Os coletivos da Covid-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.3499.002

Palavras-chave:

Pandemia, Covid-19, Imunidade de rebanho, Cloroquina, Redes sociais

Resumo

Ao estudar um fenômeno que atinge a população de diversos continentes, cuidamos de coletivo de pessoas. A pandemia que assola a humanidade é pouco conhecida. Buscando entendê-la, aparecem outros coletivos no discurso: coletivo do pensamento, aglomeração, rede, teste, UTI, rebanho, comboio. Na análise desses coletivos, buscamos elucidar controvérsias. Na formulação de políticas inovadoras em saúde, aproveitamos textos próprios, de análise de epidemias anteriores. Pelo limitado conhecimento da História Natural da Covid-19, têm relevância os “procedimentos não farmacológicos”, ligados ao comportamento das pessoas. Não bastasse o rigor da invasão epidêmica do virus, sofremos uma invasão léxica inédita: achatamento de curvas, distanciamento social e etiqueta respiratória. Principais controvérsias: a disputa pela cloroquina, com populistas em ação e o equivocado uso da Herd Immunity como objetivo a alcançar, e milhões de óbitos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • José da Rocha Carvalheiro, Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

    José da Rocha Carvalheiro é médico, professor titular de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, membro do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da USP, professor colaborador do Núcleo de Serviços e Sistemas de Saúde do Instituto de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, subcoordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Inovação em Doenças de Populações Negligenciadas do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS, Fiocruz). @ – jrcarval@usp.br

Referências

ALBUQUERQUE, J. Susan Sontag acertou ao denunciar metáfora que compara doença a Guerra. Folha de S.Paulo, 21 abril 2020.

BMJ. Sacred cows: to the abattoir! BMJ, v.317, p.1730, 1998. Disponível em: <https://doi.org/10.1136/bmj.317.7174.1730>.

CARVALHEIRO, J. R. Processo migratório e disseminação de doencas. Textos de

Apoio – Ciências Sociais. Abrasco, RJ, p.27-55, 1983.

CARVALHEIRO, J. R. Depoimento à Assembleia Nacional Constituinte. Subcomissão de Saúde, Seguridade e do Meio Ambiente. Atas de Comissões. Anexo à Ata da 14ª reunião realizada dia 6 de maio, 1987.

CARVALHEIRO, J. R. Pestilências: velhos fantasmas, novas cadeias. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.1, p,25-42, 1992.

CARVALHEIRO, J. R. A vacina da Aids, a quimera e a vaca gorda. Estudos Avançados, São Paulo,

v.11, n.31, p.191-207, set. 1997.

CARVALHEIRO, J. R. Os desafios para a saúde. Estudos Avançados, São Paulo, v.13, n.35, p.7-20,

abr. 1999.

CARVALHEIRO, J. R. A saúde na metrópole. Estudos Avançados, São Paulo, v.17, n.48, p.203-8,

ago. 2003.

CARVALHEIRO, J. R. Epidemias em escala mundial e no Brasil. Estudos Avançados, [online], v.22,

n.64, p.7-17, set. 2008.

CARVALHEIRO, J. R. Pandemia popular. Rev Bras Epidemiol., v.12, n.2, p.101-4, 2009.

CARVALHEIRO, J. R. Incorporação dos resultados de pesquisa pelos gestores do Sistema Único) de Saúde num contexto atual. Boletim do Instituto de Saúde, v.13, n.3, p.199-204, 2012.

CARVALHEIRO, J. R.; MARQUES, M.C. C.; MOTA, A. A Construção da Saúde Pública no Brasil no século XX e início do século XXI. In: ROCHA, A. A.; CESAR, C. L. G.; RIBEIRO, H. (Org.) Saúde pública: bases conceituais. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2013.

CEPEDISA. Analisando o contágio de desinformação sobre coronavírus via youtube. In: Repositório de Acesso Aberto da UNESCO, 2020. Disponível em: <http://www.unesco.org

/open-access/terms-use-ccbysa-en>.

COHEN, J.; KUPFERSCHMIDT, K. Mass testing, school closings, lockdowns: Countries pick tactics in ‘war’ against coronavirus. Science Translational Medicine, Mar 18, 2020.

