Elementos para uma história econômica da rigidez e da flexibilidade na produção em massa

Autores

  • Benedito Rodrigues de Moraes Neto Autor
  • Enéas Gonçalves de Carvalho Autor

Palavras-chave:

produção em massa, fordismo, "rigidificagdo"/rigidez, flexibilidade, ohnoismo

Resumo

De maneira aparentemente paradoxal, o ohnoismo representa uma forma de produgdo antagdnica a produgdo em massa convencional (fordisfa), e e, ao mesmo tempo, um desdobramento dela. Isfo pode ser visualizado dividindo a produgdo fordisfa em duas fases. A primeira, de 1913 ate o imediato p6s-2g Guerra, caracteriza-se pela produgdo de forma padronizada lastreada numa estrutura fecnica potencialmente flexivel (etapa da "rigidificagdo"). A fase seguinte, a partir do pdsguerra, caracteriza-se pela incorporagdo do prindpio da rigidez ao sistema de mdquinas (etapa da rigidez). A forma de produgdo desenvolvida no Japdo (produgdo flexivel em massa) tern a "rigidificagdo" como precondigdo historica indispensdvei. Ohno teria conseguido tornar efetiva a flexibilidade potencial: um verdadeiro "Ovo de Colombo". A ideia de uma bifurcagdo apos a "rigidificagdo" fordisfa - rigidez versus produgdo flexivel em massa - pode contribuir para o debate sobre a natureza do ohnoismo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ABEGGLEN, J.C. & STALK, J. Kaisha: the Japanese corporation. New York: Basic Books, 1985.

ABERNATHY, W Theproductivity dilemma: roadblock to innovation in automobile industry. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1978.

ALTSHULER, A.A. Thefuture ofthe automobile. MIT Press, 1984.

BRAVERMAN, Harry Trabalho e capital monopolista. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.

BUFFA, Elwood. Modemproduction management. New York: John Wiley & Sons, 1961.

CARVALHO, Eneas G. de. Competitividade intemacional em uma perspectiva setorial: uma abordagem a partir da industria automobilistica japonesa. Disserta^ao de Mestrado, Institute de Economia, UNICAMP, 1993, mimeo.

COHEN, S. & ZYSMAN, J.Manufacturingmatters: the myth ofpost-industrial economy. New York; Basic Books, 1987.

CORIAT, Benjamin. Ohno e a escola japonesa de gestao da produ^ao - um ponto de vista de conjunto. In HIBATA, Helena (org.), o "modelo" japones. Sao Paulo: Editora da Universidade de Sao Paulo, 1993.

COHEN, S. Pensarpelo avesso - o modelojapones de trabalho e organizapdo. Rio de Janeiro; Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Revan, 1994.

CUSUMANO, M. TheJapanese automobile industry: technology andmanagement at Nissan and Toyota. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1985.

DERTOUZOS, M.L. et alii. Industry studies; the automobile industry InMade inAmerica: regaining theproductivity edge. MIT Press, 1989.

DINA, Angelo. A fdbrica automdtica e a organizapdo do trabalho. Petropolis: Editora Vozes, 1987.

FERRO, Jose Roberto. Aprendendo com o 'ohnoismo' (produ^ao flexfvel em massa) - li^oes para o Brasil. Revista de Administrapdo de Empresas, Funda^ao Getulio Vargas, v. 30, n. 3, 1990.

FORD, Henry.Minha vida e minha obra. Rio de Janeiro/Sao Paulo: Companhia Editora Nacional, 1926.

FREEMAN, C. New technology and catching up. The European Journal of DevelopmentResearch. London, v. 1, n. 1, 1989.

HOUNSHELL, David A. From theAmerican system to massproduction -1800-1932: the development ofmanufacturing technology in the United States. 3a ed Badtimore and London: The Johns Hopkins University Press, 1991.

LIPIETZ, Alain.Miragens e milagres: problemas da industrializapdo no Terceiro Mundo. Sao Paulo: Nobel, 1988.

MALTESE, Francesca. Notes for a study of the automobile industry. InEDWARDS, R., REICH, M. & GORDON, D. (orgs.), Labor market segmentation. Boston, D. C: Heath, 1975.

MARX, Karl. El capital. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1973.

MORAES NETO, Benedito R. de. Automa^ao de base microeletronica e organiza^ao do trabalho na industria metal mecanica. Revista de Administmgdo de Empresas, Funda^ao Getulio Vargas, v. 26, n. 4, p. 35-40, out/dez. 1986.

.Marx, Taylor, Ford: asforgasprodutivasem discussdo. Sao Paulo: Editora Brasiliense, 1989.

PELIANO, Jose C. etalii.Impactos econdmicos e socials da tecnologiamicroeletronica na industria brasileira - estudo de caso da Montadora "A" de automdveis. Brasilia: CNRH/IPEA, 1985.

PIORE, Michal & SABEL, Charles. The second industrial divide:possibilitiesfor prosperity. New York; Basic Books, 1984.

STONE, Katherine. The origens of job structures in the steel industry. In: EDWARDS R.; REICH, M. & GORDON, D. (orgs.), Labor market segmentation. Boston, D.C.: Heath, 1975.

TAVARES, Maria da Concei^ao et alii. Japdo: um caso exemplar de capitalismo organizado. IEI-UFRJ, 1990.

TYSON, L. D. & ZYSMAN, J. Developmental strategies in production innovation in Japan. In: JOHNSON, C. et alii, Politics andproductivity: the real history ofwhyJapan works. New York: Harper Business, 1989.

WATANABE, Susumu. Flexible automation and labour productivy in the Japanese automobile industry. In: WATANABE, Susumu (org.), Microelectronics, automation and employment in the automobile industry.

Great Britain: International Labour Office, 1987.

WILLIAMS, Karel; CUTLER, Tony; WILLIAMS, John & HASLAM, Colin. The end ofmass production? Economy Sc Society, v. 16, n. 3, p. 407-439, August 1987.

WOMACK, James P. The US automobile industry in a era of international competition: performance and prospects Working Paper of the MITCommission on Industrial Productivity. MIT Press, 1989.

WOMACK, James P.; JONES, Daniel T & ROSS, Daniel. A mdquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1992. WOOD, Stephen. Toyotismo e/ou japoniza^ao. In: HIRATA, Helena. Sobre o ccmodelov japones. Sao Paulo: EDUSP, 1993.

Downloads

Publicado

01-06-1997

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Moraes Neto, B. R. de, & Carvalho, E. G. de. (1997). Elementos para uma história econômica da rigidez e da flexibilidade na produção em massa. Estudos Econômicos (São Paulo), 27(2), 271-307. https://www.revistas.usp.br/ee/article/view/161250