Políticas fiscais para estabilização da dívida pública: uma abordagem de equilíbrio geral aplicada ao Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-41615011ota

Palavras-chave:

política fiscal, dívida pública, equilíbrio geral dinâmico, modelos de crescimento

Resumo

Usamos um modelo de equilíbrio geral aplicado dinâmico e determinístico com um agente representativo para avaliar alternativas de política fiscal para o Brasil. As alterações do mix fiscal que mais aumentam o produto per capita de longo prazo (em cerca de 2%) são: a redução do consumo do governo acompanhada pela redução da alíquota do imposto de renda sobre o capital e o aumento do investimento do governo financiado pela redução das transferências. A primeira delas também é a que produz o maior aumento do bem-estar. As estratégias de consolidação da dívida pública consideradas usaram apenas um instrumento fiscal e visaram reduzir a dívida pública em 10% em dez anos e sua estabilização subsequente. Sob o ponto de vista do nível de consumo e do nível do estoque de capital no longo prazo, e do fluxo descontado de bem-estar, o melhor instrumento foi na alíquota do imposto de renda sobre o capital. Sob a ótica do produto no longo prazo, o melhor instrumento foi o investimento do governo, seguido pela alíquota do imposto sobre a renda do capital.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Octavio Augusto Fontes Tourinho, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Professor Titular de Flutuações e Crescimento Econômico da Universidade Estadual do Rio de Janeiro desde 1995, na Faculdade de Ciências Econômicas e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas.

  • Angelica Freire de Oliveira Brum, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Mestrado Ciências Econômicas - Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas - Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2016.

     

