Filosofia e humanidades: as blindagens de uma historiografia sexista

Autores

  • Yara Frateschi Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2022.200491

Palavras-chave:

história da filosofia, mulheres na filosofia, feminismo

Resumo

O presente artigo é marcado pela preocupação em alargar o chamado cânone da filosofia ocidental, patrocinada pela tradição filosófica e sua narrativa triunfalista, levada a cabo pela história da filosofia de ontem e de hoje, com sua disposição de celebrar a Filosofia mainstream e as grandes mentes masculinas, como Kant e Descartes. Trata-se de alargar o cânone filosófico e de relançar o projeto das humanidades, em defesa de uma “história da filosofia aberta e feminista”, tendo ao centro Elisabeth da Bohemia, Emilie du Châtelet, Madame de Scudéry e Madeleine de Sablé, além de Macaulay e Christine de Pizan.

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Publicado

2022-06-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Frateschi, Y. (2022). Filosofia e humanidades: as blindagens de uma historiografia sexista. Discurso, 52(1), 28–44. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2022.200491