O efeito da complexidade econômica e relatedness sobre o crescimento  das microrregiões brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-53575442fjs

Palavras-chave:

Complexidade econômica, Relatedness, PIB percapita, Microrregiões, Brasil

Resumo

O objetivo deste artigo é examinar os efeitos da complexidade econômica e relatedness (proximidade de conhecimentos produtivos) sobre o crescimento econômico das microrregiões brasileiras. A perspectiva da complexidade econômica sugere que os países que avançam em termos de sofisticação produtiva e relatedness tendem a alcançar altos níveis de renda e crescimento econômico. Além disso, estudos com análises em nível regionais tem consistentemente contribuído para o conjunto de evidências favoráveis a esta afirmação. Nós utilizamos modelos dinâmicos de econometria espacial (SDM, SDGMM-SYS e SDGMM-DIF) com as 558 microrregiões do Brasil, usando dados de emprego para as 59 atividades econômicas no período de 2002 a 2020. Nossos resultados sugerem que, em primeiro lugar, elevações nos níveis de complexidade econômica são associadas a elevações no PIB per capita. Em segundo lugar, a densidade das atividades (relatedness density) exibe uma correlação positiva com o PIB per capita. Em terceiro lugar, um achado importante é que existem efeitos desiguais da complexidade econômica sobre o crescimento econômico quando examinadas separadamente as grandes regiões no Brasil, principalmente em relação ao PIB per capita. Há uma falta de evidências com relação aos efeitos da relatedness e da complexidade econômica sobre o crescimento regional no Brasil e, as questões de endogeneidade e dependência espacial têm sido desconsideradas. Este estudo considera este gap relatando novas evidências dos efeitos da complexidade econômica e relatednesssobre o crescimento regional, bem como dos efeitos diferenciados com relação às regiões brasileiras. Um maior entendimento destes processos contribui para a formulação de intervenções estratégicas para promover complexidade econômica, relatednesse crescimento econômico regional.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Almeida, Eduardo. 2012. Econometria Espacial Aplicada. Campinas, SP: Editora Alínea.

Alonso, Jose Antonio, and Víctor Martín. 2019. “Product relatedness and economic diversification at the regional level in two emerging economies: Mexico and Brazil”. Regional Studies 53 (12): 1710–22.

Anderson, T. W., and Cheng Hsiao. 1981. “Estimation of dynamic models with error components”. Journal of the American Statistical Association 76 (375): 598–606.

Anselin, Luc. 1988. Spatial Econometrics: Methods and Models. Kluwer Academic Publishers, Deodrecht. Dorddrecht: Springer Science & Business Media.

Anselin, Luc. 1995. “Local Indicators of Spatial Association—LISA”. Geographical Analysis 27 (2): 93–115.

Balassa, Bela. 1965. “Trade Liberalisation and ‘Revealed’ Comparative Advantage”. Manchester 33 (2): 99–123.

Balland, Pierre Alexandre, Ron Boschma, Joan Crespo, and David L Rigby. 2018. “Smart specialization policy in the European Union: relatedness, knowledge complexity and regional diversification”. Regional Studies 53 (9): 1252–68.

Balland, Pierre Alexandre, Cristian Jara-Figueroa, Sergio G. Petralia, Mathieu P.A. Steijn, David L. Rigby, and César A. Hidalgo. 2020. “Complex economic activities concentrate in large cities”. Nature Human Behaviour 4 (3): 248–54.

Boschma, Ron. 2017. “Relatedness as driver of regional diversification: a research agenda”. Regional Studies 51 (3): 351–64.

Boschma, Ron, Pierre Alexandre Balland, and Dieter Franz Kogler. 2015. “Relatedness and technological change in cities: The rise and fall of technological knowledge in US metropolitan areas from 1981 to 2010”. Industrial and Corporate Change 24 (1): 223–50.

Boschma, Ron, and Simona Iammarino. 2009. “Related Variety, Trade Linkages, and Regional Growth in Italy”. ECONOMIC GEOGRAPHY 85 (3): 289–311.

Chávez, Juan Carlos, Marco T. Mosqueda, and Manuel Gómez-Zaldívar. 2017. “Economic complexity and regional growth performance: Evidence from the Mexican economy”. Review of Regional Studies 47 (2): 201–19.

COMEXSTAT. 2022. “Plataforma de Consultas e Extrações de Dados Estatísticos do Comércio Exterior Brasileiro”. 2022. Acessed July, 20, 2024. http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral.

Davies, Benjamin, and David C. Maré. 2021. “Relatedness, complexity and local growth”. Regional Studies 55 (3): 479–94.

Dosi, G., M. C. Pereira, A. Roventini, and M. E. Virgillito. 2020. “The labour-augmented K + S model: A laboratory for the analysis of institutional and policy regimes”. EconomiA 21 (2): 160–84.

