Da “ciclovista” à “ciclovia da morte”: a vida social de uma infraestrutura urbana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2023.37107.004

Palavras-chave:

Ciclovia Tim Maia, Paisagem, Infraestruturas urbanas, Sul Global

Resumo

O texto faz uma análise da vida social da Ciclovia Tim Maia, situada na zona Sul do Rio de Janeiro. Inaugurado em 2016, o equipamento foi saudado por oferecer, além de novas alternativas de mobilidade urbana, novos enquadramentos para a paisagem da orla oceânica. Tal combinação fazia da ciclovia um elemento central de um projeto mais amplo de cidade, que tinha da relação harmoniosa entre homem e natureza um de seus eixos principais. Ao acompanhar o processo de idealização, construção e inauguração do equipamento, bem como seus sucessivos colapsos, o texto visa discutir como esse caso peculiar permite refletir sobre aspectos importantes das infraestruturas urbanas a partir do olhar da Antropologia: suas múltiplas temporalidades, a relação inextricável entre técnica e política e os diferentes projetos de cidade que elas acumulam.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AGIER, M. Antropologia da cidade: lugares, situações, movimentos. São Paulo: Terceiro Nome, 2011.

APPEL, H.; ANAND, N.; GUPTA, A. Introduction: Temporality, Politics, and the Promise of Infrastructure. In: APPEL, H. et al. (Org.) The Promise of Infrastructure. Durham: Duke University Press, 2018. p.1-40.

ARBOLEDA, P. Ruins of Modernity: The Critical Implications of Unfinished Public Works in Italy. International Journal of Urban and Regional Research, v.41, n.5, p.804-20, 2017.

CAVALCANTI, M. Still construction and already ruin. In: LANCIONE, M.; MacFARLANE, C. (Ed.) Global Urbanism. Abingdon, Oxon; New York, NY: Routledge, 2021.

CREA. Relatório do grupo de trabalho instituído pelo CREA-RJ através da portaria AD/PRES RJ N.010/2017 - GABI de 18/01/2017 para realização de perícia na Ciclovia Tim Maia. Rio de Janeiro: CREA, 2017.

GRAHAM, S.; McFARLANE, C. Introduction. In: GRAHAM, S.; McFARLANE, C. (Org.) Infrastructural Lives: Urban Infrastructure in Context. New York: Routledge, 2014. p.1-14.

GUIMARÃES, R. S.; BARBOSA, A.; MOREIRA, G. Apresentação. In: GUIMARÃES et al. (Org.) Mediações Arquitetônicas. Redes profissionais e práticas estatais no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens, 2021. p.9-30.

GUIMARÃES, R. S.; MARX, V. Intervenções, regulações e contestações. Olhares sobre as cidades contemporâneas. Interseções - Revista de Estudos Interdisciplinares, v.22, p.348-61, 2020.

GUPTA, A. The Future in Ruins: Thoughts on the Temporality of Infrastructure. In: APPEL, H. et al. (Org.) The Promise of Infrastructure. Durham: Duke University Press, 2018. p.62-79.

HARVEY, P. Infrastructures in and out of Time: The Promise of Roads in Contemporary Peru. In: APPEL, H. et al. (Org.) The Promise of Infrastructure. Durham: Duke University Press, 2018. p.80-101.

IPHAN. Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro à Lista de Patrimônio da Humanidade. Brasília, 2012.

LARKIN, B. Políticas e Poéticas da Infraestrutura. Anthropológicas, v.31, n.2, p.28-60, 2020.

MALTA, E. Consumindo Paisagens: Patrimônio Cultural, Turismo e Enobrecimento Urbano no Rio de Janeiro. Tomo, n.31, p.91-134, 2017.

O’DONNELL, J. A invenção de Copacabana. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

PERROTTA, I. Promenades do Rio: a turistificação da cidade pelos guias de viagem de 1873 a 1939. Rio de Janeiro: Rio450/Hybris Design, 2015.

RAMAKRISHNAN, K.; O’REILLY, K.; BUDDS, J. The temporal fragility of infrastructure: Theorizing decay, maintenance, and repair. Environment and Planning E: Nature and Space, v.4, n.3, p.674-95, 2020.

STAR, S. L. The Ethnography of Infrastructure. American Behavioral Scientist, v.43, n.3, p.377-91, 1999.

Publicado

2023-12-05

Como Citar

O’Donnell, J. (2023). Da “ciclovista” à “ciclovia da morte”: a vida social de uma infraestrutura urbana. Estudos Avançados, 37(107), 45-62. https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2023.37107.004