Notas sobre etnografia em Mário de Andrade
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2022.36104.010Palavras-chave:
Mário de Andrade: crítica e interpretação, Amazônia: Literatura e etnografia, Dina Lévi-Strauss e Mário de Andrade, Modernismo e etnografiaResumo
Abordamos o tema da etnografia na vida e na obra de Mário de Andrade, começando por seu apoio a atividades etnográficas quando diretor do Departamento de Cultura de São Paulo, como ocorreu com as duas viagens de Claude e Dina Lévi-Strauss ao Mato Grosso e Amazônia (1936 e 1938), com a Missão de Pesquisas Folclóricas ao Nordeste (1938), e com a realização do primeiro Curso de Etnografia realizado no país (1936). Passamos em seguida à viagem realizada pelo escritor à Amazônia em 1927, e ao que chamamos de “etnografias imaginárias”, que o próprio escritor chamou de “sátiras às explorações científicas, à etnografia”. É quando ele descreve ficcionalmente duas “tribos de índios” localizadas nos arredores do rio Madeira, a dos Pacaás Novos (referência a um grupo que efetivamente existe, no que hoje é o estado de Rondônia, e que o escritor planejou sem sucesso visitar), e a dos “Dó-mi-sol”, uma “tribo” inventada, na qual a comunicação se faz através do canto, e não da fala.
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