Eck, Nées Jan Van, and Ludo Waltman. 2009. “How to normalize cooccurrence data? An analysis of some well-known similarity measures”. Journal of the American Society for Information Science and Technology 60 (8): 1635–51.

Elekes, Zoltán, Anna Baranowska-Rataj, and Rikard Eriksson. 2023. “Regional diversification and labour market upgrading: Local access to skill-related high-income jobs helps workers escaping low-wage employment”.Cambridge Journal of Regions XX (August): 1–14.

Fawaz, Fadi, and Masha Rahnama-Moghadamm. 2019. “Spatial dependence of global income inequality: The role of economic complexity”. International Trade Journal 33 (6): 542–54.

Françoso, Mariane Santos, Ron Boschma, and Nicholas Vonortas. 2024. “Regional diversification in Brazil: The role of relatedness and complexity”. Growth and Change 55 (1): e12702.

Freitas, Elton, Gustavo Britto, and Pedro Amaral. 2024. “Related industries, economic complexity, and regional diversification: An application for Brazilian microregions”. Papers in Regional Science 103 (1): 100011.

Freitas, Elton Eduardo, and Emília Andrade Paiva. 2015. “Diversificação e sofisticação das exportações: uma aplicação do product space aos dados do Brasil”. Rev. Econ. NE 46 (3): 79–98.

Frenken, Koen, Frank van Oort, and Thijs Verburg. 2007. “Related variety, unrelated variety and regional economic growth”. Regional Studies 41 (5): 685–97.

Fritz, Benedikt S.L., and Robert A. Manduca. 2021. “The economic complexity of US metropolitan areas”. Regional Studies 55 (7): 1299–1310.

Gala, Paulo. 2017. Complexidade Econômica: uma nova perspectiva para entender a antiga questão da riqueza das nações. 1o ed. Rio de Janeiro: Contraponto.

Galetti, Jefferson R B, Simone Tessarin, Paulo César Morceiro, and Milene Simone Tessarin. 2022. “Types of occupational relatedness and branching processes across Brazilian regions”. Area Development and Policy 0 (0): 1–23.

Galetti, Jefferson Ricardo Bretas, Milene Simone Tessarin, and Paulo Cesar Morceiro. 2021. “Skill relatedness, structural change and heterogeneous regions: evidence from a developing country”. Papers in Regional Science 100 (6): 1355–76.

Gao, Jian, and Tao Zhou. 2018. “Quantifying China’s regional economic complexity”. Physica A: Statistical Mechanics and its Applications 492:1591–1603.

Golgher, André Braz. 2015. Introdução à Econometria Espacial. Jundiaí: Paco Editorial.

Gómez-Zaldívar, Manuel, Felipe J. Fonseca, Marco T. Mosqueda, and Fernando Gómez-Zaldívar. 2020. “Spillover effects of economic complexity on the per capita gdp growth rates of mexican states, 1993-2013”. Estudios de Economia 47 (2): 221–43.

Hane-Weijman, Emelie, Rikard H. Eriksson, and David Rigby. 2022. “How do occupational relatedness and complexity condition employment dynamics in periods of growth and recession?” Regional Studies 56 (7): 1176–89.

Hartmann, Dominik, Mayra Bezerra, Beatrice Lodolo, and Flávio L. Pinheiro. 2020. “International trade, development traps, and the core-periphery structure of income inequality”. EconomiA 21 (2): 255–78.

Hausmann, Ricardo, and César A. Hidalgo. 2011. “The network structure of economic output”. Journal of Economic Growth 16 (4): 309–42.

Hausmann, Ricardo, César A. Hidalgo, Sebastián Bustos, Michele Coscia, Sarah Chung, Juan Jimenez, Alexander Simões, and Muhammed A. Yıldırım. 2011. The Atlas of economic complexity: mapping paths to prosperity. Center for International Development, Harvard University.

Hausmann, Ricardo, Jason Hwang, and Dani Rodrik. 2007. “What you export matters”. Journal of Economic Growth 12 (1): 1–25.

Hidalgo, César A. 2021. “Economic complexity theory and applications”. Nature Reviews Physics 3 (2): 92–113.

Hidalgo, César A. 2023. “The policy implications of economic complexity”. Research Policy 52 (9).

Hidalgo, César A., Pierre Alexandre Balland, Ron Boschma, Mercedes Delgado, Maryann Feldman, Koen Frenken, Edward Glaeser, et al. 2018. “The Principle of Relatedness”. In Springer Proceedings in Complexity, Unifying Themes in Complex Systems IX. ICCS 2018, IX:451–57. Cham: Springer International Publishing.

Hidalgo, César A., and Ricardo Hausmann. 2009. “The building blocks of economic complexity”. PNAS 119 (6166): 15.

Hidalgo, César. A., Bailey Winger, Albert-László Barabási, and Ricardo Hausmann. 2007. “The product space conditions the development of nations”. Science 317 (5837): 482–87.

