. Belo Horizonte: Interlivros.

Merleau-Ponty, M. (1991). Signos. Trad. Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes.

Merleau-Ponty, M. (1999). Fenomenologia da Percepção. Trad. Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes.

Merleau-Ponty, M. (2000). Materiais para uma teoria da história [1954]. Trad. Monclar Valverde. Disponível em: <https://filosoficabiblioteca.files.wordpress.com/2013/10/merleau-ponty-materiais-para-uma-teoria-da-historia-merleau-ponty.pdf>. Edição digital. Acessado em 19 de fevereiro de 2020.

Merleau-Ponty, M. (2006). As aventuras da dialética. Trad. Claudia Berliner. São Pau-lo: Martins Fontes.

Merleau-Ponty, M. (2007). A prosa do mundo. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify.

Merleau-Ponty, M. (2010). L'institution. La passivité. Notes de cours au Collège de France (1954–1955). Paris: Belin.

Pinkard, T. (2017). Does History Make Sense? Hegel on the Historical Shapes of Jus-tice. Cambridge, Mass.; London: Harvard University Press.

Pippin, R. B. (1989). Hegel’s Idealism: The Satisfactions of Self-Consciousness. Cam-bridge; New York: Cambridge University Press.

Pippin, R. B. (1999). Modernism as a Philosophical Problem: On the Dissatisfactions of European High Culture. Oxford: Blackwell.

Pippin, R. B. (2011). Hegel on Self-Consciousness: Desire and Death in the Phenomenology of Spirit. Princeton; Ox-ford: Princeton University Press.

Sartre, J.-P. (1997). O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Trad. Paulo Perdigão. Petrópolis: Vozes.

Saussure, F. de. (1977). Curso de linguística geral. Trad. Antônio Chelini, José Pau-lo Paes e lzidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix.

Downloads

Publicado

2021-06-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Flynn, B. (2021). Merleau-Ponty, Lefort e a Modernidade como problema filosófico (S. de S. Ramos & L. Carpinelli , Trads.). Discurso, 51(1), 41-57. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2021.188274