A pegada hídrica da economia brasileira e a balança comercial de água virtual: uma análise insumo-produto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1980-5330/ea167721

Palavras-chave:

insumo-produto, pegada hídrica, produção setorial, meio ambiente

Resumo

O artigo avalia, com base na construção de um modelo insumo-produto ecológico, a pegada hídrica nacional e a balança comercial de água virtual no Brasil para o ano 2015. Verificou-se que a pegada hídrica do país alcança 22.012 hm3/ano de água virtual, o que equivale a um consumo per-capita de 107,66 m3/ano ou 294,97 litros/dia. Na balança comercial, verificou-se, em função dos setores da agropecuária e da agroindústria, um saldo exportador líquido de 8.542 hm3/ano de água virtual que abastece a cada ano 79,33 milhões de habitantes no mundo. Contudo, frente à escassez de água global, para proteger o meio ambiente de forma sustentável, é necessário criar um mercado formal de água virtual.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marco Antonio Montoya, Universidade de Passo Fundo

    Doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo, Brasil (1998). Professor titular da Universidade de Passo Fundo, Brasil.

Referências

ALLAN, J. A. (1998). Virtual water: a strategic resource. GroundWater, v. 36, n. 4, p. 545, 1998.

ANA. Agência Nacional de Águas (2018). Contas econômicas ambientais da água no Brasil 2013–2015. Brasília: Agência Nacional de Águas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, 2018.

BICKNELL, K. B., BALL, R. J., CULLEN, R. & BIGSBY, H. R. (1998). New methodology for the ecological footprint with an application to the New Zealand economy. Ecological Economics, v. 27, n. 2, p. 149–160, 1998.

BLENINGER, T. & KOTSUKA, L. K. (2015). Conceitos de água virtual e pegada hídrica: estudo de caso da soja e óleo de soja no Brasil. Revista Recursos Hídricos [online], v. 36, n. 1, p. 15–24, mai. 2015.

CHAPAGAIN, A. K. & HOEKSTRA, A. Y. (2007). The water footprint of coffee and tea consumption in the Netherlands. Ecological Economics, v. 64, p. 109–118, 2007.

DIETZENBACHER, E. & VELAZQUEZ, E. (2007). Analyzing Andalusian virtual water trade in an input–output framework. Regional Studies, v. 41, n. 2, p. 185–196, 2007. DOI: https://doi.org/10.1080/00343400600929077.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2016). Notícias, 2016. Disponível emhttps://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/12990229/brasil-esta-entre-os-paises-com-maior-area-irrigada-do-mundo. Acesso em: 19 fev. 2019.

GLEICK, P. H. (2000). The changing water paradigm: A look at twenty-first century water resources development. Water International, v. 25, p. 127–138, 2000.

HILGEMBERG, E. M. & GUILHOTO, J. J. M. (2006). Uso de combustíveis e emissões de CO2 no Brasil: um modelo inter-regional de insumo-produto. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p. 49–99, abr. 2006.

HOEKSTRA, A. Y. (2009). Human appropriation of natural capital: A comparison of ecological footprint and water footprint analysis. Ecological Economics, v. 68, p. 1963–1974, 2009.

HOEKSTRA, A. Y. & CHAPAGAIN, A. K. (2007). Water footprints of nations: water use by people as a function of their consumption pattern. Water Resources Management, n. 21, p. 35–48, 2007.

HOEKSTRA, A. Y., CHAPAGAIN, A. K., ALDAYA, M. M. & MEKONNEN, M. M. (2011). The Water Footprint Assessment Manual: Setting the Global Standard. London: Earthscan, 2011.

HOEKSTRA, A. Y. & HUNG, P. Q. (2002). Virtual water trade: a quantification of virtual water flows between nations in relation to international crop trade. Value of Water Research Report Series, n. 11. Delft, The Netherlands: UNESCO-IHE, 2002.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018a). Contas Nacionais n. 60. Contas Econômicas Ambientais da Água de 2013-2015- CEAA. Rio de Janeiro: IBGE, 2018a.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018b). Contas Nacionais n. 62. Matriz de Insumo Produto 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2018b.

LEONTIEF,W. (1970). Environmental repercussions and the economic structure: An input-output approach. The Review of Economics and Statistics, v. 52, n. 3, p. 262–271, 1970.

MONTOYA,M. A., BERTUSSI, L, A., LOPES, R. L. & FINAMORE, E. F. (2019). Uma nota sobre consumo energético, emissões, renda e emprego na cadeia de soja no Brasil. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 73, n. 3, p. 345-369, jul./set. 2019. DOI: https://doi.org/10.5935/0034-7140.20190016.

MONTOYA, M. A. & FINAMORE, E. F. A. (2019a). As relações intersetoriais dos recursos hídricos na economia brasileira. Texto para discussão, n. 11, 2019a. Disponível em https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/cepeac/textos-discussao/11-2019.pdfAcesso em: 8 set. 2019.

MONTOYA, M. A. & FINAMORE, E. F. A. (2019b). Os recursos hídricos no agronegócio brasileiro: uma análise insumo-produto do uso, consumo, eficiência e intensidade. Texto para discussão, n. 10, 2019b. Disponível em https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/cepeac/textos-discussao/

-2019.pdf. Acesso em: 10 nov. 2019.

MONTOYA,M. A., LOPES, R. L. & GUILHOTO, J. J.M. (2014). Desagregação setorial do balanço energético nacional a partir dos dados da Matriz Insumo-Produto: uma avaliação metodológica. Economia Aplicada, Ribeirão Preto, v. 18, n. 3, p. 379–419. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-8050/ea463.

MONTOYA, M. A. & PASQUAL, C. A. (2015). O uso setorial de energia renovável versus não renovável e as emissões de CO2 na economia brasileira: um modelo insumo-produto híbrido para 53 setores. Pesquisa e Planejamento Econômico – PPE, Rio de Janeiro, v. 45, n. 2, p. 288–335, ago. 2015.

OEL, P. R. & HOEKSTRA, A. Y. (2012). Towards quantification of the water footprint of paper: A first estimate of its consumptive component. Water Resource Management, v. 11, p. 9942–9949, 2012.

PENA, R. F. A. (2018). Escassez de água no Brasil. Brasil Escola, 2018. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/geografia/escassez-agua-no-brasil.htm. Acesso em: 24 out. 2018.

PICOLI, I. T. (2016), PhD thesis. Pegada hídrica da economia brasileira: uma análise de insumo-produto. 2016. 129 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Econômico) - Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.

RODRIGUEZ, C. I., GALARRETA, V. A. R. & KRUSE, E. E. (2014). Analysis of water footprint of potato production in the pampean region of Argentina. Analysis of water footprint of potato production in the pampean region of Argentina, v. 90, p. 91–96, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2014.11.075.

SU,M. H., HUANG, C. H., LI,W. Y., TSO, C. T. & LUR, H. S. (2015). Water footprint analysis of bioethanol energy crops in Taiwan. Journal of Cleaner Production, v. 88, p. 132–e138, 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2014.06.020.

UKIDWE, N. U. & BAKSHI, B. R. (2004). Thermodynamic accounting of ecosystem contribution to economic sectors with application to 1992 U.S. economy. Environmental Science & Technology, v. 38, n. 18, p. 4810–4827, 2004. DOI: https://doi.org/10.1021/es035367t.

USSAMI, K. A. & GUILHOTO, J. J. M. (2018). Economic and water dependence among regions: The case of Alto Tiete, São Paulo State, Brazil. EconomiA, v. 19, n. 3, p. 350–376, 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.econ.2018.06.001.

VISENTIN, J. C. & GUILHOTO, J. J. M. (2019). The Role of Interregional Trade in Virtual Water on the Blue Water Footprint and the Water Exploitation Index in Brazil. The Review of Regional Studies, v. 49, n. 2, p. 299–322, 2019.

WICHELNS, D. (2010). Virtual water: a helpful perspective, but not a sufficient policy criterion. Water Resource Management, n. 24, p. 2203–2219, 2010.

WIEDMANN, T., LENZEN, M., TURNER, K. & BARRETT, J. (2007). Examining the global environmental impact of regional consumption activities - Part 2: review of input-output models for the assessment of environmental impacts embodied in trade. Ecological Economics, v. 61, p. 15–26, 2007. DOI:https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2006.12.003.

WIEDMANN, T., MINX, J., BARRETT, J. & WACKERNAGEL, M. (2006). Allocating ecological footprints to final consumption categories with input-output analysis. Ecological Economics, v. 56, p. 28–48, 2006. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2005.05.012.

ZHANG, Z., YANG, H. & SHI, M. (2011). Analyses of water footprint of Beijing in an interregional input-output framework. Ecological Economics, v. 70, p. 2494–2502, 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2011.08.011.

ZHAO, X., B, C. & F, Y. Z. (2009). National water footprint in an input-output framework: a case study of China 2002. Ecological Modelling, v. 220, p. 245–253, 2009. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecolmodel.2008.09.016.

ZHI, Y., YANG, Z. F. & YIN, X. A. (2014). Decomposition analysis of water footprint changes in a water-limited river basin: a case study of the Haihe River basin, China. Hydrology and Earth System Sciences, v. 18, p. 1549–1559, 2014. DOI: 10.5194/hess-18-1549-2014.

Downloads

Publicado

2020-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A pegada hídrica da economia brasileira e a balança comercial de água virtual: uma análise insumo-produto. (2020). Economia Aplicada, 24(2), 215-248. https://doi.org/10.11606/1980-5330/ea167721