O realismo crítico e as controvérsias metodológicas contemporâneas em economia

Autores

  • Marcos Roberto Vasconcelos Universidade Estadual de Maringá Autor
  • Eduardo Strachman Universidade Estadual de Campinas Autor
  • José Ricardo Fucidji Universidade Estadual de Maringá Autor

Palavras-chave:

metodologia econômica, realismo cnfico, reforica da economia

Resumo

O presente texto tem como objetivo discutir a possibilidade de conhecimento científico em economia, a partir de autores de metodologia econômica. Nota-se como a
metodologia prescritiva de Popper cedeu lugar a uma metodologia crescentemente
descrifiva. O ponto máximo e paradoxal desta tendência foi o surgimenfo de posições
niilistas quanto ao caráter cient´´ifico da invesfigação econômica, sendo a          Ret´´orica da Economia de McCloskey a mais recente representante desta corrente. Argumenta-se que o Realismo Científico, como apresentado nos trabalhos de Roy Bhakar, tem como base de sua epistemologia uma visão mais coerenfe sobre o trabalho científico (sua ontologia da ciência) e, portanfo, fornece uma alfernafiva ao posifivismo estrito, bem
como uma possibilidade de rejeição do niilismo mccloskiano.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALDRIGHI, Dante M. & SALVIANO JR., Cleofas. A grande arte: a retórica para McCloskey. In: REGO, Jose M. (org.), Retórica na economia. São Paulo: Editora 34, 1996.

ARESTIS, Philip. Post-keynesian economic: towards coherence. Cambridge Journal ofEconomics, v. 20, p. 111-135, 1996.

BACKHOUSE, Roger E. The lakatosian legacy in economic methodology. In: BACKHOUSE, Roger E. {ed.),New directions in economic methodology. London: Roudedge, 1994, p. 173-191.

BAERT, Patrick. Realist philosophy of the social sciences and economics: a critique. Cambridge Journal of Economics, v. 20, p. 513-522, 1996.

BENTON, Ted. Realism in social science. Radical Philosophy, n. 27, p. 174-192, 1981.

BHASKAR, Roy. A realist theory ofscience. 2- ed. Brighton: Harvester, 1978 (1975a).

BHASKAR, Roy. Feyerabend and Bachelard: two philosophies of science. New Left Review, n. 94, p. 31-55,1975b.

BHASKAR, Roy. On the possibility of social scientific knowledge and the limits of

naturalism. Journal for the Theory ofSocial Behaviour, v. 8, n. 1, p. 1-28, 1978.

BHASKAR, Roy. Beef, structure and place: notes from a critical naturalist perspective.

Journal for the Theory ofSocial Behaviour, v. 14, n. 1, p. 81-95, 1984.

BHASKAR, Roy. Scientific realism and human emancipation. Londres: Verso, 1986.

BHASKAR, Roy. Thepossibility ofnaturalism: aphilosophical critique ofthe contemporary

human sciences. 2a ed. London: Harvester Wheatsheaf, 1989.

BLAUG, Mark. A metodologia da economia: ou como os economistas explicam. 2ª ed. São Paulo: Edusp, 1993 (1980).

BLAUG, Mark. Why I am not a constructivist: confessions of an unrepentant popperian. In: BACKHOUSE, Roger E. (ed.), op. cit., 1994, p. 109-136.

BROWN, Vivienne. The economy as text. In: BACKHOUSE, Roger E. (ed.), op. cit., 1994, p. 368-382.

CALDWELL, Bruce J. Beyondpositivism: economic methodology in the twentieth century. London: Allen and Unwin, 1982.

CALDWELL, Bruce J. Clarifying Voppec.Journal ofEconomic Literature, v. 29, n. 1, p. 1-33, mar. 1991.

COLLIER, Andrew. Critical realism: an introduction to Roy Bhaskar'sphilosophy. Londres: Verso, 1994.

DAVIDSON, Paul. Rational expectations: a fallacious foundation for studying crucial decision-making processes. Journal of Post Keynesian Economics, v. 5, n. 2, p. 182-198, Winter 1982-83.

