Evidências de pass-through incompleto da taxa de juros, crédito direcionado e canal de custo da política monetária no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-41614841inj

Palavras-chave:

Política Monetária, Canal de Custo, Pass-Through da Taxa de Juros, Crédito Direcionado

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a relevância do canal de custo da política monetária no Brasil, a possibilidade de pass-through incompleto da taxa de juros, e a relação entre o crédito direcionado e a política monetária. Para tanto, elaborou-se um modelo DSGE Novo-Keynesiano, no qual: o custo das firmas é diretamente influenciado pelo nível da taxa de juros cobrada pelos bancos; uma parcela dos bancos não é capaz de modificar as taxas de juros que cobram pelos empréstimos a cada período; e, uma parcela dos bancos opera linhas de crédito direcionado. O modelo foi estimado por meio do método da distância mínima (Matching). Os resultados indicam que (i) o canal de custo desempenha papel relevante na transmissão da política monetária (explicando o price-puzzle da política monetária); (ii) não há evidência de pass-through incompleto; e (iii) o crédito direcionado reduz a capacidade de a política monetária modificar as condições de crédito.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Agénor, Pierre-Richard e Peter J. Montiel.2008. “Monetary Policy Analysis in a Small Open Credit-Based Economy.” Open Economies Review 19: 423–455.

Arquete, Lílian Carla e Frederico Gonzaga Jayme-Jr. 2003. “Política monetária, preços e produto no Brasil (1994-2002): Uma aplicação de vetores auto-regressivos.” In Anais do XXXI Encontro da ANPEC.

Barth, Marvin J. e Valerie A. Ramey.2002. “The Cost Channel of Monetary Transmission.” In NBER Macroeconomics Annual 2001 (Ben S. Bernanke e Kenneth Rogoff, eds.) 16: 199–240, MIT Press.

Boivin, Jean e Marc Giannoni. 2006. “DSGE Models in a Data-Rich Environment.” NBER Working Paper Series.

Calvo, Guillermo A. 1983. “Staggered prices in a utility-maximizing framework.” Journal of Monetary Economics 12: 383–398.

Carrillo, Julio Arturo, Patrick Fève, e Julien Matheron. 2007. “Monetary Policy Inertia or Persistent Shocks: A DSGE Analysis.” International Journal of Central Banking, 3: 1–38.

Carvalho, Fabia A. e Marcos Valli. 2011. “Fiscal Policy in Brazil through the Lens of an Estimated DSGE model.” BCB Working Paper Series.

Cavalcanti, Marco A. F. H. e Luciano Vereda. 2011. “Propriedades Dinâmicas de um Modelo DSGE com Parametrizações Alternativas para o Brasil.” Texto para Discussão do IPEA.

Céspedes, Brisne, Elcyon Lima, e Alexis Maka. 2008.“Monetary policy, inflation and the level of economic activity in Brazil after the Real Plan: stylized facts from SVAR models.” Revista Brasileira de Economia 62: 123–160.

Chowdhury, Ibrahim, Mathias Hoffmann, e Andreas Schabert.2006. “Inflation dynamics and the cost channel of monetary transmission.” European Economic Review 50: 995–1016.

Christiano, Lawrence J., Martin Eichenbaum, e Charles L. Evans. 2005. “Nominal Rigidities and the Dynamic Effects of a Shock to Monetary Policy.” Journal of Political Economy 113: 1–45.

Guimarães, Rafael Rockenbach da Silva e Sérgio Marley Modesto Monteiro. 2014. “Monetary Policy and Regional Output in Brazil.” Revista Brasileira de Economia 68: 73–101.

De Fiori, Fiorella e OresteTristani. 2013. “Optimal Monetary Policy in a Model of the Credit Channel.” Economic Journal 123: 906–931.

Dedola, Luca e Francesco Lippi. 2005. “The monetary transmission mechanism: Evidence from the industries of five OECD countries.” European Economic Review 49: 1543–1569.

Fabiani, Silvia et al. 2006. “What Firms’ Surveys Tell Us about Price-Setting Behavior in the Euro Area.” International Journal of Central Banking 2: 3–47.

Fernandes, M. e J. Toro. 2005. “O mecanismo de transmissão monetária na economia brasileira pós-plano Real.” Revista Brasileira de Economia 59: 5–32.

