Sociedade e cultura escravistas como obstáculos ao desenvolvimento econômico: notas sobre o Brasil oiticentista

Autores

  • Douglas Cole Libby Autor

Palavras-chave:

sociedade e cultura escravistas, subdesenvolvimento, tentativas de industrialização

Resumo

É hora dos estudiosos da História Econômica do Brasil tratarem das questões culturais ligadas a mais de 300 anos de escravismo e subdesenvolvimento. Ao continuar insistindo que, antes da Abolição, a economia brasileira não conseguiu "modernizar-se'' em função de má qualidade do trabalho escravo em si, ignora-se o fato de que escravos eram perfeitamente capazes de se adaptarem aos avanços tecnológicos e a complexa organização do trabalho, como se demonstrará por meio de exemplos extraídos do oitocentos brasileiros. Argumenta-se-a que certas atitudes inerentes a sociedade escravista brasileira, em particular a aversão ao trabalho enraizada entre todos os segmentos da população
livre, constituiram séries obstáculos a modernização econômica até as últimas décadas do século XIX. 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ANDRADE, Maria José de Souza. A mão-de-obra escrava em Salvador. São Paulo, 1988.

ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Inventário de teares de Minas Geraes em 1786. Seção Colonial. Manusc./microfilme, 1786.

ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Mappas de exportação dos produtos da Capitania de Minas Geraes e Mappas

de exportação dos produtos da Província de Minas Geraes. Seção Colonial; 80930 Provincial. Manusc., 1801-1828.

BERG, Maxime. The age of manufactures: industry, innovation and work in Britain, 1700-1820. London, 1985.

BOVET, Armand de. A indústria mineral na Província de Minas Geraes. Annaes da Escola de Minas, 2, p. 23-102, 1883.

BOWMAN, Shearer Davis. Honor and martialism in the U. S. South and Prussian East Elbia during the nineteenth century. In GISPEN, Kees (ed.), What made the south different?, 19-40. Jackson, 1990.

BURTON, Richard Francis. Explorations ofthe highlands ofBrazil with afull account of the gold and diamond mines. Also canoeing down 1,500 miles of the great Sao Francisco river from Sahara to the sea. 2 vols. London, 1869.

CARDOSO, Fernando Henrique. Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional: 0 negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1977.

CARVALHO, Daniel de. Notícia histórica sobre o algodão em Minas. Rio de Janeiro, 1916.

CARVALHO, José Murilo de. A Escola de Minas de Ouro Preto: 0 peso da glória. São Paulo/Rio de Janeiro, 1978.

GHALOUB, Sidney. Yisdes da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo, 1990.

CLARK, Gregory. Why isn't the whole world developed? Lessons from the cotton mills. Journal of Economic History, v. 47, n. 1, p. 141-74, 1987a.

CLARK, Gregory. Productivity growth without technical change in European agriculture before Journal ofEconomic History, v. 47, n. 2, p. 419-32, 1987b.

CONRAD, Robert E. The destruction of Brazilian slavery, 1850-1888. Berkeley, 1972.

COSTA, Emilia Viotti da. Da senzala a colônia. São Paulo, 1982.

DORNAS FILHO, João. 0 ouro das Gerais e a civilização da capitania. São Paulo, 1959.

EAKIN, Marshall G. British enterprise in Brazil: The Saint John d'el Rey Mining Company andthe Morro Velho GoldMine, 1830-1960. Durham, 1989.

ESCHWEGE, Wilhelm Ludwig von. Pluto brasiliensis. São Paulo/Belo Horizonte, 1979.

FOX-GENOVESE, Elizabeth. Social order and the feminine self: the conservatism of southern women in comparative perspective. In GISPEN,

Kees (ed.), What made the south different?, 49-62. Jackson, 1990.

GARDNER, George. Travels in the interior of Brazil, principally through the northeastern provinces and the gold and diamond districts during the years 1836-1841, London, 1849.

GENOVESE, Eugene D. The political economy ofslavery: studies in the economy and society ofthe slave south. New York, 1967.

GENOVESE, Eugene D. The world the slaveholders made: two essays in interpretation. New York, 1971.

GENOVESE, Eugene D. Roll Jordan roll. The world the salves made. New York, 1976.

GOMES, Francisco Magalhães. História da siderurgia no Brasil. São Paulo/Belo Horizonte, 1983.

GORENDER, Jacob. 0 escravismo colonial, São Paulo, 1978.

GRAHAM, Richard. Economics or culture? The development of the U. S. South and Brazil in the days of slavery. ln GISPEN, Kees (ed.), What made the south different?, 97-124. Jackson, 1990.

GULLICKSON, Gay L. Love and power in the proto-industrial family. In BERG, Maxime (ed.), Markets and manufacture in early industrial Europe, 205-26. London, 1991.

HOLLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro, 1971.

KARASH, Mary. Slave life andculture in Rio de Janeiro, 1808-1850. Princeton, 1986.

KIDDER, Daniel P, Sketches of residence and travels in Brazil, embracing historical and geographical notices ofthe empire and its severalprovinces. Philadelphia, 1845.