DOW, Sheila C. Beyond dualism. Cambridge Journal ofEconomics, v. 14, p.

-157, 1990.

DOW, Sheila C. The methodology of macroeconomic thought: a conceptual analysis of schools

of thought in economics. Cheltenham: Edward Elgar, 1996.

DOW, Sheila C. Mainstream economic methodology. Cambridge Journal of Economics, v. 21, p. 73-93, 1997.

DUAYER, Mario. A ontologia social organicista pos-keynesiana: ruptura com o neoclassicismo? Ensaios FEE, n. 16, p. 190-217, 1995.

FERNANDEZ, Ramon G. A retorica e a procura da verdade em economia. In: REGO, Jose M. (org.), op. cit., 1996, p. 143-161.

FEYERABEND, Paul. Consolando o especialista. In: LAKATOS, Imre & MUSGRAVE, Alan (orgs.), A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo; Cultrix, 1979 (1970), p. 244-284. Against method. London: Verso, 1975.

FONTENELE, Ana Maria C. Progresso e metodo na histdria das teorias da organização

do industrial. São Paulo: FEA-USP (tese de doutoramento) mimeo, 1995.

FRIEDMAN, Milton. The methodology of positive economics. In:

HAUSMAN, Daniel M. (ed.), The philosophy ofeconomics: an anthology.

Cambridge: Cambridge University Press, 1984 (1953).

GOULD, Stephen J. Dedo mindinho e sens vizinhos: ensaios de histdria natural. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

HANDS, D. Wade. Popper and Lakatos in economic methodology. In: MAKI, Uskali; GUSTAFSSON, Bo & KNUDSEN, Christian (eds.), Rationality, institutions and economic methodology. London; Roudedge, 1993, p. 61-75.

HARRE, Ron. The principles ofscientific thinking. London: Macmillan, 1970.

HAUSMAN, Daniel M. Economic methodology in a Nutshell. Journal of Economic Perspectives, vol. 3, n.2, p. 115-127, 1989.

HAUSMAN, Daniel M. Kuhn, Lakatos and the character ofeconomics. Jw; BACKHOUSE,

Roger E. (ed.), op. cit., 1994.

HENDERSON, Willie. Metaphor and economics. In: BACKHOUSE, Roger E. (ed.),o/7. cit., 1994, p. 343-367.

HUTCHISON, Terence.W The significance and basicpostulates ofeconomic theory.

New York: Augustus Kelley, 1960 (1938).

ISAAC, Jeffrey C. Realism and reality: some realistic reconsiderations. Journal of the Theory of Social Behaviour, v. 21, p. 1-31, 1992.

JOHNSON, Harry G. A revolução keynesiana e a contra-revolução monetarista. Edifdes Alultiplic, v. 1, n. 3, p. 145-162, fev. 1981 (1971).

JOHNSTON, J. Econometrics: retrospect and prospect. Economic Journal, v. 101, n. 404, 1991.

KLAMER, Arjo. Conversas com economistas: os novos economistas clássicos e seus opositores falam sobre a atual controvérsia em macroeconomia. São Paulo: Pioneira, 1988 (1983).

KUHN, Thomas S. Logica da descoberta ou psicologia da pesquisa? In: LAKATOS, Imre &MUSGRAVE, Alan (orgs.),^. cit., 1970a, p. 5-32.

KUHN, Thomas S. A estrutura das revolugoes cientificas. Sao Paulo; Perspectiva, 1987

(1970b).

KUHN, Thomas S. Reflexoes sobre meus criticos. In: LAKATOS, I. & MUSGRAVE, A. (orgs.), op. cit., 1970c, p. 285-343.

LAKATOS, Imre. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa

cientiTica. In: LAKATOS, Imre & MUSGRAVE, Alan (orgs.), op. cit., 1970, p. 109-243.

LAWSON, Clive, PEACOCK, Mark & PRATTEN, Stephen. Realism, underlabouring and institutions. Cambridge Journal ofEconomics, v. 20, p. 137-151, 1996.

LAWSON, Tony. Realism and instrumentalism in the development of econometrics. Oxford Economic Papers, v. 41, n. 1, 1989.

