Controle social da administração pública por agentes privados: avaliando o impacto dos observatórios sociais nas despesas dos municípios do Paraná

Autores

  • Marllon da Silva Banhos Universidade Federal do Espírito Santo.
  • Renato Nunes de Lima Seixas Universidade Federal do Espírito Santo.

DOI:

https://doi.org/10.11606/1980-5330/ea162776

Palavras-chave:

bens públicos, corrupção, gestão fiscal

Resumo

Este artigo tem como objetivo avaliar a eficácia da iniciativa privada no controle da administração pública. Estimamos o impacto da introdução dos Observatórios Sociais (OS) em diversas categorias de gastos públicos municipais no estado do Paraná. Utilizando informações do período 2002-2017, os resultados mostram economias em despesas com material de consumo e serviços contratados de pessoas jurídicas de até 0,5% do PIB municipal, que tendem a serem maiores com o tempo de atuação. Concluímos que iniciativas de controle social independentes do poder público podem ser efetivas no controle da administração pública.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Renato Nunes de Lima Seixas, Universidade Federal do Espírito Santo.

    É professor Adjunto no departamento de economia da Universidade Federal do Espírito Santo. Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), mestrado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (2002) e doutorado em Agricultural and Resource Economics pela Universidade da Califórnia, Berkeley (2014).

Referências

Aidt, T. S. (2003). Economic analysis of corruption: a survey. The Economic Journal, London, v. 113, n. 491, p. 632–652.

Arellano, M. (1987). Computing robust standard errors for within-groups estimators. Oxford Bulletin of Economics and Statistics, Oxford, v. 49, n. 4, p. 431–434.

Banerjee, A.,Mullainathan, S. &Hanna, R. (2013). Corruption. In: GIBBONS, R.; ROBERTS, J. (orgs.) The Handbook of Organizational Economics. Princeton: Princeton University Press. p. 1109-1147.

Battisti, M., Lavezzi, A. M., Masserini, L. & Pratesi, M. (2018). Resisting the extortion racket: an empirical analysis. European Journal of Law and Economics, Cham, v. 46, n. 1, p. 1–37.

Becker, G. S. & Stigler, G. J. (1974). Law enforcement, malfeasance, and compensation of enforcers. The Journal of Legal Studies, Chicago, v. 3, n. 1, p. 1–18.

Bergstrom, T., Blume, L. & Varian, H. (1986). On the private provision of public goods. Journal of Public Economics, Amsterdam, v. 29, n. 1, p. 25–49.

Bertrand, M., Duflo, E. & Mullainathan, S. (2004). How much should we trust differences-in-differences estimates? The Quarterly Journal of Economics, Cambridge, v. 119, n. 1, p. 249–275.

Besley, T., Pande, R. & Rao, V. (2005). Participatory democracy in action: survey evidence from South India. Journal of the European Economic Association, Oxford, v. 3, n. 2-3, p. 648–657.

Björkman, M. & Svensson, J. (2009). Power to the people: evidence from a randomized field experiment on community-based monitoring in Uganda. The Quarterly Journal of Economics, Cambridge, v. 124, n. 2, p. 735–769.

Björkman, M. & Svensson, J. (2010). When is community-based monitoring effective? Evidence from a randomized experiment in primary health in Uganda. Journal of the European Economic Association, Oxford, v. 8, n. 2-3, p. 571–581.

Bona, R. S. & Boeira, S. L. (2018). Observatório Social do Brasil e os desafios organizacionais do controle social. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 23, n. 75.

Brollo, F., Nannicini, T., Perotti, R. & Tabellini, G. (2013). The political resource curse. American Economic Review, Nashville, v. 103, n. 5, p. 1759–1796.

Burai, P. (2020). Overcoming the pitfalls of engaging communities in anti-corruption programmes. Bergen: Chr. Michelsen Institute. Disponível em: https://www.u4.no/publications overcoming-the-pitfalls-of-engagingcommunities-in-anti-corruption-programmes.

Caldas, O. V., Costa, C. M. & Pagliarussi, M. S. (2016). Corrupção e composição dos gastos governamentais: evidências a partir do Programa de Fiscalização por Sorteios Públicos da Controladoria-Geral da União. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 50, n. 2, p. 237–264.

Campos, F. A. O., Castelar, I. & Soares, R. B. (2018). Fatores associados à corrupção municipal emtransferências de recursos da União. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 28, n. 3, p. 879–911.