Gaiotti, Eugenio e Alessandro Secchi. 2006. “Is there a cost channel of monetary policy transmission? An investigation into the pricing behavior of 2000 firms.” Journal of Money, Credit and Banking 38: 2013 – 2037.

Galí, Jordi, Mark Gertler, e J. David López-Salido. 2001. “European Inflation dynamics.” European Economic Review 45: 1237–1270. Estud. Econ., São Paulo, vol.48 n.4, p.559-595, out.-dez. 2018

Henzel, Steffen, Oliver Hülsewig, Eric Mayer, e Timo Wollmershäuser. 2009. “The price puzzle revisited: Can the cost channel explain a rise in inflation after a monetary policy shock?” Journal of Macroeconomics 31: 268–289.

Hülsewig, Oliver, Eric Mayer, e TimoWollmershäuser. 2009. “Bank behavior, incomplete interest rate pass-through, and the cost channel of monetary policy transmission.” Economic Modelling 26: 1310–1327.

Kawamoto, Carlos Tadao e José Luis Oreiro. 2011. “Reavaliando a Existência de um Price Puzzle no Brasil: Implicações para o Regime de Metas de Inflação.” In Anais do XXXIX Encontro Nacional de Economia.

Malikane, Christopher.2012. “Inflation dynamics and the cost channel in emerging markets.” MPRA Paper.

Martins, Raphael. 2011. Cost-push channel of monetary policy: estimation and simulation. Master’sthesis, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – USP.

Minella, André e Nelson Ferreira Souza-Sobrinho.2009. “Monetary Channels in Brazil through the Lens of a Semi-Structural Model.” BCB Working Papers Series.

Rabanal, P. e G. Schwartz. 2001. “Testing the effectiveness of the overnight interest rate as a monetary policy instrument.” In Brazil: Selected Issues and Statistical Appendix (IMF, ed.), número 01/10 in IMF Country Report.

Rabanal, Pau. 2007. “Does inflation increase after a monetary policy tightening?” Journal of Economic Dynamics & Control 31: 906–937.

Rabanal, Pau e Juan F. Rubio-Ramírez. 2007. “Comparing New Keynesian Models in the Euro Area: A Bayesian Approach.” Spanish Economic Review 10: 23–40.

Ravenna, Federico e Carl E. Walsh. 2006. “Optimal monetary policy with the cost channel.” Journal of Monetary Economics 53: 199–216.

Sales, A. e M. Tannuri-Pianto. 2005. “Mercado de reservas bancárias e identificação de choques de política monetária para o Brasil.” In Anais do XXVII Encontro Brasileiro de Econometria.

Sales, Adriana Soares e Maria Tannuri-Pianto. 2007. “Identification of Monetary Policy Shocks in the Brazilian Market for Bank Reserves.” BCB Working Papers Series.

Santin, Rodrigo Ribeiro Martins. 2013. Análise da Política de Crédito do BNDES em um Modelo DSGE. Master’sthesis, Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), São Paulo.

Santos, Fernando Genta. 2011. Ensaios sobre macroeconometria bayesiana aplicada. Master’sthesis, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade — Universidade de São Paulo.

Sato, Carolina Yumi. 2013. O canal de crédito na transmissão de política monetária: evidências para o Brasil.

Master’sthesis, Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), São Paulo.

Smets, Frank e Rafael Wouters., 2007. “Shocks and Frictions in US Business Cycles: A Bayesian DSGE Approach.” American Economic Review 97: 586–606.

Smets, Frank Rafael e RafWouters. 2003. “An Estimated Dynamic Stochastic General Equilibrium Model of the Euro Area.” Journal of the European Economic Association 1: 1123–1175.

Tillmann, Peter. 2008. “Do interest rates drive inflation dynamics? An analysis of the cost channel of monetary transmission.” Journal of Economic Dynamics & Control 32: 2723–2744.

Tovar, Camilo. 2009. “DSGE Models and Central Banks.” Economics: The Open-Access, Open- Assessment E-Journal 3: 1–31.

Vasconcelos, Bruno Freitas Boynard e José Angelo Divino. 2012. “O desempenho recente da política monetária brasileira sob a ótica da modelagem DSGE.” BCB Working Paper Series.

Vereda, Luciano e Marco A. F. H. Cavalcanti. 2010. “Modelo Dinâmico Estocástico de Equilíbrio Geral (DSGE) para a Economia Brasileira: Versão 1.” Texto para Discussão do IPEA.

Downloads

Publicado

01-12-2018

Edição

Seção

Artigo