"No remoinho da tendência-espiral": questões de estética, literatura e ciências naturais na obra de Goethe

Autores

  • Sabine Mainberger Universidade de Bonn

Palavras-chave:

Goethe, Tendência-espiral, Martius, Linha da beleza, William Hogarth

Resumo

Em seus últimos anos de vida, Goethe esteve obcecado pela assim chamada "tendência-espiral". Essa questão, contudo, de modo algum constituía algo novo para ele, como demonstram claramente suas formulações anteriores em torno de linhas curvas e espirais. De fato, essas formas encontram-se nas zonas de intersecção entre literatura, artes visuais (em especial, as ornamentais) e estudos científicos. Uma referência crucial para as estéticas do final do século XVIII foi a famosa concepção de William Hogarth sobre a "linha da beleza" (1753), a qual também deixou vestígios nos escritos de Goethe, até mesmo em sua fase tardia. O presente trabalho examina sua elegia "Amynthas" (1799), o ensaio "Touro fossilizado" (1822), assim como textos sobre a metamorfose das plantas e a tendência-espiral da vegetação. Formas espirais parecem ter exercido fascínio tão intenso sobre Goethe porque elas possibilitam, com seus múltiplos significados e funções, extrapolar fronteiras entre diferentes gêneros e disciplinas e estabelecer conexões entre diferentes pensamentos. Essa atividade intelectual transgressora, a que chamaríamos de "interdisciplinaridade", continuou sendo modelar para importantes pensadores do século XX, tais como Paul Valéry, Walter Benjamin ou Aby Warburg.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2010-01-01

Edição

Seção

Literatura

Como Citar

"No remoinho da tendência-espiral": questões de estética, literatura e ciências naturais na obra de Goethe . (2010). Estudos Avançados, 24(69), 203-218. https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10521