IBGE. 2022. “Sidra: sistema IBGE de recuperação automática”. 2022. Acessed July, 20, 2022. https://sidra.ibge.gov.br/. Kapoor, Mudit, Harry H. Kelejian, and Ingmar R. Prucha. 2007. “Panel data models with spatially correlated error components”. Journal of Econometrics 140 (1): 97–130.

Loonis, Vincent, and Marie-Pierre de Bellefon. 2018. Handbook of Spatial Analysis: Theory and Application with R. Eurostat: INSEE.

Mariani, Manuel Sebastian, Alexandre Vidmer, Matsúš Medo, and Yi Cheng Zhang. 2015. “Measuring economic complexity of countries and products: which metric to use?” European Physical Journal B 88 (11): 1–9.

Mascarini, Suelene, Renato Garcia, Emerson Gomes dos Santos, Ariana Ribeiro Costa, and Veneziano Araujo. 2023. “Regional heterogeneity and the effects of the related and unrelated varieties on innovation”. Regional Science Policy and Practice, no August.

Mewes, Lars, and Tom Broekel. 2022. “Technological complexity and economic growth of regions”. Research Policy 51 (8).

Pereima, João Basilio. 2020. “Economic development and complexity: Introduction to special issue”. EconomiA 21 (2): 121–29.

Pinheiro, Flavio L, Pierre-Alexandre Balland, Ron Boschma, and Dominik Hartmann. 2022. “The Dark Side of the Geography of Innovation: Relatedness, Complexity, and Regional Inequality in Europe”. 22.02. Papers in Evolutionary Economic Geography. Papers in Evolutionary Economic Geography. Utrecht: Utrecht University. Acessed July, 20, 2024. http://econ.geo.uu.nl/peeg/peeg2202.pdf.

Queiroz, Arthur Ribeiro, João Prates Romero, and Elton Freitas. 2023. “Economic complexity and employment in Brazilian states”. CEPAL Review 139 (April).

Queiroz, Arthur Ribeiro, João Prates Romero, and Elton Eduardo Freitas. 2024. “Relatedness and regional economic complexity: Good news for some, bad news for others”. EconomiA.

Salles, Fernanda Cimini, Elisa Pinto Rocha, and Felipe Lopes Vieira Vasconcelos. 2018. “A armadilha da baixa complexidade em Minas Gerais: o desafio da sofisticação econômica em um estado exportador de commodities”. Rev. Bras. Inov. 17 (1): 33–62.

Simoes, Alexander J.G., and César A. Hidalgo. 2011. “The economic complexity observatory: An analytical tool for understanding the dynamics of economic development”. AAAI Workshop - Technical Report WS-11-17 (January 2011): 39–42.

Stojkoski, Viktor, Philipp Koch, and César A Hidalgo. 2023. “Multidimensional economic complexity and inclusive green growth”. Communications earth & environment 4 (130).

Stojkoski, Viktor, Zoran Utkovski, and Ljupco Kocarev. 2016. “The Impact of Services on Economic Complexity: Service Sophistication as Route for Economic Growth”. PLoS ONE August (25).

Tacchella, Andrea, Matthieu Cristelli, Guido Caldarelli, Andrea Gabrielli, and Luciano Pietronero. 2012. “A new metrics for countries’ fitness and products’ complexity”. Scientific Reports 2 (723).

Teixeira, Felipe Orsolin, Fabricio José Missio, and Ricardo Dathein. 2022. “Economic complexity, structural transformation and economic growth in a regional context: Evidence for Brazil”. PSL Quarterly Review 75 (300): 47–79.

Ulyssea, Gabriel. 2018. “Firms, informality, and development: Theory and evidence from Brazil”. American Economic Review 108 (8): 2015-47.

Verheij, Timo, and Heder de Oliveira. 2020. “Is economic complexity spatially dependent? A spatial analysis of interactions of economic complexity between municipalities in Brazil”. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional 16 (1): 318–38.

Vinci, Gianni Valerio, and Roberto Benzi. 2018. “Economic Complexity: Correlations between Gross Domestic Product and Fitness”. Entropy 20 (10).

Wooldridge, Jeffrey M. 2010. Econometric analysis of cross section and panel data. MIT Press.

Zhang, Qizi, Yejun Wu, and Lei Wang. 2018. “Implications of Increased Regional Economic Complexity”. In Transforming Economic Growth and China’s Industrial Upgrading, 153–78. Beijing, China: Springer.

Zhu, Shujin, and Renyu Li. 2017. “Economic complexity, human capital and economic growth: empirical research based on cross-country panel data”. Applied Economics 49 (38): 3815–28.

Publicado

03-12-2024

Edição

Seção

Artigo

Dados de financiamento

Como Citar

Smolski, F. M. da S., Ruffoni, J., & Mascarini, S. (2024). O efeito da complexidade econômica e relatedness sobre o crescimento  das microrregiões brasileiras. Estudos Econômicos (São Paulo), 54(4), e53575442. https://doi.org/10.1590/1980-53575442fjs