Os refugos do mundo: figuras do pária

Autores

  • Eleni Varikas Université de Paris VIII

Palavras-chave:

Pária, Casta, Iluminismo, Injustiça, Alteridade

Resumo

Do século XVI ao século XVIII, o termo pária, cunhado por viajantes ocidentais, oficiais do império ou missionários para designar a degradação dos marginalizados na Índia, era corrente em círculos letrados portugueses, ingleses, franceses, alemães e holandeses. No discurso iluminista - e ao longo do século XIX -, o termo adquiriu um novo sentido, relacionado à conotação cada vez mais pejorativa de "casta". Assim, a metáfora do pária representa uma expressão idiomática de crítica à autoridade arbitrária e à exclusão social e política persistente. Graças à literatura, ao teatro e à opera, ela adentra os espaços públicos literário e plebeu europeus, dando nome às hierarquias modernas invisíveis e denunciando a construção desumanizadora do outro em um mundo que alega ter a universalidade dos direitos humanos como seu princípio fundador.

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Publicado

2010-01-01

Edição

Seção

Humanidades

Como Citar

Varikas, E. (2010). Os refugos do mundo: figuras do pária . Estudos Avançados, 24(69), 31-60. https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10511