LANA, Silvia Hunold. Campos da violencia: escravos e senhores na Capitania do Rio de Janeiro, 1750-1808. Rio de Janeiro, 1988.

LARSON, Brooks. Colonialism and agrarian transformation in Bolivia, Cochabamba, 1550-1900. Princeton, 1988.

LIBBY, Douglas Cole. Trabaiho escravo e capital estrangeiro no Brasil: o caso de Morro Velho, Belo Horizonte, 1984.

LIBBY, Douglas Cole. Transformação e trabalho em uma economia escravista: Minas Gerais no século XIX. São Paulo, 1988.

LiBBY, Douglas Cole. Proto-industrialisation in a slave society: the case of Minas Gerais. Journal ofLatin American Studies, v. 23, n. 1, p. 1-35, 1991.

LINHARES, Maria Yedda & SILVA, Francisco Carlos Teixeira. História da agricultura brasileira. São Paulo, 1981.

LUCCOGK, John. Notes on Rio de Janeiro and the southern parts of Brazil; taken during a residence often years in that countryfrom 1808 to 1818. London, 1820.

MACEDO, Jorge Borges de. Problemas de histÓria da indústria portuguesa no século XVIII. Lisboa, 1963.

MAGALHÃES, Beatriz Ricardina de. La societe ouropretaine selon les inventaires fost-mortum' (1140-1770). Tese, Universite de Paris, 1986.

MARTINS, Roberto Borges. Growing in silence: the slave economy ofnineteenth-century Minas Gerais (Brazil). Tese, Vanderbilt University, 1980.

MARTINS, Roberto Borges. A indústria têxtil doméstica de Minas Gerais no século XIX. Anais do II Seminário sobre a Economia Mineira, 1983.

MAURO, Frederic. Pode-se falar de uma indústria brasileira na época colonial?

Estudos Econômicos, v. 13, n. Especial, p. 733-44, 1983.

MAXWELL, Kenneth. Conflicts and conspiracies: Brazil and Portugal, 1750-1808. Cambridge, 1973.

OLIVEIRA, Geraldo de Beauclair Mendes de. A pre-indústria fluminense, 1808-1860. Tese, Universidade de São Paulo, 1988.

PAIVA, Clotilde Andrade & KLEIN, Herbert S. Escravos e livres nas Minas Gerais do século XIX: campanha em 1831, Estudos Econômicos, v. 22, n. 1, p. 129-51, jan.-abr. 1992.

Thepapers ofBenjamin Franklin. New Haven: L. W. Larabee, 1961.

The politics of Aristotle. Translated with an introduction, notes and appendixes by Ernest Barker. Oxford, 1962.

REIS, Joao Jose & SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo, 1989.

RIPPY, J. Fred. British investments in Latin America, 1822-1949. Minneapolis, 1959.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem ao Rio Grande do Sul. São Paulo/Belo Horizonte, 1974a.

SAINT-HILAIRE, Auguste de• Viagem pelo distrito dos diamantes e litoral do Brasil. São Paulo/Belo Horizonte, 1974b.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem as nascentes do rio Sao Francisco. São Paulo/Belo Horizonte, 1974c.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. São Paulo/Belo

Horizonte, 1975a.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo. São Paulo/Belo Horizonte, 1975b.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem a Província de Goids. Sao Paulo/Belo Horizonte, 1975c.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem a Província de São Paulo. São Paulo/Belo Horizonte, 1976.

SALVUCCI, Richard J. Textiles and capitalism in Mexico: an economic history of the obrajes. Princeton, 1987.

SGHLUMBOHM, Jiirgen. Seasonal fluctuations and social division of labour; rural linen production in the Osnabriick and Bielefeld regions and the urban woollen industry in the Niederlausitz. In BERG, Maxime, HUDSON, Pat & SONENSGHER, Michael (eds.), Manufacture in town and country before the factory. Cambridge, 1983.

SCHWARTGZ, Lilia Moritz. Retrato em branco e negro: jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX. São Paulo, 1987.

SCHWARTZ, Stuart B. Sugar plantations in the formation of brazilian society. Cambridge, 1985.

SPIX, Johann Baptist von & MARTIUS, Carl Friedrich Philipp von. Viagem pelo Brasil. 2 vols. Sao Paulo, 1976.

STAROBIN, Robert S. Industrialslavery in the oldsouth. Oxford, 1970.

STEIN, Stanley J. The brazilian cotton manufacture: textile enterprise in an undervelopedarea, 1850-1950. Cambridge, Mass., 1957.

STURZ, J. J. A review,financial, statistical & commercial, ofthe empire of Brazil and its resources: together with a suggestion ofthe expediency andmode ofadmitting brazilian and otherforeign sugars into Great Britain for refining and exportation. London, 1837.

WADE, Richard G. Slavery in the cities: the south 1820-1860. Oxford, 1972.

WILLIAMS, Eric. Capitalism & slavery. New York, 1966.

Downloads

Publicado

01-09-1993

Edição

Seção

Não definida