Produtividade e desempenho exportador das firmas na indústria de transformação brasileira

Autores

  • Alvaro Barrantes Hidalgo Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Economia Autor
  • Daniel da Mata Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Autor

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-41612009000400001

Palavras-chave:

Produtividade, firmas exportadoras, Brasil

Resumo

O processo de abertura comercial trouxe mudanças importantes para a economia brasileira. As empresas melhoraram a produtividade a fim de se inserirem de forma competitiva no mercado internacional. Este trabalho analisou as diferenças de produtividade entre firmas exportadoras e firmas não exportadoras no Brasil. Utilizando o teste não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov, comparam-se as distribuições de produtividade com dados ao nível de firmas. Os resultados encontrados mostram claramente maiores níveis de produtividade para as firmas exportadoras do que para as firmas não exportadoras. Ademais, as evidências encontradas mostram-se mais robustas para o grupo de firmas de pequeno porte vis-à-vis as firmas de grande porte. Quanto à explicação dessas diferenças, os resultados encontrados parecem dar suporte à hipótese de seleção, ou seja, o maior nível de produtividade das firmas exportadoras aparenta ser fruto de processos de seleção das firmas não apenas na entrada, mas também na saída do mercado de exportação. Por outro lado, os resultados encontrados não confirmam a existência de processos de aprendizado no mercado exportador brasileiro. Durante o período considerado, as diferenças entre as taxas de crescimento da produtividade das firmas exportadoras e das não exportadoras não foram significantes.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AW, B. Y.; HWANG, A . Productivity and the export market: A firm-level analysis.

Journal of Development Economics, v. 47, p. 313-332, 1995.

AW, B. Y.; CHUNG, S.; ROBERTS, M. J. Productivity and turnover in the export

market: micro evidence from Taiwan and South Korea. The World Bank Economic

Review, v. 14, n. 1, p. 65-90, 2000.

BERNARD, A. B. et alii. Plants and productivity in international trade. American

Economic Review, v. 93, n. 4, p. 1268-1290, 2003.

BERNARD, A. B.; JENSEN, J. B. Why some firms export? The Review of Economics and Statistics,

p. 561-569, 2004.

BONELLI, R.; FONSECA, R. Ganhos de produtividade e de eficiência: novos resultados

para a economia brasileira. RJ: IPEA, 1998.(Texto para Discussão, n. 557).

CAVES, D. W.; CHRIS TENS EN, L. R.; DIEWERT, E. Multilateral comparisons of

output , input, and productivity using superlative index numbers. The Economic

Journal, v. 92, p. 73-86, 1982.

CONOVER, W. J. Practical nonparametric statistics. 3ed. New York: John Wiley and

Sons, Inc., 1999.

DELGADO, M. A.; FARIÑAS, J. C.; RUANO, S. Firm productivity and export

markets: a non-parametric approach. Journal of International Economics, v. 57,

n. 2, p. 397- 422, 2002.

DOSI, G. Sources, procedures and microeconomics effects of innovation. Journal of

Economic Literature, 26, p. 1120-1171, Sept. 1988.

EATON, J.; KORTUM, S.; KRAMARZ, F. Dissecting trade: firms, industries, and

export destinations. American Economic Review, v. 94, n. 2, p. 150-154, 2004.

FERREIRA, P. C.; GUILLÉN , O. T. Estrutura competitiva, produtividade industrial

e liberalização comercial no Brasil. Revista Brasileira de Economia, v. 58, n. 4, p.

-532, 2004.

FERREIRA, P. C.; GUILLÉN , O. T.; Rossi, J. L. New evidence from Brazil on trade liberalization and productivity

growth. International Economic Review, v. 44, n. 4, p. 1383-1405, 2003.

GOMES, V.; ELL ERY, R. G., Jr. Perfil das exportações, produtividade e tamanho das

firmas no Brasil. Revista Brasileira de Economia, v. 61, n. 1, p. 33- 48, 2007.

HAY, D. A. The post-1990 Brazilian trade liberalisation and the performance of large

manufacturing firms: productivity, market share and profits. Economic Journal, v. 111, p. 620-641, 2001.

HIDALGO, A. B. O processo de abertura comercial brasileira e o crescimento da produtividade. Revista Economia Aplicada, v. 6, n. 1, p. 79-95, 2002.

LEVINSOHN, J.; PETRIN, A. K. Estimating production functions using inputs to control for unobservables. Review of Economic Studies, v. 70, n. 2, p. 317-342, 2003.

MELITZ, M. J. The impact of trade on intra-industry real-locations and aggregate industry productivity. Econometrica, v. 71, n. 6, p. 1695-1725, 2003.

OLLEY, S.; PAKES, A. The dynamics of productivity In the telecommunications

equipment industry. Econometrica, v. 64, p. 1263-1297, 1996.

ROBERTS, M. J.; TYBOUT, J. R. The decision to export in Colombia: an empirical

model of entry with sunk costs. American Economic Review, 87, p. 545-564, 1997.

ROSSI JUNIOR, J. L.; FERREIRA, P. C.. Evolução da produtividade industrial

brasileira e abertura comercial. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 29, n. 1, p. 1-36, 1999.

SABOIA, J. Produtividade na indústria brasileira no passado recente: um estudo dos diferenciais intersetoriais. Revista Economia Aplicada, v. 8, n. 1, p. 165-199, 2004.

SOLOW, R. Technical change and the aggregate production function. Review of Economics and Statistics, v. 39, p. 312- 320, 1957.

TYBOUT, J. R. Plant and firms level evidence on new trade theories. In: Choi, E. K.; Harrigan, J. (Eds.). Handbook of international trade. Blackwell Publishing, 2003. p. 388-415.

Downloads

Publicado

01-12-2009

Edição

Seção

Não definida