Referências

Almeida, M.; Lisboa, M. B.; Pessôa, S. “O ajuste inevitável – o país que ficou velho antes de se tornar desenvolvido.” Folha de S.Paulo (Jun. 2015).
Almeida, V.; Divino, J. A.; Gadelha, S. R. D. B.; Maranhão, A. “Alíquotas tributárias efetivas médias para a economia brasileira: uma abordagem macroeconômica.” Revista Brasileira de Economia 71, no. 2., 2017.
AMBIMA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIROS E DE CAPITAIS. “Tributação de Ativos e Operações Financeiras - IR e IOF”, folheto, atualização de 12/01/2018. 2018.
Aschauer, D. A. “Is public expenditure productive?” Journal of Monetary Economics 23: 177-200, 1989.
Aschauer, D.A. “Do States optimize? Public capital and economic growth.” Annals of Regional Science 34: 343–363, 2000.
Arestis, P. “Fiscal policy is still an effective instrument of macroeconomic policy.” Panoeconomicus 2: 143-156, 2011.
Arestis, P. “Fiscal policy: a strong macroeconomic role.” Review of Keynesian Economics 1: 93–108, 2012.
Azevedo, C.F.; Fasolo, A. M. “Effective tax rates on consumption and factor incomes: a quarterly frequency estimation for Brazil.” Brasília: BCB, 2015a. (Working Paper 398).
Azevedo, C.F. “Alíquotas efetivas dos impostos sobre o consumo e a renda dos fatores: uma estimação em frequência trimestral para o Brasil.” Brasília: Tesouro Nacional, 2015b. (XX Prêmio Tesouro Nacional de Monografias).
Baier, S. L.; Glomm, G. “Long-run growth and welfare effects of public policies with distortionary taxation.” Journal of Economic Dynamics and Control 12: 2007-2042, 2001.
BCB – BANCO CENTRAL DO BRASIL. “Sistema Gerenciador de Séries Temporais.” Brasília: BCB, 2018.
Ballard, C. L.; Fullerton, D.; Shoven, J. B.; Whalley, J. “A general equilibrium model for tax policy evaluation.” Chicago: University of Chicago Press, 1985.
Barbosa Filho, F.H.; Pessôa, S. A.; Veloso, F. A. “Evolução da Produtividade Total os Fatores na Economia Brasileira com Ênfase no Capital Humano – 1992-2007.” Revista Brasileira de Economia 64, no. 2: 91–113, 2010.
Barro, R. J. “Are Government bonds net wealth?” Journal of Political Economy 82, no. 6: 1095-1117, 1974.
Barro, R. J. “Government spending in a simple model of endogenous growth.” Journal of Political Economy 98, no. 5, part II: S103–S125, 1990.
Barro, R. J.; Sala-I-Martin, X. “Public finance in models of economic growth.” Review of Economic Studies 59: 645-661, 1993.
Barro, R. J.; Sala-I-Martin, X. “Economic Growth.” Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 2004.
Baxter, M.; King, R. G. “Fiscal policy in general equilibrium.” The American Economic Review 83: 315-334, 1993.
Bezerra, A. R. ; Pereira, R. A. ; Campos, F. D. A. O.; Callado, M. D. C. "Efeitos de crescimento e bem-estar da recomposição dos investimentos públicos no Brasil.” Pesquisa e Planejamento Econômico, ed. 44, n. 3, p. 579-607, 2014.
BRASIL. Secretaria de Política Econômica. “Relatório de análise econômica dos gastos públicos federais 2006-2015.” Brasília: Ministério da Fazenda, mai. 2016.
BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. “Relatório mensal da dívida pública”: dezembro de 2016. Brasília: Ministério da Fazenda, mai. 2018.
Buchanan, J. M. “Barro on the Ricardian Equivalence Theorem.” Journal of Political Economy 84, no. 2: 337–342, 1976.
Carvalho, F. C. “Equilíbrio fiscal e política econômica keynesiana.” Revista Análise Econômica 50: 7-25, 2008.
Caselli, F.; Esquivel, G.; Lefort, F. “Reopening the convergence debate: a new look at cross-country growth empirics.” Journal of Economic Growth 1, no. 3, p. 363-389, 1996.
Cass, D. “Optimum growth in an aggregative model of capital accumulation.” The Review of Economic Studies no. 32: 233-240, 1965.
Christiano, L.J., Eichenbaum, M. “Current real business cycle theories and aggregate labor market fluctuations.” The American Economic Review 82, no. 3: 430-450, 1992.
CODACE – COMITÊ DE DATAÇÃO DE CICLOS ECONÔOMICOS. Comunicado de 30/10/2017. Fundação Getulio Vargas (FGV), 2017. http://portalibre.fgv.br
Cooley, T. F.; Hansen, G. D. “Tax distortions in a neoclassical monetary economy.” Journal of Economic Theory 58, no. 2: 290-316, 1992.
Davidson, P. “The neoclassical vs. post-keynesian view of government.” In: Davidson, P. Controversies in post-keynesian economics. Cheltenhan, UK: Edward Elgar Pub, 1991.
Devarajan, S.; Swaroop, V.; Zou, H. “The composition of public expenditure and economic growth.” Journal of Monetary Economics 37: 313-344, 1996.
Dotsey, M.; Mao, C. S. “The Effects of Fiscal Policy in a Neoclassical Growth Model.” Baltimore: Federal Reserve Bank of Richmond, 1994. (Working Paper 94-03).
