Consciência e reflexão no Ensaio de Locke

Autores

  • Vinícius França Freitas Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2022.200495

Palavras-chave:

história da filosofia, consciência, reflexão, John Locke

Resumo

O artigo discute as noções de ‘consciência’ e ‘reflexão’ no Ensaio sobre o entendimento humano de John Locke. Apresentam-se dois critérios para se distinguir entre ambas as atividades mentais. Primeiramente, a consciência é uma atividade passiva, involuntária e não depende de atenção para ser exercida, diferentemente da reflexão, que, ao menos em um de seus graus – pois Locke concebe a existência de dois graus de reflexão –, é uma atividade ativa, voluntária e atenciosa da mente. Em segundo lugar, a consciência se distingue da reflexão na medida em que ela é uma atividade mental geradora de juízos / crenças, diferentemente da reflexão, cujas atividades apenas produzem ideias. Enquanto a consciência permite ao ser humano conhecer – julgar sobre e acreditar em suas atividades e estados mentais –, a reflexão é apenas uma capacidade mental de ter ideias e, enquanto tal, não é passível de ser verdadeira ou falsa.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Aaron, R. (1963). John Locke: Second Edition. Oxford: Claredon University Press.

Bolton, M. (2007). “The Taxonomy of Ideas in Locke’s Essay”. In: Newman, L. (org.). The Cambridge Companion to Locke’s ‘Essay concerning Human Understanding’. New York: Cambridge University Press, 2007, pp. 67-100.

Coventry, A.; Kriegel, U. (1998). “Locke on Consciousness”. History of Philosophy Quarterly, v. XXV, n. 3, 1998, pp. 221-242.

Descartes, R. (2004). Meditações sobre filosofia primeira. Ed. bilíngue. Trad. Fausto Castilho. Campinas: UNICAMP.

Descartes, R. (2006). Meditations, Objections and Replies. Trad. e ed. Roger Ariew e Donald Cress. Indianapolis; Cambridge: Hackett Publishing Company.

Kulstad, M. (1984). “Locke on Consciousness and Reflection”. Studia Leibnitiana, v. XVI, n. 2, 1984, pp. 143-167.

Lahteenmaki, V. (2011). “Locke on Consciousness and What it is About”. Studia Leibnitiana, v. XLIII, n. 2, 2011, pp. 160-178.

Lahteenmaki, V. (2008). “The Sphere of Experience in Locke: The Relations Be-tween Reflection, Consciousness, and Ideas”. Locke Studies, v. VIII, 2008, pp. 59-99.

Locke, J. (1999). An Essay concerning Human Understanding. Ed. Peter H. Niddit-ich. Oxford: Clarendon Press.

Locke, J. (1999). Ensaio sobre o Entendimento Humano. Trad. Eduardo Abran-ches Soveral. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Obstfeld, K. (1983) “Locke’s Causal Theory of Reflection”. Southern Journal of Philosophy, v. XXI, 1983, pp. 47–56.

Mabbott, J. (1973). Locke. London; Basingstoke: The MacMillan Press.

Reid, T. (2002). Essays on the Intellectual Powers of Man. Ed. Derek Brookes. Edimburgo: Edinburgh University Press.

Reid, T. (1997). Inquiry into the Human Mind on the Principles of Common Sense. Edimburgo: Edinburgh University Press.

Scharp, K. (2008). “Locke’s Theory of Reflection”. British Journal for the History of Philosophy. v. XVI, n. 1, pp. 25-63.

Thiel, U. (1994). “Hume’s Notion of Consciousness and Reflection in Context”. British Journal for the History of Philosophy, v. II, n. 2, pp. 75-115.

Wilson, M. (2005). Descartes. London; New York: Routledge.

Downloads

Publicado

2022-06-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar