Firmas multiprodutos, dinâmica das firmas e o mix de produção das indústrias brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-41614831jam

Palavras-chave:

Multiproduto, Escopo, Produtividade total dos fatores, Firmas heterogêneas, Margem extensiva, Margem intensiva, Firmas exportadoras

Resumo

Este artigo analisa a indústria manufatureira no Brasil na perpsectiva da literatura de firmas heterogêneas. A análise focou i) nas características das firmas multi-produto (MP), multi-setor e multi-indústria; e ii) no escopo das firmas, incluindo os determinantes da alteração de produtos, comportamento ao longo do ciclo econômico, e relação com demais características de cada empresa. Firmas do tipo MP representam 37% do total, mas geram 81% do valor da produção (VP). Elas empregam mais funcionários, têm maior probabilidade de serem exportadoras, maior produtividade do trabalho e maior produtividade total dos fatores (PTF). A margem extensiva proveniente da adição e retirada de produtos do leque produtivo contribui mais para o crescimento do VP do que o movimento de entrada e saída de firmas do mercado. Todas as margens correlacionam-se positivamente com o crescimento do PIB: a margem intensiva apresenta correlação quase perfeita, seguida pela margem de produto, com valores em torno de 0,91, e depois pela margem das firmas, cuja correlação ficou em torno de 0,60. Ao analisar as firmas sobreviventes, metade do crescimento do VP (de 2005 a 2009) teve origem naquelas que promoveram algum tipo de alteração no escopo produtivo. As firmas que adicionaram (retiraram) produtos ao (do) leque de produção obtiveram maior (menor) crescimento do VP, do número de empregados e da PTF. Firmas com maior PTF, com mais trabalhadores e as exportadoras têm maior probabilidade de somente adicionar ou somente retirar produtos do seu escopo produtivo.

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Publicado

30-09-2018

Edição

Seção

Artigo

Como Citar

Alves, J. D., & Ferreira, M. S. (2018). Firmas multiprodutos, dinâmica das firmas e o mix de produção das indústrias brasileiras. Estudos Econômicos (São Paulo), 48(3), 349-389. https://doi.org/10.1590/0101-41614831jam