Ferreira, P. C.; Nascimento, L. G. “Welfare and growth effects of alternative fiscal rules for infrastructure investment in Brazil.” Rio de Janeiro: FGV, 2005. (Texto para Discussão).
Galí, J., López-Salido, J.D., Vallés, J. “Understanding the effects of government spending on consumption.” Journal of European Economic Association 5, no. 1: 227–270, 2007.
GAMS DEVELOPMENT CORPORATION. “General Algebraic Modeling System (GAMS).” Versão: 24.2.1. Washington, DC, USA, 2013.
Giambiagi, F.; Além, A. C. “Finanças públicas: teoria e prática no Brasil.” 5. ed. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2016.
Glomm, G.; Ravikumar, B. “Public investment in infrastructure in a simple growth model.” Journal of Economic Dynamics and Control 18, no. 6: 1173–1187, 1994.
Gomes, F.A. R.; Paz, L. S. “Estimating the elasticity of intertemporal substitution: is the aggregate financial return free from the weak instrument problem?” Journal of Macroeconomics 36: 63-75, 2013.
Gomes, V.; Pessôa, S.A.; Veloso, F. A. “Evolução da produtividade total dos fatores na economia brasileira: uma análise comparativa.” Pesquisa e Planejamento Econômico 33, no.3: 389-434, 2003.
Gruber, J. “A Tax-based estimate of the elasticity of intertemporal substitution.” Quarterly Journal of Finance 3, no. 1, 2013.
FIPE – FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS. Investimento e poupança na economia brasileira 2000 – 2017: o crowding out do setor privado. Nota Centro de Estudos de Mercado de Capitais (CEMEC), n. 04/2018, mar. 2018.
Hansen, L.P.; Sigleton, K.J. “Generalized Instrumental Variables Estimation of Nonlinear Rational Expectations Models.” Econometrica 50, no. 5, p. 1269-128, 1982.
Hansen, L.P. ; Sigleton, K.J. “Stochastic Consumption, Risk Aversion, and the Temporal Behavior of Asset Returns.” The Journal of Political Economy 91, no. 2: 249-265, 1983.
Hermann, J. “Ascensão e queda da política fiscal: de Keynes ao ‘autismo fiscal’ dos anos 1990-2000.” In: ENCONTRO DA ANPEC, 34., Salvador. Anais... Salvador: ANPEC, 2006.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sistema de Contas Nacionais - Tabelas Sinóticas 2010- 2016. Brasília: IBGE, 2018. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas>.
IBRE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA. O Brasil ainda é uma economia fechada, e isso não é bom para o desenvolvimento. Carta do IBRE, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rio de Janeiro, 2013.
IFI – INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE. Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF). Brasília: Senado Federal, fev. 2018.
Issler, J. V.; Lima, L. R. “Como se equilibra o orçamento do governo no Brasil: aumento de receitas ou corte de gastos?” Brasília: Tesouro Nacional, 1998. ( III Prêmio Tesouro Nacional de Monografias). Disponível em: < http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/Premio_TN/iiipremio/financas/3lugar_topicos_III_PTN/lSSLER_Joao_Victor.PDF>.
Issler , J. V.; Piqueira, N. S. “Estimating relative risk aversion, the discount rate, and the intertemporal elasticity of substitution in consumption for Brazil using three types of utility function.” Brazilian Review of Econometrics 20, no2: 201-239, 2000.
Kydland, F.; Prescott, E. “Time to build and aggregate fluctuations.” Econometrica 50, no 6: 1345–1370, 1982.
Koopmans, T. C. “On the concept of optimal economic growth.” In: Johansen, J. (ed.). The econometric approach to development planning. Amsterdam: North Holland, 1965.
Kregel, J. A. “Budget deficits, stabilisation policy and liquidity preference: Keynes's post-war policy proposals.” In: Vicarelli, F. (ed.). Keynes's relevance today. Londres: Palgrave Macmillan, 1985.
Lansing, K. J. “Optimal fiscal policy in a business cycle model with public capital.” Canadian Journal of Economics 31: 337–364, 1998.
Leeper, E. M.; Yang, S. S. “Dynamic scoring: alternative financing schemes.” Journal of Public Economics 92, no. 1: 159-182, 2008.
Leeper, E. M.; Walker, T. B.; Yang, C. S. “Government investment and fiscal stimulus.” Journal of Monetary Economics 57, no. 8: 1000-1012, 2010.
Liu, F. ; Sercu, P. “Estimating the intertemporal substitution elasticity.” SSRN Eletronic Journal, Feb. 2009.
Lluch, C.; Powel, A. A.; Williams, R. A. Patterns in household demand and saving. Washington, USA: Oxford University Press, World Bank, 1977.
Lopes, M. L. M.; Mollo, M. L. R. “O debate sobre a redução do deficit fiscal no Brasil: uma crítica pós-keynesiana.” Nova Economia 21, no p. 67-103, 2011.