LAWSON, Tony. A realist perspective on contemporary 'economic theory'. Journal of

Economic Issues, v. 29, n. 1, p. 1-31, mar. 1995.

LAWSON, Tony. Economics and reality. London: Roudedge, 1997.

LOPES, Carlos E A intransigencia da retorica: o discurso reacionário em

McCloskey. XXTVEncontro Nacional de Economia, Águas de Lindoia, 1996, p. 323-339.

LUCAS JR., Robert E. & SARGENT, Thomas J. After keynesian

macroeconomics. In: LUCAS JR., Robert E. & SARGENT, Thomas J. (orgs.), Rational expectations and econometric practice. London: G. Allen &Unwin, 1981, p. 295-319.

MACHLUP, Fritz. The problem ofverification in economics. Southem Economic Journal, v. 22, n.l, p. 1-21, 1955.

MAKI, Uskali. Diagnosing McCloskey. Journal ofEconomic Literature, v. 33, n. 3, p. 1300-1318, 1995.

McCLOSKEY, Donald N. The rhetoric of economics. Journal of Economic

Literature, v. 21, n.2 p. 481-517, 1983.

McCLOSKEY, Donald N. A retórica da economia. In: REGO, Jose M. (org.), op. cit., 1996

(1985), p. 47-80.

McCLOSKEY, Donald N. How to do a rethorical analisys and why. In: BACKHOUSE, Roger.

E. (ed.),op. cit., 1994a, p. 319-342.

McCLOSKEY, Donald N. How economists persuade. Journal ofEconomic Methodology, v. 1, n.

, p. 15-22, 1994b.

McCLOSKEY, Donald N. Modern epstemology against analytic philosophy: a reply to Maki.

Journal ofEconomic Literature, v. 33, n. 3, p. 1319-1323, 1995.

MONK, Roy. Wittgenstein: o dever dogenio. Sao Paulo: Companhias das Letras, 1995.

PAULANI, Leda M. Ideias sem lugar: sobre a retorica da economia de McCloskey. In: REGO, Jose M. (org.), op. cit., 1996, p. 99-114.

POPPER, Karl. Logik der forschung, (edi^ao inglesa ampliada: The logic of scientific discovery), 1935.

POPPER, Karl. Conjecturas e refutações: o progresso do conhecimento científico. 2- ed.

Brasilia: Editora Universidade de Brasília, 1982 (1963).

POPPER, Karl. A ciência normal e seus perigos. In: LAKATOS, Imre & MUSGRAVE, Alan (orgs.), op. cit., 1970, p. 63-71.

POPPER, Karl. Lógica das ciências sociais. Brasilia: Ed. Universidade de Brasília, 1978.

POSSAS, Mario L.A cheia do "mainstream": commtdrios sobre os rumos da ciência

econômica. Rio de Janeiro: Texto para Discussao, IEI/UFRJ, n. 327, mar. 1995.

REGO, Jose M. Retorica na economia - ideias no lugar. In: REGO, José M. (org.), op. cit., 1996, p. 129-142.

RORTY, Richard Philosophy and the mirror of nature. Princeton: Princeton University Press, 1979.

RUSSEL, Bertrand.Histdria dafilosofia ocidental. 4* ed. Brasilia: Editora Universidade

de Brasília, 1982 (1946).

SIMON, Herbert A. From substantive to procedural rationality. In: LATSIS, S. J. (ed.), Method and appraisal in economics. Cambridge: Cambridge University Press, 1976, p. 129-148.

SOFIANOU, Evanthia. Post-modernism and the notion of rationality in economics. Cambridge Journal ofEconomics, v. 19, p. 373-389, 1995.

STETTLER, Michael. The rhetoric of McCloskey's rhetoric of economics. Cambridge Journal of Economics, v. 19, p. 391-403, 1995.

Downloads

Publicado

01-09-1999

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Vasconcelos, M. R., Strachman, E., & Fucidji, J. R. (1999). O realismo crítico e as controvérsias metodológicas contemporâneas em economia. Estudos Econômicos (São Paulo), 29(3), 415-445. https://www.revistas.usp.br/ee/article/view/161474