Campos, F. d. A. O. & Pereira, R. A. (2016). Corrupção e ineficiência no Brasil: uma análise de equilíbrio geral. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 46, n. 2, p. 373–408.

Di, Tella, R. & Schargrodsky, E. (2003). The role ofwages and auditing during a crackdown on corruption in the city of Buenos Aires. The Journal of Law and Economics, Chicago, v. 46, n. 1, p. 269–292.

Dixit, A. (2018). Anti-corruption institutions: Some history and theory. In: BASU, K.; CORDELLA, T. (orgs.) Institutions, governance and the control of corruption. Cham: Palgrave Macmillan. p. 15–49.

Favretto, J. & Riccio, E. L. (2017). Observatório Social do Brasil em números. E-book. Disponível em: http://osbrasil.org.br/wpcontent/uploads/2017/04/e-book-OSB-06-04-2017-2.pdf.

Ferraz, C. & Finan, F. (2008). Exposing corrupt politicians: the effects of Brazil’s publicly released audits on electoral outcomes. The Quarterly Journal of Economics, Cambridge, v. 123, n. 2, p. 703–745.

Ferraz, C. & Finan, F. (2011). Electoral accountability and corruption: evidence from the audits of local governments. American Economic Review, Nashville, v. 101, n. 4, p. 1274–1311.

Ferraz, C., Finan, F. & Moreira, D. B. (2012). Corrupting learning: evidence from missing federal education funds in Brazil. Journal of Public Economics, Amsterdam, v. 96, n. 9-10, p. 712–726.

Imbens, G. W. & Wooldridge, J. M. (2009). Recent developments in the econometrics of program evaluation. Journal of Economic Literature, Nashville, v. 47, n. 1, p. 5–86.

Lewis, B. D. (2017). Local government spending and service delivery in Indonesia: the perverse effects of substantial fiscal resources. Regional Studies, London, v. 51, n. 11, p. 1695–1707.

Michener, G., Contreras, E. & Niskier, I. (2018). From opacity to transparency? Evaluating access to information in Brazil five years later. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 52, n. 4, p. 610–629.

Moe, T. (2013). Delegation, control, and the study of public bureaucracy. In: GIBBONS, R.; ROBERTS, J. (orgs.) The Handbook of Organizational Economics. Princeton: Princeton University Press. v. 10, n. 2.

Oliva, F. (2012). A experiência do Norte de Minas. In: VERILLO, J.; VERILLO, N. (orgs.) O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil. São Paulo: 24X7 Cultural. p. 81-83.

Olken, B. A. (2007). Monitoring corruption: evidence from a field experiment in Indonesia. Journal of Political Economy, Chicago, v. 115, n. 2, p. 200–249.

Olken, B. A. & Pande, R. (2012). Corruption in developing countries. Annual Review of Economics, Palo Alto, v. 4, n. 1, p. 479–509.

PNUD, IPEA & FJP (2013). O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Brasileiro. Brasília: PNUD.

Reinikka, R. & Svensson, J. (2011). The power of information in public services: evidence from education in Uganda. Journal of Public Economics, Amsterdam, v. 95, n. 7-8, p. 956–966.

Rocha, D. G., Zuccolotto, R. & Teixeira, M. A. C. (2020). Insulated and undemocratic: the (im) possibility of social accountability in Brazilian courts of accounts. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 54, n. 2, p. 201–219.

Samuelson, P. A. (1954). The pure theory of public expenditure. The Review of Economics and Statistics, Cambridge, v. 36, n. 4, p. 387–389.

Superti, C. (2009). Addiopizzo: can a label defeat the Mafia? Journal of International Policy Solutions, La Jolla, v. 11, n. 4, p. 3–11.

Van Rijckeghem, C. &Weder, B. (2001). Bureaucratic corruption and the rate of temptation: do wages in the civil service affect corruption, and by how much? Journal of Development Economics, Amsterdam, v. 65, n. 2, p. 307–331.

Zuccolotto, R. & Teixeira, M. A. C. (2019). Transparência: aspectos conceituais e avanços no contexto brasileiro. Brasília: ENAP.

Downloads

Publicado

2021-03-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Controle social da administração pública por agentes privados: avaliando o impacto dos observatórios sociais nas despesas dos municípios do Paraná. (2021). Economia Aplicada, 25(1), 93-114. https://doi.org/10.11606/1980-5330/ea162776