Políticas elitistas e despesas públicas em educação no Brasil, 1933-2010
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-53575434tkimPalavras-chave:
História econômica da educação, Financiamento da educação, Despesa em educaçãoResumo
Este trabalho apresenta uma nova base de dados com estimativas de despesas em educação e alguns indicadores de viés elitista nas políticas educacionais no Brasil entre 1933 e 2010. As estimativas de despesa pública em educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) (total, educação básica e ensino superior) são semelhantes às apresentadas por Maduro (2007). A novidade do presente trabalho são as séries de estimativas de despesas por ciclo de ensino (EF1, EF2 e EM). A partir destas estimativas, apresenta-se também um indicador de viés elitista: a razão de despesas por estudante no primário (EF1) em relação ao gasto por aluno no ensino superior. Essas razões foram historicamente baixas, mas houve uma elevação abrupta a partir do final da década de 1960. Este aumento se deu mais pela expansão da matrícula no ensino superior do que por uma elevação de gastos por estudante no primário.
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