Lucas, R. E. “Supply-side economics: an analytical review.” Oxford Economic Papers 42: 293-316, 1990.
Ludvigson, S. “The macroeconomic effects of government debt in a stochastic growth model.” Journal of Monetary Economics 38, no. 1: 25-45, 1996.
Mereb, J.; Zilberman, E. “O Programa de Aceleração do Crescimento acelera o crescimento?” Rio de Janeiro: Departamento de Economia da PUC/RIO, 2013. (Texto para Discussão, n. 613).
Montes, G. C.; Alves, R. C. “Teoria das finanças funcionais e o papel da política fiscal: uma crítica pós-keynesiana ao novo consenso macroeconômico.” Revista de Economia Política 32, no. 4: 670-688, 2012a.
Montes, G. C.; Alves, R. C. “O debate acerca dos objetivos e condução da política fiscal: uma abordagem crítica à visão convencional.” Economia e Sociedade 21, no. 2: 363-386, 2012b.
Mussolini, C. C.; Teles, V. K. “Ciclos reais e política fiscal no Brasil.” Estudos Econômicos 42, no. 1: 75–96, 2012.
Oreiro, J. L.; Sicsú, J.; Paula, L. F. “Controle da Dívida Pública e Política Fiscal: uma Alternativa para um Crescimento Auto-sustentado da Economia Brasileira.” In: Sicsú, J.; Oreiro, J. L.; Paula, L. F. de. (Org.). Agenda Brasil: políticas econômicas para o crescimento com estabilidade de preços. Barueri: Manole, 2003.
Orair, R. O. “O investimento público no Brasil: trajetória e relações com o regime fiscal.” Brasília: Ipea, 2016. (Texto para Discussão, n. 2215).
Paes, N. L.; Bugarin, M. N. S. “Reforma Tributária: impactos distributivos, sobre o bem-estar e a progressividade.” Revista Brasileira de Economia 60, no. 1: 33-56, 2006.
Papageorgiou, D. “Fiscal policy reforms in general equilibrium: the case of Greece.” Journal of Macroeconomics 34, no. 2: 504-522, 2012.
Pereira, R. A.; Ferreira, P. C. “Avaliação dos impactos macroeconômicos e de bem-estar da reforma tributária no Brasil.” Revista Brasileira de Economia 64, no. 2: 191-208, 2010.
Ramsey, F. “A Mathematical Theory of Saving.” Economic Journal 38: 543-559, 1928.
Rebelo, S. T. “Long run policy analysis and long run growth.” The Journal of Political Economy 99, no. 3: 500-521, 1991.
Reinhart, C.M.; Rogoff, K.S. “Growth in a time of debt.” American Economic Review 100, no. 2: 573-578, 2010.
Reinhart, C.M.; Rogoff, K.S. “From Financial Crash to Debt Crisis.” American Economic Review 101: 1676-1706, 2011.
Rocha, F. “Política fiscal através do ciclo e operação dos estabilizadores fiscais.” EconomiA 10, no. 3: 483-499, 2009.
Saint-Paul, G. “Fiscal Policy in an Endogenous Growth Model.” The Quarterly Journal of Economics 107, no. 4: 1243-1259, 1992.
Santana, P.; Cavalcanti, T. V. De V.; Paes, N. L. “Impactos de longo prazo de reformas fiscais sobre a economia brasileira.” Revista Brasileira de Economia 66, no. 2: 247-269, 2012.
Teles, V. K.; Mussolini, C. C. “Public debt and the limits of fiscal policy to increase economic growth.” European Economic Review no. 66: 1-15, 2014.
Tourinho, O. A. F.; Mercês, G. M. R.; Costa, J. G. “Public debt in Brazil: sustentability and its implication.” EconomiA 14: 233-250, 2013.
Tourinho, O. A. F.; Sangoi, R. “Dívida pública e crescimento econômico: testes da hipótese de Reinhart e Rogoff.” Economia Aplicada 21, no. 3: 437-464, 2017.
Turnovsky, S. J. “Optimal tax, debt and expenditures policies in a growing economy.” Journal of Public Economics 60: 21-44, 1996.
Turnovsky, S. J. “Fiscal policy in a growing economy with public capital.” Macroeconomic Dynamics 1: 615-635, 1997.
Turnovsky, S. J. “On the role of government in a stochastically growing open economy.” Journal of Economic Dynamics and Control 23: 973-908. 1999.
Uhlig, H. “Some fiscal calculus.” The American Economic Review 100, no. 2: 30-34, 2010.
Varian, H. “Microeonomic Analysis.” 3rd. ed. New York: Norton, 1992.
Yogo, M. “Estimating the elasticity of intertemporal substitution when instruments are weak.” The Review of Economics and Statistics 86, no. 3: 797-810, 2004.
WORLD BANK. WDI - World Development Indicators. Washington: World Bank, 2018. Disponível em: <http://databank.worldbank.org/>.
Zagler, M.; Dürnecker, G. “Fiscal policy and economic growth.” Journal of Economic Surveys 17, no. 3: 397-418, 2003.

Downloads

Publicado

30-03-2020

Edição

Seção

Artigo

Dados de financiamento

Como Citar

Tourinho, O. A. F., & Brum, A. F. de O. (2020). Políticas fiscais para estabilização da dívida pública: uma abordagem de equilíbrio geral aplicada ao Brasil. Estudos Econômicos (São Paulo), 50(1), 5-42. https://doi.org/10.1590/0101-41615011ota