CROWTHER, H.; LIPWORTH, W.; KERRIDGE, I. Evidence-based medicine and epistemological imperialism: narrowing the divide between evidence and illness. Journal of Evaluation in Clinical Practice, v.17, n.5, p.868-72, 2011. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/j.1365-2753.2011.01723.x>.

HAN, B. C. O coronavirus de hoje e o mundo de amanhã. El País, 22 mar. 2020.

HARARI, Y. N. O mundo após o coronavírus: a tempestade passará, mas as escolhas

que fizermos hoje mudarão nossas vidas. Carta Maior, 29 de maio de 2020.

HAVIARAS, H. A Homeopatia e o Covid-19. Associação Médica Homeopática de Santa Catarina. Instagram@hayde,haviaras. 2020.

KATZ, D. K. Is Our Fight Against Coronavirus Worse Than the Disease? The New York

Times, Opinion section, March 20, 2020.

KEYNES, J. M. The times. Collected Writings, v.21, p.409, 1937.

LANCET. Editoriais. February 22 “Facts are not enough” and May 9, 2020 “COVID-19 in Brazil:’So what’ ?”. Disponível em: v.395, 2020.

McKEOWN, T.; LOWE, C. R. An introduction to social medicine. Oxford; Edinburgh: Blackwell Scientific Publications, 1968.

MELLO, P. C. Canais de fake news no You Tube têm quase 3 vezes mais audiência. Folha, saúde, 21 de maio 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.

br/equilibrioesaude/2020/05/canais-de-fake-news-sobre-covid-19-no-youtube-sao--vistos-quase-3-vezes-mais-que-os-de-dados-reais.shtml>.

MORAES, J. C.; GUEDES, J. S.; BARATA, R. C. B. Método de estudo do processo epidêmico. In: CARVALHEIRO, J. R. (Ed.) Curso de Epidemiologia das doenças transmissíveis. XVIII Congresso da Soc. Bras. Med. Trop., Ribeirão Preto, 1982.

OLIVEIRA, R. M.; VALLA, V. V. As condições e as experiências de vida de grupos populares no Rio de Janeiro: repensando a mobilização popular no controle do dengue.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.17(Suplemento), p.77-88, 2001.

PEREIRA, R. A. Ver a Netflix tem quatro sílabas: O lirismo da Covid, apesar de inexistente, tem sido buscado por poetas. Folha Opinião, 17 maio 2020.

Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ricardo-araujo-pereira/2020/05/>.

SAKELLARIDES, C. A Lisbon agenda on health innovation: Editorial. European Journal of Public Health, v.18, n.2, p.102-3, 2008.

SAMAJA, J. Trans sapiência. In: CARVALHEIRO, J. R. et al. (Coord.) Transdisciplinaridade em Saúde Coletiva. Mesa-Redonda no “VI Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva”, em Salvador, BA. Coleção de vídeos do VI Congresso, 2000.

SCHMID, A. W. Contribuição para o estudo da epidemia de febre tifóide no município

de Itatiba em 1954. Arq.Fac. Hig. S. Publ., v.14, n.1/2, p.1-86, 1960.

SES. Estrutura epidemiológica. Apostila do Curso de atualização em Epidemiologia. Secret. Saúde E.S.Paulo/Deptº Medicina Social FMRP-USP, 1974, mimeo.

SINNECKER, H. General epidemiology. Transl. N. Walker. London: John Wiley & Sons, 1976. 228p.

STAMP, L. Medical geography. London: Oxford University Press, 1964.

TESTA, M. Pensar em saúde. Porto Alegre: Artes Médicas; Abrasco, 1992.

WILSON, G. S.; MILES, A. A. Topley and Wilson’s principles of bacteriology and immunity. 5.ed. Baltimore: Williams & Wilkins Co., s.d.

WOODS, D. The many faces of Populism: diverse but not disparate. Research in Political Sociology, v.22, p.1-25, 2014.

Downloads

Publicado

2020-08-06

Edição

Seção

Pandemia pela Covid-19